Iveco e estudantes debatem o futuro do ônibus em 2030

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Com o desafio de imaginar como será o ônibus em 2030, a Iveco Bus convidou estudantes de Design da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) para se reunirem com engenheiros da fabricante e gestores de órgãos públicos de transporte coletivo para uma oficina de ideias denominada “Próxima Parada 2030 – O Futuro Já começou”, em Sete Lagoas (MG).

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Apesar de ainda ter um portfólio pequeno de modelos de ônibus, a Iveco Bus é a segunda marca que mais cresce (43,1% no acumulado deste ano) no Brasil. Ela cresceu menos se comparada com a Scania (76,9%). Para se ter uma ideia, o mercado, incluindo todas as marcas, apresenta queda de 4,4% no acumulado deste ano.

Este crescimento tem gerado entusiasmo entre os executivos da Iveco Bus. “Os debates sobre o assunto ultrapassaram os limites do nosso segmento. É por isso que essa troca de ideia (oficina Iveco Bus Experience) é tão importante para desenharmos o ônibus do futuro”, destaca Humberto Spinetti, diretor de negócios da Iveco Bus para a América Latina.

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Para Gustavo Serizawa, gerente de marketing da Iveco Bus, a iniciativa amplia a discussão sobre o desenvolvimento dos veículos de transportes urbanos, inclusive, com relação a inclusão dos portadores de deficiência física. “Sob uma abordagem sustentável, observamos a necessidade do desenvolvimento de novas exigências que atendam uma população cada vez mais idosa e com indivíduos que possuem dificuldades de locomoção”, comenta Serizawa.

Parte das ideias apresentadas pelos participantes, na verdade, já são realidades em ônibus na Europa e presentes em aviões (veja boxe). Entre elas, estavam o sistema de entretenimento em cada poltrona para ônibus rodoviários, uso de materiais mais leves, carregadores de celulares em cada poltrona (já é realidade na Pássaro Marrom e Litorânea), uso de motores com emissão zero, melhor acessibilidade etc.

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Acessibilidade será uma preocupação com a população mais idosa

Assim, a cápsula do tempo com a ideias surgidas na oficina foi depositada no Complexo Industrial da Iveco em Sete Lagoas (MG) com esboços e sugestões sobre como será a evolução dos ônibus. “Daqui a 13 anos a estrutura será retirada e a próxima geração saberá se acertamos ou não nas projeções para um transporte mais inteligente”, finaliza Spinetti.

Ônibus do futuro da MB 

Na Europa, um protótipo do ônibus do futuro da Mercedes-Benz já está em teste em corredor de BRT (Bus Rapid Transit) em Amsterdã, na Holanda. A marca alemã acredita que o lançamento comercial dele poderá ocorrer entre 2021 e 2022. No mesmo conceito dos automóveis e caminhões semiautonômos, o ônibus futurista da fabricante dependerá da implantação de uma infraestrutura confiável e da adequação das legislações aos tempos modernos.

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Dotado de tecnologias de gerenciamento de condução inteligente, com o uso de sofisticados sistemas de câmaras, radares e eletro-hidráulico, o ônibus do futuro tem o objetivo de tornar o transporte urbano mais econômico e seguro, além de mais agradável aos passageiros.

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A tecnologia pode ser aplicada nas diferentes formas de propulsão, como motor diesel, a gás, elétrico, híbrido ou a futura célula de combustível. A economia de combustível vem, além de uma condução conforme os parâmetros de economia, por meio da comunicação com os semáfaros, que farão com que o ônibus não percam muito tempo nos cruzamentos; evitando o alto consumo de combustível gerado em partidas, e tornando as viagens mais rápidas.

A segurança é garantida pelas câmaras e radares que podem detectar um veículo parado ou pedestre atravessando a via até 200 metros adiante. O conforto para os passageiros, além da viagem mais rápida, se dará por velocidades mais regulares, sistemas de entretenimento internos, ambiente mais agradável, por uso de ferramentas, design e iluminação superior.

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Outra vantagem é que o estacionamento no ponto de ônibus será feito de forma autônoma, sempre a uma distância de 10 cm da calçada, garantido um embarque e desembarque mais confortável e seguro. A presença do motorista na condução continuará sendo obrigatória, e ele pode assumir a condução do ônibus sempre que quiser. Para o condutor, a jornada de trabalho será menos estressante, pois não precisará acelerar, frear ou mudar de marchas constantemente, apenas em condições específicas e em caso de emergência.

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Marcos Villela
Jornalista técnico e repórter especial no site e na revista Transporte Mundial. Além de caminhões, é apaixonado por motocicletas e economia! Foi coordenador de comunicação na TV Globo, assessor de imprensa na então Fiat Automóveis, hoje FCA, e editor-adjunto do Caderno de Veículos do Jornal Hoje Em Dia e O Debate, ambos de Belo Horizonte (MG).