Constellation 19.360 completa o portfólio da MAN

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O cavalo-mecânico chega para atuar no segmento de potências entre 360 cv e 380 cv; segmento este que já vinha crescendo até 2014 e, mesmo que mais timidamente devido à crise, ainda tem ganhado notoriedade em vendas. A justificativa é a Lei do Motorista, que obrigou o condutor a fazer intervalos para descansar entre as longas jornadas rodoviárias. E para evitar perda de produtividade, as empresas passaram a migrar para veículos que desenvolvam melhores velocidades médias para compensar a menor quantidade de horas trabalhadas. Contudo, com a chegada do novo motor, a VW preenche a lacuna que havia entre os modelos Constellation 19.330 e 19.390.
 
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Historicamente a MAN tem muitos adeptos nessa categoria superior a 300 cv. Uma herança deixada pelo VW Titan que foi sucesso de vendas de 2002 até a chegada da família Constellation em 2005. A potência de 320 cv manteve-se na liderança até a Euro 5, com a versão de 330 cv, não foi diferente, sendo líder de mercado até hoje.

Por esse DNA em seu histórico, o novo produto também poderá colher bons frutos. Tanto que de outubro até janeiro, a versão de 360 cv já havia conquistado 5% de participação de mercado na categoria de caminhões com potências entre 360 e 390 cv. Vale ressaltar que entre os seus concorrentes estão marcas como Volvo, Scania, Mercedes e Iveco.
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MECÂNICA EQUILIBRADA
O caminhão é equipado com motor Cummins ISL 360, de 9 litros, com sistema de injeção common rail. Trata-se de um propulsor que funciona num bloco de 6 cilindros em linha que desenvolve 360 cv de potência a 2 100 rpm com torque de 166 mkgf de 1 200 a 1 400 rpm.

Importante ressaltar a curva de torque plana desse motor, permitindo que as trocas de marchas sejam mais rápidas, além da melhor sustentação quando trafegando em rotas de mais aclives. Na prática é possível manter o veículo por mais tempo em velocidade de cruzeiro.
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Para atender as normas P7 de redução de poluentes saídos do escape do veículo, a tecnologia utilizada é a SCR. Trata-se de uma tecnologia de pós-tratamento de gases composta por um catalisador, que recebe os gases expelidos pelo motor. Esses gases recebem uma solução, o Arla 32, que provoca uma reação química dentro do catalisador reduzindo os gases produzidos pelo processo de combustão do diesel do motor em 80% de material particulado e 60% de óxido de nitrogênio.

A transmissão produzida pela ZF é a 16S1585 TD, manual de 16 velocidades. Como opcional, o veículo pode ser equipado com a transmissão V-Tronic, também produzida pela ZF, porém automatizada. Completa o trem de força o sistema de freio motor C-Brake, com 235 cv de poder de frenagem. O sistema funciona por descompressão nos cabeçotes.

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O eixo dianteiro é de molas parabólicas e o traseiro suspensão pneumática com relação 3,42:1 (que atende operações mistas) e harmoniza com o pneu 295/80R, sobretudo com o entre-eixo de 3 560 mm. Há também a relação opcional de 3,21:1 direcionada nas atividades em que o caminhão vai percorrer longas jornadas em rotas planas e com cargas mais leves.

O novo Constellation que chega para atender aplicações como contêiner, furgão, sider, carga seca, basculante, cegonha e tanque, por exemplo, é atrelado a semirreboques de 3 eixos convencionais com PBTC (Peso Bruto Total Combinado) de até 45 t. Seu PBT é de 17 100 kg. Destaque para o tanque de alumínio com capacidade para 440 litros de combustível ou a opção de dois tanques de plástico com capacidades para 275 litros cada. O sistema de freios ABS agrega EBD (sistema de distribuição eletrônica de frenagem) e ATC (controle de tração).

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A BORDO
O veículo oferece três opções de cabine: estendida, leito teto baixo e leito teto alto. De série, a versão oferecida pela MAN Latin America é a leito com teto alto. Essa foi a configuração avaliada pela revista TRANSPORTE MUNDIAL.
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Para acessar a cabine, que já é facilitada graças ao degrau mais próximo ao solo, ainda há uma alça de acesso localizada na porta. Chama a atenção nesse habitáculo, a altura interna de 2 m, permitindo que o condutor tenha melhor circulação, sobretudo entre a estação de trabalho e a de descanso. Isso se deve ao túnel do motor mais baixo. O veículo oferece ar-condicionado e trio elétrico de série. Também são de série a escotilha e os retrovisores bipartidos e de manobra.

