O curso natural das coisas

114

Depois de um início de ano conturbado, com tantas manifestações e protestos que insistem em permanecer acontecendo pela indignação do povo brasileiro, vemos um início de governo da Dilma enfraquecido e quase de joelhos diante do poder legislativo. Parece até que mudamos nosso sistema de presidencialismo para parlamentarismo, com direito a um primeiro-ministro, tamanho o poder do presidente da câmara dos deputados.

Isso tem apontado para um cenário de grandes embates e muita dificuldade de conseguir aprovar as medidas necessárias para que a economia comece a dar indícios de recuperação. Mas, como somos brasileiros e temos uma capacidade enorme de nos adaptar às novas situações, podemos enxergar um cenário promissor, apesar de muito distante e de longo prazo. Algumas coisas precisam e começam a acontecer.

O governo pretende incrementar os programas conhecidos por PAC2 e PIL (Programa de Investimento em Logística), que na verdade, desde sua criação, nunca chegaram aos níveis prometidos de volume de investimentos, não passando de pífios 2% do PIB, o que, na prática, mal dá para manutenção de portos, aeroportos, ferrovias e rodovias. O ideal seria algo perto de 5% do PIB, para que pudéssemos ver um real crescimento da capacidade da nossa infraestrutura.
Podemos acreditar que aconteça.

O governo precisa recuperar a credibilidade e criar um ambiente favorável para que as empresas voltem a investir em seus negócios. Por pior que seja o momento, não será eterno, e o curso natural das coisas levará o mercado a se acomodar e começar a traçar novas perspectivas para um futuro mais promissor. O importante é tirar proveito dessa situação de crise e ficar alerta para conduzir nossos negócios pautados em eficiência sobrenatural com relação aos custos e maximização do faturamento, pois é nesse momento de crise que aparecem muitas oportunidades.

O Brasil já atravessou diversas crises econômicas e políticas, talvez sem tanto destaque internacional como essa que vivemos. A operação Lava Jato lança uma esperança aos cidadãos de bem, em acreditar que podemos ser um país viável, e que o crime de corrupção deve ser punido exemplarmente. O rio corre para o mar… logo, os problemas que vivemos hoje serão muito pequenos diante da grandeza do nosso país.