As vendas da chamada geração PGR encerraram no início de outubro e as vendas da nova geração Scania começaram no último dia 29 de outubro para as entregas começam em fevereiro de 2019. Segundo Silvio Munhoz, diretor de vendas de veículos da Scania Brasil, somente nos dois primeiros dias da abertura das vendas da nova geração, já foram feitos 300 pedidos. 

Mesmo custando de 10% a 15% mais cara que a geração que fica, Roberto Barral, vice-presidente de operações da Scania Brasil, acredita que a marca poderá crescer de 10% a 20% em 2019. Isso depois ter crescido 61,3% este ano no período de janeiro até setembro. 

A briga no segmento premium de caminhões pesados promete ser mais acirrada a partir do final deste ano. Em escala global, a Scania consolidará o fornecimento da nova geração de caminhões, tendo o Brasil também como localização estratégica na fabricação dos novos modelos.

Para isso foi feito um investimento de 2 bilhões de euros (cerca de R$ 8,6 bilhões) para a nova geração e no sistema global de produção, mais R$ 2,6 bilhões na construção de uma nova fábrica de cabines em São Bernardo do Campo (SP) e a preparação da América Latina para este lançamento, informa Christopher Podgorski, presidente da Scania na região. Este investimento vai até 2020, pois ainda há muitas versões a serem lançadas ao longo dos dois próximos anos.

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Scania Truck Range
Södertälje, Sweden
Photo: Dan Boman 2017

Diferentemente de como foi feito na Europa, todos os modelos de cabine (P, G, R e a inédita S) vão ser lançados ao mesmo tempo junto com uma nova geração de motores e tantas outras melhorias no trem de força e chassis. E ainda há o kit XT para aplicações severas.

A carteira de pedidos será aberta na última semana de outubro para faturamento em fevereiro de 2019. As combinações de modelos e teto permitem agora ampliar de sete para 19 diferentes especificações de cabine.

Até lá, os clientes poderão continuar fazendo pedidos da geração atual.

Segundo Silvio Munhoz, diretor comercial da Scania no Brasil, não há uma data pré-definida para encerrar a produção dos modelos atuais e que isso será feito assim que os clientes encerrarem os pedidos para a geração nova, que vai custar de 10% a 15% mais cara.

Como a economia ocorre

Se os novos Scania vão custar mais caros, a marca promete que a nova geração está até 12% mais econômica do que a anterior graças às melhorias em cabine e trem de força. Esses 12% se baseiam na economia de 8% proporcionados pelo novo sistema de injeção de diesel de alta pressão e múltiplos pontos dos novos motores (XPI), 2% da aerodinâmica da cabine e 2% do novo sistema que reduz em 45% o tempo das trocas de marchas da caixa Opticruise. Isso ocorre graças ao sistema de freio de engrenagens da transmissão, o que também contribui para manter a pressão do turbo do motor.

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A redução de consumo tem impacto também nas trocas de óleo em até 9 mil litros de diesel considerando uma aplicação rodoviária de longa distância e após 150 mil km por ano.

Segundo Celso Mendonça, gerente de pré-venda da Scania, os novos caminhões não foram projetados apenas para serem mais econômicos. São também mais robustos, seguros, com melhor ergonomia e fáceis para manutenção. A maior facilidade de manutenção está no sistema modular que torna o reparo mais fácil em caso de acidente.

A maior segurança vem da utilização de aço mais resistente, do novo posicionamento do eixo dianteiro e do posto do motorista. Vale destacar também que é o primeiro caminhão no mundo a oferecer airbags laterais. É bom lembrar que o tombamento é o tipo de acidente que mais faz vítimas nas ocorrências envolvendo caminhões.

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Para melhorar o espaço interno, foi feito o acréscimo de 5 cm na largura e 10 cm na altura do teto padrão e 16 cm no teto alto. A posição do motorista está 65 cm mais próxima do para-brisa e 20 cm deslocado para a esquerda. O painel de instrumentos também está mais baixo, o que permitiu uma área envidraçada maior e de melhor visibilidade. O centro de gravidade também está mais baixo, contribuindo para maior estabilidade nas curvas e frenagens, e melhor experiência de condução. O eixo dianteiro está 5 cm para frente. Com todas essas alterações, segundo Mendonça, um cavalo mecânico 4×2 com cerca de 40 toneladas de peso e a uma velocidade de 80 km/h, reduz o espaço de parada total em 5%.

Nem um componente da geração atual de cabines foi aproveitado para o desenvolvimento da nova, garantem os executivos da Scania. O grande destaque é a nova cabine S voltada para o máximo conforto em viagens de longas distâncias.

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Os espelhos retrovisores nas cabines R e S tem a função de grande angular, são ajustáveis eletronicamente e contam com amortecimento de vibrações. Também estão pré-preparados para receberam câmeras.

