Logística reversa

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Montagem de nova cabine

Montagem de nova cabine

A preferência por caminhões novos é altíssima, por eles serem mais eficientes operacionalmente. Isso tem levado vários segmentos da sociedade a discutir com o governo um importante programa de renovação de frota. Estima-se que existam cerca de 230 mil caminhões com no mínimo 30 anos de uso, que necessitam de “aposentadoria” no Brasil. E, enquanto o plano nacional de renovação de frota de caminhões e implementos encontra-se em discussão com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC) e outros órgãos do governo, duas empresas têm agido na questão da reciclagem de modelos velhos ou sinistrados, a Volvo e a JR Diesel.

Recentemente, a empresa de desmonte de caminhões JR Diesel lançou um programa de compras de veículos sinistrados, que mira os caminhões de proprietários que não contam com seguro, e que, através dessa iniciativa, podem recuperar parte do capital investido com toda a segurança jurídica para o vendedor. A empresa classifica as peças dos veículos comprados em A, B e C, e cada uma tem um destino. As tipo A são as peças em condições de uso, que podem ser vendidas ao consumidor final, as tipo B são as que estão em condições de uso, mas com pequenas avarias, e as tipo C são as que não têm condições de uso. Elas são enviadas para os fabricantes originais para que seja feito o processo de remanufatura. “Além de recuperar o investimento, o vendedor ainda garante um destino sustentável para o seu veículo” afirma Arthur Rufino, diretor de marketing e desenvolvimento da empresa.

Há mais tempo, a fabricante Volvo também têm feito um trabalho de reciclagem, inserido no programa Viking de compra e venda de caminhões seminovos, que também recicla os caminhões sinistrados da marca. Além da comercialização de veículos reformados, a empresa recicla peças inservíveis e dá a destinação correta das unidades que não podem voltar a circular com segurança. Após análise de compra criteriosa, o veículo que vai ser reformado recebe cabine e pneus novos, as peças afetadas também são trocadas por novas. Após essa etapa, o veículo que antes estava parado ou avariado, volta ao mercado com o selo seminovo Viking Plus.

Os veículos que não podem voltar a circular de forma segura são desmontados e enviados para empresas homologadas pela Volvo, seus componentes metálicos são transformados em aço para a construção civil, o material plástico é transformado em produtos como sacos de lixo e embalagens, e resíduos como óleo e lubrificantes são transformados em combustível para fornos de empresas de cimento.

“Asseguramos que os veículos circulem com a qualidade e a segurança da marca, nós evitamos que entrem no mercado paralelo e também o passivo ambiental de serem deixados em um terreno qualquer’’, afirma João Domingos Milano, gerente do projeto Viking.