Melhorias aprovadas

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Modelo recebeu nova relação de eixo traseiro, para economizar combustível

Modelo recebeu nova relação de eixo traseiro, para economizar combustível

A gama de caminhões Mercedes-Benz Axor rodoviários é uma das mais amplas do mercado. Se contabilizar configurações de tração, entre-eixos, tipos de cabine, motor, transmissão, suspensão e freios, ela se estende para aproximadamente 280 versões, apenas para atender o segmento estradeiro, ou seja, o de cavalo mecânico. Daí é possível entender o nível de importância que esse modelo tem para a Mercedes-Benz do Brasil. Não por acaso, é constante a introdução de uma novidade ou outra em algum membro dessa vasta família. 

Isso porque, com as exigências do transporte atual, que está muito mais profissionalizado e especializado, é preciso oferecer caminhões que sejam mais eficientes. Nessa última década, deve-se lembrar de que a concorrência também cresceu muito, o que obrigou a marca da estrela a trabalhar mais.

Com o 1933, modelo de entrada da linha Axor, não é diferente. De algum tempo para cá, uma série de melhorias foram introduzidas para torná-lo mais eficiente e confortável. Uma delas é o câmbio automatizado de 16 velocidades MB G-241 Powershift de série. Além do número de marchas, que permite o melhor escalonamento em relação às versões de 12, por exemplo, ele  dispensa o pedal de embreagem, deixando de ter um item a mais para o motorista se preocupar. Outra função interessante agregada à caixa e que ajuda a reduzir o consumo de combustível é aEco-Roll – sistema que coloca a transmissão do veículo em modo neutro. É uma espécie de banguela que, por ser controlada eletronicamente, não coloca o trânsito em risco, tampouco o motorista ou o veículo. Com esse sistema é possível obter em torno de 1% de economia de diesel.

Outra novidade que chegou para fazer do 1933 uma ferramenta ainda mais interessante é a relação de eixo traseiro (i = 3,583) de série – o que permitiu o motor girar numa rotação mais baixa, cerca de 10% menos, característica que melhora no consumo de combustível. Na relação anterior (i = 3,909), com o veículo a uma velocidade de 80 km/h, era atingida com o motor a 1 650 rpm. Já nessa nova geração caiu para 1 500 rpm. Segundo testes realizados pela engenharia da Mercedes, a novidade rendeu em uma melhora de 2% no consumo.

A nova relação i = 3,583 é adequada para caminhões rodoviários de médias a longas distâncias, em topografia predominantemente plana, como o trajeto que fizemos para avaliar esse modelo, o Rodoanel, por exemplo. Mas a versão (i = 3,909) ainda está no catálogo da montadora, porém, direcionado a aplicações rodoviárias de curtas a médias distâncias em trechos que misturam topografias planas com acidentadas ou serranas. A nova relação de eixo também contribuiu para a melhora de ruído interno na cabine.

No quesito segurança, além do piloto automático, o Axor é equipado com o freio-motor Mercedes Top Brake com poder de frenagem de 245 cv, o que não chega a ser muito.

Carreta para 30 pallets

Um importante atributo desse caminhão são suas dimensões. Configurado 4×2, com comprimento total de 5 810 mm na versão com suspensão pneumática (na metálica seu comprimento é de 6 010 mm), largura de 2 570 mm e uma distância de entre-eixos de 3 600 mm, o caminhão caiu no gosto de quem utiliza sider, baú, tanque e cegonha, por exemplo, no transporte de cargas volumosas. Uma interessante composição que casa bem com o Axor 1933 é uma carreta de 15,40 m para 30 paletes. A CMT (Capacidade Máxima de Tração) do caminhão é de 48 300 kg. São quase 3 000 kg a mais de capacidade em relação ao seu principal concorrente, o VW Constellation 19.330 com CMT de 45 000 kg. Isso implica em maior reserva técnica, permitindo, ainda, que ele seja atrelado a uma vanderleia (semirreboque com 3 eixos espaçados), o Axor 1933 pode tracionar 46 000 kg de PBTC, permitidos pela Lei da Balança. 

