O-500 é superarticulado produtivo de R$ 900 mil

A criatividade da engenharia brasileira é cada vez mais notória, ainda mais quando o tema é mobilidade urbana. E, nesse quesito, a Mercedes-Benz ganha boas notas de inovação com o chassi O-500 UDA. Lançado em 2012, o modelo inaugurou uma categoria de veículos direcionados ao transporte urbano de passageiros, o de superarticulados. 

Posicionado entre os veículos articulados, a partir de 18,6 m, e os biarticulados, de 26 m, o superarticulado tem como diferencial os 4 eixos, sendo o último direcional, o que possibilita a instalação de carrocerias de até 23 m. Na unidade testada, o chassi é encarroçado pela fabricante Caio Induscar. Algo a se destacar sobre essa composição de eixo é o maior ponto de apoio no solo.

Esse chassi Mercedes-Benz 8×2 é oferecido ao mercado nas versões UDA de piso baixo, com capacidade para transportar 170 passageiros, e na versão MDA de piso normal, capaz de transportar até 220 passageiros.
Outros predicados técnicos do modelo são o motor traseiro e a suspensão a ar. O motor instalado na parte traseira do veículo é um conforto a mais para o motorista, que fica longe do ruído, além de dar mais espaço na estação de trabalho ou mesmo na parte frontal do salão de passageiros.

OPÇÃO QUE DEU CERTO
O O-500 UDA atende aos sistemas de transporte coletivo urbano de alta demanda: como corredores, faixas exclusivas e BRT para pontos de embarque ao nível da calçada. Desde o seu lançamento, em 2012, já foram vendidas 1 000 unidades, das quais 80% estão rodando em São Paulo.

Uma das razões para tamanha procura desse modelo é por ser uma opção rentável do ponto de vista operacional durante todo o período de sua utilização, e não apenas nos horários de pico, como se imagina quando se trata de veículos dessa natureza. Quem explica isso é João Carlos Vieira de Sousa, diretor técnico da empresa Cidade Dutra, operadora que possui 54 unidades do O-500 UDA e que este ano comprou mais 30 veículos, que ainda estão sendo entregues.

Os ônibus da Cidade Dutra operam em quatro terminais de grande concentração de passageiros da capital paulista, sobretudo nos horários de pico: partem de Parelheiros e Grajaú com destino a Santo Amaro e Terminal Bandeira. Para se ter ideia do alto fluxo de passageiros nos horários de pico, no primeiro horário, entre 4h30 e 5h da manhã, a cada quatro minutos, ônibus são liberados da garagem para atender os terminais.

“Esses veículos transportam cerca de 200 passageiros por carro, mas graças ao comportamento deles nos corredores, mesmo fora dos horários de pico, atendem à demanda por serem ágeis. A boa manobrabilidade, muito em função do último eixo direcional, permite ao veículo sair de um terminal ou fazer uma ultrapassagem mais agilmente em um corredor”, explica Sousa.

O arranjo técnico também agrada o motorista e o operador. É equipado com motor OM-457 LA, de 354 cv a 2 000 rpm e torque de  163,2 mkgf a 1 100 rpm – capaz de operar com desenvoltura por corredores, não só pela velocidade média, mas também pela força na hora de arrancar, graças às respostas rápidas. A transmissão automática da versão avaliada é a Voith de 4 velocidades. Porém, a Mercedes também tem a opção da caixa ZF Ecolife, de 6 marchas.

No corredor ABD, no trecho entre São Bernardo e Santo André, por onde rodamos com o veículo, destaque para a suspensão ar, pois mesmo quem viaja em pé, não sente os impactos do solo. Graças à transmissão automática aqueles trancos comuns às trocas de marcha não existem. Ganha com isso o passageiro e também o operador, o que representa menos fadiga e mais atenção à direção.

Graças ao freio retarder, adicional ao freio-motor Top Brake Mercedes-Benz, o motorista em nenhum momento precisa colocar o pé no freio, porque o componente segura bem o veículo e sem impactos. A parte traseira do veículo fica um pouco comprometida pelo espaço, já que o motor fica localizado no canto esquerdo, e por causa disso gera um ruído um pouco maior, em relação às outras áreas do salão. No que se refere à manutenção, pelo fato de o motor estar na posição longitudinal, fica mais fácil ter acesso aos componentes mecânicos.

Para grandes cidades, com muita concentração de passageiros, e que tenha corredores, o O-500 UDA 8×2 pode ser alternativa ajustada, porque atende às altas demandas e graças às dimensões não sobra nos horário de menor concentração.

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