O painel, apesar de não ser dotado de rebuscamentos, traz o necessário para a tarefa diária. O painel de instrumentos também de grafia simples, atrai pelas

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A boa circulação de ar se deve as oito saídas de ar espalhadas por todo o painel. Faz falta um volante multifuncional, mas ainda assim o motorista não fica prejudicado, porque apesar de não ser um painel muito curvo, os instrumentos estão próximos do condutor. Mais para o lado do passageiro há porta-objetos no painel, e nas portas há espaço para guardar garrafas. Na parte superior da cabine, o motorista também conta com dois amplos porta-objetos e mais abaixo um porta-documentos. Ainda, a favor do motorista, o banco oferece suspensão pneumática, tornando a viagem mais confortável.
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Em tempos de crise, a MAN Latin America arranjou uma solução para que o cliente, sobretudo pequeno frotista ou autônomo, possa adquirir o veículo a um preço mais convidativo, disponibilizando uma versão de cabine mais espartana sem trio elétrico, com cabine leito teto baixo, suspensão metálica na parte traseira e sem controle de tração. O para-choque do veículo nessa versão é preto.

Na operação, o Constellation 19.360 4×2 dispõe de algumas vantagens até mesmo em relação aos seus concorrentes, devido à tara de 6 560 kg, o que resulta em maior capacidade de carga líquida. Por toda a rota de avaliação com esse cavalo, de São Bernardo do Campo a Peruíbe, o 19.360 4×2 só deixou boas impressões, muito graças ao seu motor adequado para as condições rodoviárias. O caminhão não estava operando na sua total capacidade, carregava 29 t de PBTC, o que pode ter ajudado nas boas notas de desenvoltura durante o trajeto.

Na descida da serra pela rodovia Anchieta, graças ao bom trafégo, obtemos uma boa velocidade média logo no início da descida de serra, entre 38 km/h e 40 km/h em 5ª marcha a 1 800 rpm. Mais adiante, no trecho mais íngreme da rodovia foi possível manter o caminhão entre 40 km e 45 km/h, e foi aí que o C-Brake mostrou-se eficaz no seu segundo estágio.

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Nessa velocidade o caminhão trafegava em 6ª e a rotação variava entre 1 700 e 1 800 rpm. Logo após alguns pontos de parada por causa de um caminhão quebrado na pista (o que formou uma fila de caminhões na fila da direita), chegamos ao nível do mar. Nessa etapa, já com o freio motor desabilitado, o baixo nível de ruído a bordo do caminhão foi um outro atributo a se destacar, sobretudo na velocidade de cruzeiro de 80 km/h a 1 400 rpm, utilizando a 8ª marcha a 1 400 rpm.

De volta ao planalto paulista, a rodovia dos Imigrantes estava fechada para caminhões, nos obrigando a subir pela rodovia Anchieta que para agravar estava com o trafego intenso de veículos logo no início da serra. No que se refere à desenvoltura o Constellation 19.360 não deixou a desejar, subiu praticamente em 6ª marcha, a 1 400 rpm,numa velocidade média a 38 km/h. Quando o transito desafogou um pouco mais adiante,foi possível alcançar uma velocidade média de 45 km/h com mesma marcha.

Agora a gama Constellation está completa e essa novidade tem tudo para conquistar, principalmente o autônomo por causa do seu bom custo de aquisição e sua mecânica simplificada,ou seja, trata-se de um veículo equilibrado. 
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CONCLUSÃO
O Constellation 19.360 4×2, na sua versão mais básica, dará a oportunidade para o pequeno frotista ou autônomo, em tempos difíceis, renovar sua frota ou veículo. Mas, no geral, incluindo a versão mais equipada, o modelo pode ser um aliado por ser mais leve, podendo carregar mais, econômico, com potência média e possuir equipamentos já conhecidos do mercado como motor e câmbio.