Atron 1319 ficou 5% mais potente em 2012

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?Em 2012, o Atron 1319 entrou na disputa do segmento de caminhões médios – que atuam na faixa de PBT (Peso Bruto Total) entre 10 t e 15 t –, até então, era o único de sua categoria equipado com uma cabine semiavançada. Veja o teste do modelo que estampou a capa da edição 115, em mais um capítulo da série Baú da TRANSPORTE MUNDIAL.


Sucessora da denominada linha tradicional da Mercedes-Benz, composta por modelos semipesado, pesado e cavalo-mecânico, a família Atron ficou mais moderna e mais confortável, justamente para atender a uma demanda expressiva de clientes, a maioria autônomos e pequenos frotistas que gostam de caminhões bicudos.

O Atron 1319 chegou para substituir o L-1318 e para atender a norma Proconve P7 de veículos ambientalmente mais corretos, a atual versão ganhou a tecnologia Mercedes-Benz BlueTec 5, com sistema SCR (Redução Catalítica Seletiva), em que há a necessidade do uso do reagente químico Arla 32. Na prática, além de ter um motor que atende às normas de emissões, ele está mais potente, trata-se de um MB OM-924 LA de 4 cilindros em linha, de 185 cv a 2 200 rpm e 71,4 mkgf de 1 200 a 1 600 rpm de torque.

O bicudão Atron 1319 é um dos médios preferidos entre os autônomos
Com a chegada do novo sistema, o veículo ficou 6% mais econômico de acordo com aferição da Mercedes em relação ao Euro 3. Esse dado de economia não chega a ser uma novidade, mesmo porque a maioria das fabricantes divulgavam médias aproximadas. Ele também ficou 5% mais potente e 4% mais forte, e este propulsor ainda trabalha em conjunto com a caixa de mudança também produzida pela Mercedes, a G-60 de 6 marchas sincronizadas; o eixo traseiro é de simples velocidade. Mas o veículo tinha a opção de ser equipado com o eixo reduzido, para o cliente que o utilizava com mais frequência em trecho de serra. 

Uma grande vantagem, mas que também estava entre a média das fabricantes, era o aumento de 67% nos intervalos de troca de óleo, isso graças ao uso do diesel S-50, com menos enxofre,  o que possibilitou o veículo rodar 30 mil quilômetros a mais sem ter de parar. Outra boa notícia é que, assim como no antecessor, ele pode receber o óleo mineral, mais acessível em relação ao sintético.

Custando R$ 149.854, o preço era outro atrativo do Atron 1319, que chamava a atenção para a sua maior demanda no mercado. Por ser versátil, ele vai bem tanto no hortifrutigranjeiro como em operações de carga geral, em aplicações urbanas ou intermunicipais. Segundo informações da Mercedes-Benz, a maior venda do modelo se concentrava nas regiões Norte e Nordeste do país. Isso devido às características da cabine que transmite mais segurança e a robustez que o cliente tanto almeja nesses modelos.

sf
Entre os implementos mais usuais nesse caminhão estão carrocerias carga seca aberta, baú carga seca, frigorificado ou isotérmico. O tanque de Arla de 25 litros era de série, mas se o cliente tivesse a necessidade, o 1319 podia ser equipado com tanque de 35 litros. Já o tanque de combustível tem 210 litros.

Na estrada o Atron 1319 – apesar de ter 60% de suas vendas concentradas no mercado urbano – é um caminhão versátil, o que o torna uma opção a se pensar para operações rodoviárias na média de uns 300 quilômetros. Na descida da serra pela rodovia Anchieta alcançamos a velocidade média de 50 km/h em 4ª marcha a 2 000 rpm e mesmo com seus 12 000 quilos de PBT, o Top Brake suportou bem o trecho sem a necessidade de João Moita, instrutor técnico da Mercedes, ter de colocar o pé nos freios. 

teste atron
Ao nível do mar, o veículo a 80 km/h em 6ª marcha fica entre 1 600 e 1 700 rpm, mas o que impressionou é que ao observar o consumo instantâneo  apresentado no computador de bordo, a média de consumo variava conforme o pé do instrutor no pedal do acelerador, ficando entre 8,8 e 9,0 km/l. Passando para 90 km/h, mantendo mesma marcha, a rotação subiu em 100 rpm, porém a média praticamente se manteve estável, variando entre 8,6 km/l. Como o caminhão fica à prova na subida de serra, pela rodovia dos Imigrantes, seu motor se mostrou tão forte que até no ponto mais íngreme alcançou 55 km/h, em 4ª marcha, com facilidade. A boa notícia é que a rotação estava no limite, mas dentro da faixa considerada adequada, de 1 600 rpm.

Ele podia ser equipado com 3º eixo e nessa aplicação ele ganhava em capacidade de carga, aumentando seu PBT para 21 300 quilos. Na prática, nessa configuração ele atende às mesmas atividades do modelo na versão 4×2 de fábrica que possui PBT de 13 900 quilos, porém, sendo capaz de transportar mais carga.

POR DENTRO DO ATRON
Para se alinhar à nova identidade visual de todos os caminhões da marca da estrela, a linha Atron recebeu uma nova cabine, com design mais moderno, e destaque para a grade frontal de lâminas encorpadas, com o símbolo da estrela em destaque ao centro. O novo desenho trouxe melhorias no sistema de arrefecimento.

teste atron
O conjunto óptico também atribui pontos positivos ao novo veículo, chamando atenção pelo uso de policarbonato, aumentando, dessa forma, a resistência às condições mais adversas como impactos, vibrações, umidade, poeira e altas temperaturas. Os retrovisores e o para-choque ainda denotam mais robustez ao veículo.

Por dentro, o habitáculo se destaca pelos novos revestimentos dos bancos que estão mais escuros, deixando-os mais modernos e graças ao material, facilita a limpeza. Os bancos, apesar de ter poucos níveis de regulagem estão mais ergonômicos. O volante de quatro raios foi concebido para ficar com o padrão da linha Mercedes.

Para atender a norma P7, o Atron também recebeu computador de bordo, possibilitando ao motorista acompanhar melhor os custos da viagem, pois ele tem a indicação do consumo instantâneo em km/l, além de outras informações já que o item dispõe de tecla de navegação. Vale ressaltar que a visão noturna está facilitada por causa do uso de luz em tonalidade âmbar.

Como opcionais o Atron 1319 pode ser equipado com vidro elétrico e banco pneumático. Apesar de ele não oferecer a opção de ar-condicionado, a Mercedes-Benz estudava a possibilidade de disponibilizar esse item a partir de 2013. O Atron da Mercedes-Benz é um caminhão espartano, mas que cumpre muito bem a logística.

CONCLUSÃO
“O Atron 1319 é um caminhão apropriado para quem trabalha como autônomo porque, por ser um veículo espartano, tem uma manutenção mais simples. O consumo de combustível também é atraente. Mas o melhor mesmo é que ele não perde muito valor de revenda, ficando na média do mercado”.

Hoje no mercado de usados, o Atron 1319 é encontrado por R$ 124 mil, e ainda gera demanda por parte dos amantes do bicudo da estrela.