ABVE quer popularizar os híbridos e elétricos

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Amplamente debatido no exterior, o tema dos veículos comerciais híbridos e elétricos ainda caminha a passos lentos no Brasil. Essa é a temática da ABVE (Associação Brasileira de Veículos Elétricos) que, em coletiva de imprensa, levantou as dificuldades e avanços dos modelos no país.  

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Segundo a entidade, ainda que contribua para o esforço global contra o aquecimento do planeta, por ser limpo e silencioso, os elétricos ainda carecem de incentivos governamentais, infraestrutura e maior divulgação. Como exemplo, Ricardo Guggisberg, presidente da associação, cita alguns números dos ônibus elétricos: “O custo de operação dos ônibus elétricos são até 36% menores se comparados aos modelos convencionais. O trem de força é mais durável, e mesmo com o recente aumento das tarifas, a energia elétrica ainda é mais acessível do que o diesel.”

Apesar de os primeiros dois eletropostos estarem em fase de implantação, o Brasil ainda tem uma infraestrutura limitada na questão dos híbridos e elétricos, o que também é um impeditivo da disseminação dessas tecnologias. Além do problema de infraestrutura, a entidade cita as políticas públicas como outra problemática: “Falta um maior envolvimento da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), e incentivos como a redução do IPI, redução da carga tributária, que colabora para o alto preço das baterias.”
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Com muitos desafios pela frente, a ABVE já se permite comemorar alguns avanços, como o incentivo do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social), que reduziu os juros e ampliou o prazo de pagamento na aquisição de ônibus híbridos e elétricos, a isenção do IPVA em sete estados: Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco e Rio Grande do Sul, a redução do imposto em outros três estados: Mato Grosso do Sul, São Paulo e Rio de Janeiro e uma parceria entre a entidade e a Caixa Econômica Federal para estudar opções de financiamento desses veículos.

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Em entrevista a TRANSPORTE MUNDIAL, a diretora da entidade, Ieda Maria Oliveira, diz que as vendas de ônibus híbridos ou elétricos sempre estão ligadas ao mercado de concessão que, com base na planilha de investimentos no transporte, conseguem prever todos os investimentos. “O empresário não vai investir nos modelos elétricos se a legislação não prevê o emprego deles, por isso é importante a legislação caminhar neste sentido”, pondera Ieda.