Como forma de proteger a indústria nacional, o BNDES disponibiliza a linha de financiamento Finame para compra de caminhões que possuem um índice mínimo de 60% de conteúdo nacional. Para se chegar a esse índice há uma complexa conta entre valores monetários e peso das peças. Por isso, as fabricantes de caminhões procuram ao máximo a nacionalização dos componentes de seus produtos. A mais recente a ganhar pontos positivos para melhorar o índice diante ao Finame é a Scania. Isso, porque a Cummins está na fase final de nacionalização das turbinas que vão nos modelos de 13 litros da marca.

Ellen Costa, líder de vendas de aftermarket da Cummins Turbo Technologies para América Latina e Marco Bologna, gerente de operações e supply chain da CTT

Com a nova linha de montagem de turbos para caminhões pesados na fábrica de Guarulhos (SP), a Cummins Turbos Technologies espera atender outros fabricantes de caminhões e ao mercado de reposição e exportação.

Os turbos Holset da linha de pesados — para motores de 9 a 16 litros — até então eram importados. A nova linha foi inaugurada neste mês de setembro, porém, a produção em série começa em fevereiro de 2018, pois ainda há etapas de validação dos turbos que começam a ser montados em Guarulhos. 

Indústria 4.0

A nova linha de montagem recebeu investimentos de U$ 600 mil e complementa as linhas já existentes de turbos para motores Diesel para veículos leves e médios.

Linha de montagem traz tecnologia para garantir produção com zero defeito

“Nosso objetivo é aumentar as oportunidades para o segmento dos pesados, oferecendo produtos, redução de custos para novos e atuais clientes, além de localização”, diz Ellen Costa, líder de vendas de aftermarket da Cummins Turbo Technologies para América Latina.

A nova linha segue o modelo de produção que a companhia busca globalmente, com tecnologias que integram o conceito da Indústria 4.0, ou seja, automação com ‘zero defeito’ para atender às exigências dos clientes. “Trata-se de uma linha modular que permite operar com flexibilidade os diversos estágios da montagem”, diz Pedro Pellegrini, gerente de manufatura da Cummins Turbo Technologies. A concepção do projeto contou com um trabalho integrado da engenharia de manufatura global com expertise em design de produção.

Os turbo da linha Heavy Duty atendem motores de 9 a 16 litros

Entre as tecnologias que suportam o novo processo de manufatura da gama Holset Heavy Duty, estão o braço robótico no sistema de medição de ângulo para garantir a montagem perfeita das peças que integram o turbocompressor no motor e os sensores de alimentação e coletas de peças que asseguram o uso os componentes corretos e dedicados para a construção da peça. Amigável, a nova linha da Cummins traz imagens em 3D não só do produto, como também do processo de montagem, com exemplificações para auxiliar o trabalho do colaborador.

“São diversos os controles de prevenção e de detecção, tais como câmeras, leitor QR Code em todos os processos, além de um banco de dados armazenados em um servidor virtual com gerenciamento da linha que permite qualquer integrante do time da Cummins acessar o sistema de produção e logística, com a vantagem do trabalho integrado”, diz Diego Henrique Pedroza, engenheiro de manufatura. Vale acrescentar que, além de ergonômica, para atender aos padrões da fabricante, com proteção dos maquinários e ausência de pontos de prensagem, a nova planta foi projetada com ruídos abaixo de 80 decibéis para o conforto e segurança dos operadores.

A capacidade de 44 mil turbos por ano da nova instalação Heavy Duty chega para ampliar em 50% a produção atual da fabricante Holset que atualmente produz a gama Light Duty e Mid Range de turbocompressores; juntas as linhas têm capacidade de 150 mil turbos por ano. 

Veja mais sobre o a Cummins diz sobre o futuro dos motores e sobre o seu caminhão elétrico. 

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Marcos Villela
Jornalista técnico e repórter especial no site e na revista Transporte Mundial. Além de caminhões, é apaixonado por motocicletas e economia! Foi coordenador de comunicação na TV Globo, assessor de imprensa na então Fiat Automóveis, hoje FCA, e editor-adjunto do Caderno de Veículos do Jornal Hoje Em Dia e O Debate, ambos de Belo Horizonte (MG).