Quando deixou de produzir o Ducato em Sete Lagoas (MG), em dezembro de 2016, a Fiat deixou claro também que a geração substituta não seria mais fabricada no país, e sim importada do México. Veja como a Iveco se beneficiou com essa medida.

Pouco mais de um ano fora do mercado, a nova geração do Ducato retornou ao Brasil no mês de janeiro de 2018, com aparência completamente renovada, novo interior, mais itens opcionais e tecnologia embarcada.

TRANSPORTE MUNDIAL testou o novo Ducato na versão furgão, em ambiente urbano e rodoviário, opção de 3.500 kg de PBT, para motoristas com carteira B. Confira nossas impressões a bordo do modelo:

Experiência a bordo 

À primeira vista, o que chama atenção no furgão é a largura da carroceria, o que pode ser um problema para quem for adentrar garagens apertadas na hora da entrega. Quando comparamos a largura do Ducato (1.998 mm) com a concorrência, Iveco Daily 35S14 (2.025 mm) e Mercedes-Benz 313 Street (1.993 mm), o modelo não é o mais largo, mas poucos milímetros nesse segmento fazem a diferença.

Os retrovisores do furgão, ainda que fechados, contribuem para essa sensação de largura excessiva. Abertos, cada um soma quase 30 cm. Para se ter uma ideia, a largura do portão da GG Editora é de 2.026 mm, e mesmo de retrovisores fechados, não foi possível colocar o Ducato na garagem.

Na estrada    

A versão testada é a Ducato Cargo Curto, furgão com motor FPT F1A diesel de 2.3 litros que entrega 130 cv a 3.600 rpm e 32,6 mkgf de torque a 1.800 rpm. Completa a parte de força a caixa manual MLGU de 6 velocidades, que algumas vezes apresentou dificuldade para engatar a primeira marcha, mas que, em geral, oferece trocas precisas. 

Para a nossa avaliação, que teve como destino a cidade de São Roque (SP), por meio da rodovia Raposo Tavares, que conta com alguns aclives mais íngrimes no caminho, o furgão foi carregado com 400 kg de carga. O motor chama atenção pela valentia, com retomadas rápidas e arrancadas condizentes com a carga transportada. Nas oportunidades que o fluxo da rodovia pediu por mais potência, o Ducato não decepcionou. O consumo de combustível, porém, pouco mudou com mudança entre o ambiente urbano e rodoviário, com 9.5 km/l e 9.6 km/l, respectivamente.  

Em ambiente urbano, onde geralmente estão localizados buracos e valas, a suspensão (McPherson na dianteira e rígida na traseira) absorveu muito o impacto e não passou para o motorista o ‘gingado’ típico ao transitar por uma vala.

Em curvas mais acentuadas, o controle de estabilidade conferiu boa aderência ao furgão. A frenagem também se mostrou eficiente, mesmo quando acionada de forma brusca. Por fim, o auxiliar de partidas em rampa, que confere ao condutor cinco segundos para fazer a manobra de saída, é um grande aliado do motorista, principalmente quando carregado em um aclive mais íngrime. 

      

Pontos Fortes

  • Grande quantidade de porta trecos
  • Direção macia
  • Apoio de braço
  • Rádio Bluetooth
  • Ar-condicionado (opcional)
  • Conforto
  • 3 entradas USB (contando com a entrada do rádio)
  • Computador de bordo intuitivo e botões de fácil acesso

Pontos a melhorar

  • Largura excessiva

Opcionais

Com excessão da central multimídia, o veículo testado contava com todos os equipamentos opcionais, que são divididos em pacotes: Pack Confort, com ar-condicionado e banco do motorista com ajuste ergonomico manual lombar em 6 posições; Pack Deluxe, com alarme antifurto, retrovisores externos elétricos, faróis de neblina, tomada 12V no compartimento de carga e sensor de estacionamento e Pack Volt, que soma o fatol de neblina aos equipamentos.

Apesar de aparecer nas fotos do modelo, central multimídia e volante multifuncional não aparecem na lista de opcionais do furgão no site

Preço

O novo Fiat Ducato, versão curta, é oferecido a partir de R$ 111.190. Com todos os opcionais disponíveis, o valor sobe para R$ 120.040.

Conclusão

O Ducato é um furgão robusto e de design arrojado (Ok para alguns e feio para outros), de largura um pouco exagerada, mas que cumpre bem a proposta de ser uma opção carteira B que transporte uma boa quantidade de carga. Os equipamentos de segurança que traz são próximos aos oferecidos pela Iveco no Daily 35S14, mas inferior ao que o Sprinter 313 oferece. Ainda assim, o frotista que busca um furgão com essas caraccterísticas deve pegar a ficha técnica dos três modelos, analisar quais equipamentos de segurança e conforto são de seu interesse, preços e o que oferecem, para não errar na hora da compra. Leia mais sobre cada competidor na edição 172 da revista TRANSPORTE MUNDIAL.