A convite da Mercedes-Benz do Brasil, a TRANSPORTE MUNDIAL foi Rio de Janeiro conhecer a implantação do BRT (Bus Rapid Transit) na cidade carioca e os preparativos do sistema para atender aos Jogos Olímpicos 2016.
Atualmente, o BRT transporta cerca de 450 mil passageiros por dia/sentido em dois corredores: Transoeste, inaugurado em 2012, com 52 km e 57 estações, ligando a Barra da Tijuca a Santa Cruz e Campo Grande; e Transcarioca, inaugurado às vésperas da Copa do Mundo de 2014, com 39 km, 47 estações e cinco terminais, interligando 27 bairros, a Ilha do Governador e, principalmente, o Aeroporto Internacional do Galeão. Assim, o Rio de Janeiro é a única das grandes capitais com acesso ao seu maior aeroporto via transporte público rápido por R$ 3,80, solução que a maior cidade da América Latina não conseguiu até hoje.
Até o início dos Jogos Olímpicos, previstos para começarem no dia 5 de agosto, o sistema ganhará o seu terceiro corredor, o Transolímpica, além da ampliação do Transoeste para até o Jardim Oceânico, no início da Barra da Tijuca, integrando o BRT com a Linha 4 do metrô e a zona sul do Rio de Janeiro. Para 2017 está previsto o início do quarto corredor, o Transbrasil. Segundo o gerente de operações do BRT Rio, Alexandre Castro, quando tudo estiver pronto, serão cerca de 1,5 milhão de passageiros transportados por dia/sentido.
Todas essas ampliações têm demandado aumento da frota de ônibus e, com isso, o Consórcio BRT Rio está comprando mais 158 ônibus, sendo 50 do modelo superarticulado Mercedes-Benz O 500 MDA piso alto, 23 metros de comprimento e capacidade para até 220 passageiros. A frota atual do BRT é de 367 ônibus, sendo 271 unidades da marca Mercedes-Benz nos modelos superarticulado, articulado e padrons.
O 500 MDA E A CONCORRÊNCIA
O superarticulado da Mercedes-Benz é a resposta da montadora alemã para competir com os modelos biarticulados da Volvo (B340M e B360S) e Scania F 360HA 8×2. Apesar da capacidade menor em número de passageiros (máxima de 220 contra a máxima de 270 dos biarticulados), o Mercedes O 500 tem soluções interessantes, com o chassi com quatro eixos, sendo o último direcional, o que facilita a manobra em espaços apertados.
Outra vantagem verificada é que os dois eixos na segunda parte da composição garantem maior estabilidade na articulação, o que se traduz em maior conforto para os passageiros. Em termos de motor, câmbio, suspensão, equipamentos de segurança, as três marcas apresentaram características muito próximas e bastante avançadas, lógico, cada uma com suas particularidades. A Mercedes-Benz já vendeu mais de 1 000 unidades do seu superarticulado, sendo 90% para rodar nos corredores da cidade de São Paulo.
CENTROS DE OPERAÇÕES DO BRT
O segredo para o sucesso de qualquer transporte público de massa é o seu fluxo contínuo. Por isso, o Consórcio BRT Rio investiu R$ 12 milhões no seu Centro de Operações, instalado no Terminal Alvorada, na Barra da Tijuca. O investimento foi feito na edificação que abriga cerca de 100 funcionários em três turnos, mas, principalmente, em tecnologia. São 600 câmaras nas estações e duas em cada ônibus que transmitem imagens ao vivo 24h sete dias por semana.
Pelas câmaras, por exemplo, os gestores podem notar que uma determinada estação está mais cheia do que o esperado e, então, colocar mais ônibus para atender determinado corredor. Por meio de GPS, o centro de operação controla os intervalos entre os ônibus, que é de dois minutos no horário de pico e no corredor de maior demanda e até 15 minutos no corredor que atende o Aeroporto Internacional do Galeão.
OS NÚMEROS DA MERCEDES-BENZ
Segundo o diretor de vendas e marketing da Mercedes-Benz, Walter Barbosa, nos últimos anos, a fabricante cresceu a sua participação de mercado no Brasil de 44,1% para 55,3%, considerando os segmentos nos quais ela atua, que são de ônibus acima de 8 toneladas de PBT (Peso Bruto Total). Se considerar apenas o mercado de ônibus urbano, a participação da empresa é de 71,6% e, nos rodoviários, de 56%. E, no mercado do Rio de Janeiro, a sua penetração é bem maior, sendo de mais de mais de 80%, deixando bem para trás a marca segunda colocada, a Volkswagen que, inclusive, possui fábrica em Resende, no Estado do Rio de Janeiro.
A Mercedes-Benz, como a Volvo, possui uma área de engenharia de vendas exclusiva para prestar assessoria as cidades na implantação do BRT. A Mercedes, por exemplo, está presente nos principais BRTs no mundo, como nesse do Rio, São Paulo, Belo Horioznte, Brasília, Curitiba (no Brasil), Bogotá (Colômbia), Santiago (Chile), México, Turquia e África do Sul. “Com o BRT, a população passa a contar com mais qualidade de vida, graças ao transporte mais rápido, confortável e seguro, o que resulta em ganhos significativos para a mobilidade urbana. Os custos de implantação são até dez vezes menores que o de trem ou metrô, e o prazo é de um terço desses outros modais”, conclui Gustavo Nogueira, gerente de marketing BRT da área de ônibus da Mercedes-Benz do Brasil.