As cabines R e S se destacam também pelo maior número de porta-objetos

Elas, por exemplo, contam um porta-objetos lateral externo com uma abertura de 41 cm por 57 cm que pode também ser acessado pelo interior da cabine. Outro diferencial é a segunda cama opcional. A S ainda conta com o isolamento de ruído reforçado e piso plano sobre o vão do motor.

Para todas as cabines há diversas possibilidades de configurações interna e o padrão dos materiais de acabamento são similares e resistentes a riscos. Os controles instalados na porta do motorista contam com mais funções e estão preparados para suportar água e poeira.

Para comunicação e entretenimento há duas opções de sistemas multimídia, com telas de 5 ou 7 polegadas e comandos também no volante multifunções, além de conexão via bluetooth para até dois aparelhos e microfone escondido no teto. Há entradas USB, AUX e duas outras para câmaras de vídeo que podem ser instaladas atrás do cavalo mecânico e do semirreboque. Opcionalmente, pode ser solicitado televisor na área da cama.

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Para melhor conforto, o sistema de ar-condicionado é novo (opções de controle manual e automático), como menor consumo de energia devido ao melhor isolamento das cabines.

Serão três opções de teto: baixo (altura interna de 1,50 m), padrão (1,81 m) e alta (2,07 m). O teto baixo estará disponível para as cabines curtas (P e G), estendidas (P, G e R) e leito (P, G e R). O teto padrão para as cabines estendidas (P, G, R e S) e leito (P, G, R e S) e a alta somente para leito (P, G, R e S). Nesse quebra cabeça entre comprimento, altura e tipo de cabine é que se chega à 19 possibilidades de configurações.

Cresce também as opções de entre-eixos de cinco para 26: de 2.950 mm até 6.550 mm. As opções de configurações de eixos também subiram de sete para 14, desde 4×2, 4×4 até 10×4*6 (dois eixos dianteiros direcionais, dois eixos de tração e último eixo com rodado simples.

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Scania R 730 6×2 bulk with drawbar trailer
Borås, Sweden
Photo: Dan Boman 2016

Motores

Para os caminhões semipesados, há o inédito motor de 7 litros, ampliando agora para quatro opções (7, 9, 13 e 16 litros), totalizando 11 opções de potências. Com o motor de 7 litros, a Scania quer ser mais competitiva no segmento de semipesados 4×2 e 6×2. Ele estará disponível nas potências de 220 cv (101 mkgf de torque), 250 cv (112,17 mkgf) e 280 cv (122,37 mkgf). O motor de 9 litros conta com as potências de 280 cv

(142,76 mkgf), 320 cv (163,15 mkgf) e 360 cv (173,35 mkgf). Para o motor de 13 litros, as potências são de 410 cv (219,24 mkgf), 450 cv (239,63 mkgf), 500 cv (260,03 mkgf) e 540 cv (275,32 mkgf). O motor de 16 litros V8 conta apenas com a potência de 620 cv (305,91 mkgf) no Brasil.

A potência de 540 cv é inédita mundialmente e uma evolução do motor de 510 cv lançado durante a última Fenatran juntamente com o de 450 cv. Na Europa, ainda há as potências de 370 cv, 520 cv, 580 cv, 650 cv e 730 cv.

Visando atender clientes mais comprometidos com sustentabilidade ambiental, a Scania também lança com a nova geração os motores movidos a bioetanol e gás biometano. Esses modelos estão em fase de homologação com o governo brasileiro, e, por isso, suas vendas começam a serem feitas a partir do segundo semestre de 2019. Mas já neste ano uma unidade do R 410 6×2 a gás começa a rodar em teste com indústria de suco de laranja, a Citrosuco. 

Os motores movidos a bioetanol são DC09 de 280 cv (142,76 mkgf) e DC13 de 400 cv (219,24 mkgf). As opções movidas a biometano são OC09 de 280 cv (137,66 mkgf) e 340 cv (163,15 mkgf), e o OC13 de 410 cv (203,94 mkgf). Vale observar que os motores com esses combustíveis têm o torque muito similar aos dos propulsores a diesel.

Ainda há muitas novidades para falar e conhecer sobre a nova geração de caminhões. A TRANSPORTE MUNDIAL continurá buscando informações para divulgar aqui e também com conteúdo exclusivo para a versão impressa.

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Marcos Villela
Jornalista técnico e repórter especial no site e na revista Transporte Mundial. Além de caminhões, é apaixonado por motocicletas e economia! Foi coordenador de comunicação na TV Globo, assessor de imprensa na então Fiat Automóveis, hoje FCA, e editor-adjunto do Caderno de Veículos do Jornal Hoje Em Dia e O Debate, ambos de Belo Horizonte (MG).