Essas dimensões e capacidades, aliadas ao motor MB OM-926 LA de 326 cv a 2 200 rpm e torque de 132,6 mkgf  de 1 200 a 1 600 rpm, permitem que esse caminhão trafegue com destreza pelos dois mundos, rodoviário e urbano, como transportando automóveis e combustível sem comprometer o tráfego nas cidades. Obviamente que seu DNA é rodoviário, mas sua versatilidade é o que tem conquistado os clientes, além de ser a maior argumentação da Mercedes nas vendas desse modelo. 

Com relação ao motor, ele conta com uma tecnologia chamada de BlueTec 5 que, para atender a norma de redução de emissão de poluentes Proconve P7, equivalente à norma europeia Euro 5, utiliza a técnica SCR (Redução Catalítica Seletiva) de pós-tratamento de gases composta por um catalisador que recebe os gases expelidos pelo motor. Esses gases recebem uma solução a base de ureia, o Arla 32, que provoca uma reação química fazendo com que se reduza drasticamente os níveis de poluentes dos gases saídos do escapamento. São 80% menos material particulado e 60% menos de óxido de nitrogênio. Essa benfeitoria também permitiu estender os períodos de troca de óleo do motor em 33%, chegando a intervalos de 45 000 km, permitindo que o caminhão fique mais tempo disponível.

Uma novidade introduzida no Mercedes Axor 1933 é a suspensão pneumática com 4 bolsões de ar. Isso refletiu na melhora da qualidade de vida do motorista, pois ele fica mais confortável, já que esse mecanismo evita que o condutor sinta fortes impactos provenientes do asfalto irregular, além de proteger melhor a mercadoria de tais impactos.

Vida a bordo na cabine

Quem viajar a bordo do Axor 1933 vai se deparar com um novo interior. O caminhão recebeu novos revestimentos de tecido lavável. Possui teto com escotilha de série, assim como ar-condicionado. Mas para o cliente que optar pelo climatizador, a empresa pode montá-lo como um opcional. O trio elétrico também é de série.

A ampla cabine permitiu espalhar diversos porta-objetos e, na área de descanso, para quem optar pela versão com cabine leito, há porta-toalhas, cabideiro e porta-revista. O ambiente de descanso e de trabalho está dividido por uma cortina. A cama king-size (mas para tal é preciso rebater os bancos) é revestida com um tecido que pode ser tirado para lavagem simples na máquina de lavar. O banco com suspensão pneumática recebeu três novas regulagens de profundidade, altura e regulagem lombar.

O Axor 1933 pode trafegar com bravura pelo perímetro urbano, fazendo o transporte de combustível, assim como pode rodar nas mais longas distâncias rodoviárias, graças aos equipamentos que possui e suas capacidades técnicas. Nos dois perfis de operação, ele se mostra ágil não apenas pelo motor, mas também pelas suas dimensões e pela baixa tara de 6 169 kg – o que o permite levar mais carga.

Os principais concorrentes

Como já citado, os principais competidores do Axor 1933 são o Constellation 19.330 e o Ford Cargo 1933, ambos com configuração de tração 4×2. O modelo da Volkswagen é equipado com motor Cummins ISL de 330 cv a 2 100 rpm e torque de 147,9 mkgf de 1 000 a 1 500 rpm. Assim como o seu conterrâneo alemão, ele também é equipado com uma transmissão automatizada ZF de 16 velocidades. A VW o indica nas aplicações do tipo basculante, carga seca, furgão, frigorífico, transporte de grãos, plataforma, sider, tanque e transporte de veículos (cegonheiro). Por isso, oferece a opção de cabine leito teto baixo.

O representante da Ford também está disponível com motor Cummins ISL com potência de 334 cv a 2 100 rpm e torque de 132,6 mkgf de 1 000 a 1 500 rpm. Sua caixa ainda é mecânica, uma Eaton FTS-16112 L de 13 velocidades. O modelo pode ser ter cabine simples ou leito e atende aos mais diversos segmentos, assim como seus concorrentes.