Banco Mercedes fala sobre o futuro

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O Banco Mercedes-Benz teve em 2014 o melhor ano da sua história no Brasil. Enquanto o mercado de caminhões caiu 11%, o banco cresceu 26% com relação a 2013. Porém, a crise econômica brasileira que derrubou o mercado de caminhões em mais de 43% vem prejudicando todos os setores. Em visita à redação da TRANSPORTE MUNDIAL, no último dia 19 de outubro, o diretor comercial do banco fez uma analise sobre a atual e perspectivas para o mercado de caminhões e ônibus e como ficam os financiamentos. Acompanhou a visita, o responsável por marketing e comunicação do Banco Mercedes-Benz, Marcelo Magalhães.

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A respeito de novas modalidades de financiamento, Martinez diz que o Banco Mercedes-Benz está pronto para lançar o leasing operacional, porém, está aguardando o momento mais adequado.

O leasing operacional é caracterizado da seguinte maneira: um transportador que não quer aderir ao financiamento comum — muito menos adquirir um caminhão próprio — opta por arrendar um caminhão (novo) junto à alguma fabricante que, por meio de contrato, estipula o prazo de utilização do bem, bem como quem ficará responsável pela manutenção, serviços e demais obrigações. Ao término do contrato, o cliente poderá exercer a opção de compra do modelo ou devolvê-lo ao banco sem nada dever.    

Segundo Martinez, a modalidade é amplamente utilizada em países da Europa, Canadá e Estados Unidos. Porém, a legislação brasileira impõe algumas dificuldades. “A legislação sobre o tema no Brasil é mais restritiva e especifica em pontos que legislações de outros países não especificam. Lá fora, o contrato firmado entre as partes informa a que preço o valor do bem poderá ser adquirido no fim do contrato e permite uma entrada para o transportador ter uma parcela menor. Aqui não é permitido adiantar nenhum valor de entrada, ou depósito caução, muito menos estipular preço de compra futuro. Tudo isso para não caracterizar a venda.” Além disso, o executivo credita à razões culturais, e a indústria que ainda não tem feito o trabalho em explicar aos consumidores os benefícios dessa modalidade de leasing. Por fim, a modalidade é uma carta na manga da instituição, mas que ainda aguarda o momento certo para ser lançada.
 
Para o diretor comercial, as perspectivas do setor são de pequena melhora, mesmo que a crise econômica e com o mercado completamente estagnado. Segundo ele, um setor que vem (mais uma vez) surpreendendo é o de cana-de-açúcar, com a previsão de safra recorde, que se traduz em mais vendas. Outras áreas em potencial são: agricultura, mineração e empresas de logísticas que tenham contratos de fornecimento assinado.
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Angel Martinez cita também uma reação de mercado que até recentemente não ocorria: “A demanda de crédito caiu. Antes, quando um transportador tinha o crédito aprovado, era quase certeza de negócio fechado. Hoje em dia, os transportadores estão cautelosos e preferem aguardar até que obtenham novos contratos logísticos. O resultado disso é o um aproveitamente de crédito inferior ao esperado.”

ÔNIBUS  

É fato que o mercado de ônibus está sendo fortemente impactado pela crise. No acumulado até setembro de 2015, a queda foi de 29,15% quando comparado ao mesmo período de 2014. Quando questionado sobre as vendas de rodoviários, Angel diz que vê potencial no segmento, apesar do setor ser significativamente inferior ao urbano, o carro-chefe das vendas.