Vender caminhões no Brasil sem condições de ser financiado pelo Finame (programa do BNDES de financiamento com juros subsidiações pela Nação) é uma missão quase impossível. Por isso, qualquer marca que queira vender no Brasil precisa ter um bom plano de nacionalização, com índice de 60% de conteúdo feito no país. Alguns modelos do MAN TGX e do Actros tem grande rejeição no mercado não porque os produtos foram reprovados pelos clientes, mas, exatamente, por não ter ainda o índice de nacionalização exigido pelo BNDES.
Segundo a Mercedes-Benz, o seu modelo Actros 2646 6×4, para aplicações rodoviárias, acaba de conseguir ser aceita para financiamento pelo FINAME em até 80% do valor do veículo. Os caminhões com 60% de conteúdo fabricado no Brasil contam com 100% (no caso de autônomo) e 90% (no caso de empresas de pequeno e médio porte) e 80% (grandes empresas) do valor do veículo aceito para financiamento pelo Finame com juros de 6% ao ano.
Segundo o presidente da Mercedes-Benz do Brasil, Philipp Schiemer, a previsão no cronograma do Actros 2646 estava para 2015, mas a empresa conseguiu antecipar.
A primeira etapa do programa de nacionalização progressiva do Actros, em 2013, envolveu elementos do quadro do caminhão, sistema de exaustão, rodas e pneus. Agora estão nacionalizados uma série de itens para componentes como a suspensão a ar, eixos Mercedes-Benz nacionais sem redução nos cubos, sistema pneumático de freio, bancos pneumáticos e sistema elétrico. Nesse contexto, devido ao alto grau de tecnologia eletrônica do veículo, a empresa implantou um novo processo de manufatura para o chicote modular que é pioneiro na produção de caminhões na Mercedes-Benz do Brasil.
A terceira e última etapa do programa de nacionalização progressiva do Actros, prevista para 2015, englobará a produção local do motor OM 457, do sistema de combustível e do sistema de direção hidráulica. O Actros é fabricado na planta da Mercedes-Benz em Juiz de Fora, MG.