Os motoristas sempre serão os principais responsáveis pela condução segura dos caminhões, mas a tecnologia é, cada vez mais, um fortíssimo auxiliar nessa tarefa, principalmente, quando se trata de um Volvo.
Entre as novas tecnologias, está o piloto automático adaptativo (conhecido pela sigla em inglês ACC — Adaptive Cruise Control) que passará a ser obrigatória na Europa a partir de 2018, e já é oferecida no Brasil pela Volvo, no FH, e pela Mercedes-Benz na versão de cabine Megaspace Segurança do Actros.
Não deve-se confundir o ACC com o piloto automático que hoje já existe em quase todos os caminhões Euro 5 fabricados no Brasil graças à introdução de mais eletrônica em seus sistemas. Esse piloto automático convencional apenas mantém uma velocidade constante do caminhão conforme programação feita pelo motorista, possibilitando que a viagem seja menos cansativa e o consumo de diesel, menor, por não ter as variações de acelerações.
O ACC, além de cumprir essa função do piloto automático convencional, ele tem também controle sobre os freios e sobre o câmbio automatizado. Também conhecido como piloto automático inteligente, o ACC conta com um radar Doppler no para-choque dianteiro que ajuda o condutor a manter o caminhão a uma distância constante e segura do veículo que se encontra à frente. Assim, ele reduz o risco de, em caso de distração do motorista ou em uma situação inesperada, o condutor do caminhão colidir com um veículo que está trafegando em uma velocidade menor à sua frente. O equipamento emite sinais para alertar o motorista e, caso necessário, o próprio sistema aciona freio-motor, retarder e, se necessário, os freios de serviço por meio do EBS (Sistema Eletrônico de Frenagem) para diminuir a velocidade.
No caso do ACC da Volvo, ele recebeu uma evolução e, para evitar a colisão, os freios são acionados fortemente até a parada total do caminhão, e as luzes de freios piscam intermitentemente para alertar os veículos que vêm atrás.
Começo e evolução
O desenvolvimento do ACC começou lá atrás, no início dos anos 2000, pela MAN no modelo TGA, apesar dela ainda não oferecer a tecnologia no Brasil e ter sido uma das últimas a oferecer a tecnologia em larga escala para os europeus. Hoje todos os fabricantes oferecem esse moderno sistema em seus caminhões na Europa, até mesmo, porque precisam estar prontos para atender a legislação europeia.
Porém, grandes evoluções têm sido conquistadas recentemente, não visando apenas a segurança, mas também a economia de combustível. A integração com o GPS tem feito novas tecnologias a trabalhem em conjunto com o ACC. A Scania foi a primeira a fazer a integração com o GPS, resultando em um incremento de 3% na economia de combustível. Em função da topografia da estrada, o sistema escolhe a melhor marcha e rotação para vencer aclives e declives, sempre cuidando da economia e da segurança. Por equanto, só para os europeus, pois, segundo a engenharia da fábrica, o Brasil ainda não tem cartografia com descrição confiável da topografia para o sistema funcionar adequadamente.
Já a Volvo lançou no Brasil, na sua linha FH 2015, o I-See que tem a mesma função do sistema da Scania. A diferença é que o I-See, na primeira viagem, “aprende” a topografia da estrada e, a partir da segunda viagem, já consegue fazer melhores escolhas de marchas e rotações do motor para buscar uma maior eficiência.
No último Salão de Hannover, no final do ano passado, a MAN apresentou a sua nova geração do ACC, batizada de Efficient Cruise. O New Actros também já conta com uma nova evolução do seu piloto automático inteligente, chamada de Predictive Powertrain Control, que também faz a gestão do sistema EcoRoll que coloca o câmbio automatizado em neutro em situações seguras para aumentar a economia de combustível. E, também para antecipar-se ao atendimento dessa legislação, a DAF também lançou uma versão especial do XF batizada de Safety Edition, equipada com ACC, sistema anticolisão (FCW) e de frenagem de emergência potencializada (AEBS).
