Os feitos da Freight

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A grife Freightliner é dona de modelos como Century Class, Columbia e Cascadia

A grife Freightliner é dona de modelos como Century Class, Columbia e Cascadia

Hoje, a Freightliner, que pertence ao grupo Daimler Trucks North America, é a maior fabricante de caminhões norte-americana. Dessa união de empresas criada em 2007 sob o guarda-chuva da Freightliner LLC estão integradas as companhias Western Star, Thomas Built Buses, Freightliner Custom Chassis (antes pertencente à Oshkosh) e a Detroit Diesel (motores).

As origens da Freightliner data dos anos 1930, quando a importante empresa de transportes Consolidated Freighways, com o objetivo de atenuar a falta de produtos adequados às necessidades de seu negócio, começou a produzir seus próprios caminhões a partir das cinzas da prestigiosa, porém, arruinada Fageols.

As primeiras unidades Freightliner começaram a ser produzidas nas instalações da Fageols, em Salt Lake City, em Utah. Pouco depois da Segunda Guerra Mundial, precisamente em 1949, que a Freightliner se mudou para suas atuais instalações, em Portland, no Oregon.

Lá, os primeiros modelos produzidos foram para o próprio uso da Consolidated Freighways. Contudo, a capacidade de produção excedeu havendo a necessidade de passar a comercializar os caminhões no mercado. A companhia Hyster foi a primeira cliente da Freightliner, e o feito foi de tamanha magnitude na história norte-americana de veículos comerciais que esta primeira unidade se encontra atualmente exposta em Smithsoniam Museum, de Washington.

A decolagem da Freightliner começou ao fim da Segunda Guerra. No entanto, entre 1939 e 1945 todos os esforços das fabricantes de caminhões em território estadunidense era produzir modelos de veículos que atendessem a indústria bélica, ou seja, as marcas se concentraram na produção maciça de veículos militares e com a Freightliner não foi diferente.

Ao final da Guerra, graças aos seus esforços em atender as demandas do mercado, foi que a Freightliner se consolidou havendo então a necessidade de incrementar sua capacidade de produção para fazer frente ao aumento da demanda de caminhões e a necessidade de produtos diferenciados para atender as mais diversas modalidades do transporte.

Em 1949, quando a Freightliner se mudou para Portland, a produção da grife praticamente triplicou e com os holofotes todos em sua direção, não demorou muito para acontecer a primeira joint-venture. Em 1951 a marca começou suas negociações com a White Motor, dando lugar a aparição da marca White Freightliner.

Com essa união os objetivos das grifes eram aproveitar suas capacidades de produção e comercialização. De um lado a Freightliner que tinha uma capacidade produtiva bem instalada e de outro a White Motor que mantinha diversos pontos de venda e uma rede de pós-venda bem estruturada.

Esse acordo com a White durou até 1974, coincidindo com a aparição do primeiro modelo convencional da Freightliner que surgia como uma alternativa aos convencionais “cabover” que eram as estrelas da fabricante desde os primórdios.

Mas vale ressaltar que antes da década de 1960, a produção da Freightliner cresceu a um ritmo tão abrupto que houve a necessidade de a marca inaugurar mais plantas, a de Burnaby (que mais tarde, no início dos anos 1980, foi substituída pela fábrica de St. Thomas), Indianapolis, Chino e North Basin. Em 1979, se somaria as fábricas de Mount Holly e Gastonia, ambas cidades localizadas na Carolina do Norte, EUA.

Em 1981, o Grupo Daimler-Benz mostrou seu objetivo de desembarcar em terras norte-americanas e para isso decidiu adquirir a Freightliner e como primeira medida fechou as plantas de Indianapolis e Chino. Depois deu lugar ao consórcio Freightliner LLC, que posteriormente serviria de base para a criação da Daimler Trucks North America em 2007.

Em 1995 houve a aquisição da Oshkosh (hoje Freightliner Custom Chassis) e a partir daí começaram outras aquisições, American LeFrance (1996); a divisão de caminhões da Ford (1997), posteriormente rebatizada como Sterling; Thomas Built Buses (1998) e Western star e Detroit Diesel (2000).

Com a presença da Daimler as novas gerações da Freightliner compartilham dos mesmos componentes do co-irmão vendido do outro lado do atlântico, o Actros. São componentes desenvolvidos sob a filosofia BlueTec.

Nada de convenções

A Freightliner produziu o seu primeiro caminhão dito “convencional”, em 1974, abandonando paulatinamente a produção “cabover” que marcou as suas origens, na década de 1930.

Em 2001, a Freightliner realizou a apresentação do Coronado, um convencional que surgia com o objetivo de dar um toque de modernidade aos amantes de caminhões que têm um gosto mais tradicional.

Mas em 2009, a estratégia da Daimler Trukcs North America mudou de rumo. Ela encerrou a produção do Coronado série classic, até então como era chamado nas versões XL e FLD/SD, dando lugar ao Novo Coronado, trazendo uma nova estética com uma característica mais tradicional e com traços mais aerodinâmicos. Essa filosofia rendeu versões ao modelo para o segmento rodoviário e também para operações severas como construção e serviços municipais.

Aerodinamismo

Como aconteceu com todas as fabricantes norte-americanas com a chegada do século 21, o incremento de custos derivados da crescente no combustível, junto as normas ambientais norte-americana EPA, a Freightliner se viu obrigada a realizar uma aposta em favor do menor consumo de óleo diesel, feito que passou a agregar os modelos rodoviários da marca.

Com isso, a marca reduziu o peso de tara dos modelos, ampliando, assim, a carga útil. O fruto dessa estratégia foi inicialmente às séries Century Class, Columbia e Cascadia – este último oferece diversos tipos de habitáculos e as alternativas motrizes Detroit Diesel DD15 e Cummins ISX15.