Petronas inaugura centro de pesquisa para crescer no Brasil

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Considerando a frota estimada em 65,8 milhões de veículos (de motos a caminhões pesados), além de máquinas agrícolas e de construção, o mercado brasileiro para lubrificantes é bastante considerável, mas também muito competitivo. Por isso e para mostrar como o Brasil e a América Latina são importantes nos planos da estatal malaia Petronas, ela acaba de inaugurar o novo Centro de Excelência e Pesquisa em sua unidade industrial em Contagem (MG). O investimento foi de R$ 20 milhões.

No segmento de caminhões e ônibus, a Petronas já conta com 9% de participação do mercado de lubrificantes. Os veículos da marca Iveco saem de fábrica com o lubrificante Urania, também recomendado pela fabricante italiana na hora da troca nas revisões. Além do Urania, a Petronas produz lubrificantes para diversos outros tipos de motores e máquinas industriais, além de graxas, fluidos de freio e radiadores.  

ISO 17025

O objetivo do investimento é atender o crescimento do setor automotivo e industrial na região, e as demandas dos fabricantes de automóveis, caminhões, ônibus, motocicletas e outros equipamentos. Considerado Centro de Excelência em Pesquisa e acreditado pela certificação ISO 17025, o laboratório também trabalha para formulação de lubrificantes customizados para frotistas.

Exemplo: lubrificantes especiais a partir da solicitação de mineradoras que querem que os caminhões rodem o dobro de horas sem fazer a troca de óleo para aumentar a produtividade.  

Brasil na rede global

O laboratório brasileiro se junta à rede de centros de pesquisa e tecnologia da Petronas em todo o mundo, incluindo China, Malásia, África do Sul e América do Norte. Essas instalações têm seu núcleo no Centro Global de Pesquisa e Tecnologia em Turim, na Itália, que foi inaugurado em março deste ano.

Guilherme de Paulabx
Guilherme de Paula, presidente da Petronas para as Américas

 “Acreditamos nas ambições de crescimento do Brasil e estamos comprometidos com a nossa meta em atender às exigências do mercado da maior economia da região”, disse Guilherme de Paula, presidente da Petronas para as Américas.

O Centro de Pesquisa & Tecnologia está estruturado em uma área de mais de 2.400 m² e abriga instalações de última geração, incluindo laboratório acreditado pela ISO 17025, para sua equipe de químicos, engenheiros e técnicos capacitados para executar mais de 105 testes diferentes da ASTM (American Society for Testing and Materiais).

Nos últimos seis anos, a empresa avançou da sétima para a quarta posição entre os principais fabricantes de lubrificantes no Brasil, atrás das marcas da Petrobras, Ipiranga e Mobil. Globalmente, ela é a quinta, atrás da ExxonMobil, bp, Shell e Chevron.

Segundo Guilherme de Paula, ter 9% de participação no segmento de veículos caminhões é bastante significativo considerando que a empresa não conta com rede de postos de combustíveis que fazem a oferta integrada de diesel e lubrificante juntos.

Deve-se considerar também que a maior participação de mercado de marcas como Mercedes-Benz, Volkswagen Caminhões e Ônibus, Volvo e Scania utilizam e recomendam lubricantes de outras marcas, logicamente, cada uma conforme seus acordos comerciais.

850 carretas por mês

Para fazer a distribuição de todos os produtos, a Petronas conta com 20 transportadoras como fornecedoras de serviços: 3 com transporte por caminhões tanques para transferência dos produtos a granel e 17 com caminhões baús, cada uma especializada em uma região do país. Em média, 850 carretas saem carregada da fábrica por mês.

Única fora do Rio

A Petronas entrou no Brasil por meio da aquisição da Tutela Lubrificantes, empresa do então Grupo Fiat, que tinha maior parte dos investimentos concentrados em Minas Gerais para atender a fábrica da Fiat em Betim, região metropolitana de Belo Horizonte. 

A empresa continua sendo a fornecedora da FCA (Fiat Chrysler Automobiles) e também decidiu manter toda a sua base em Contagem, sendo a única do seu segmento fora do Rio de Janeiro. Isso cria para ela grandes desafios logísticos por estar mais distante dos portos do que os concorrentes. 

O presidente da empresa, Guilherme de Paula, garante que estar perto dos principais clientes não é a única razão da empresa se manter em Minas Gerais, mas um conjunto de razões e que os custos logísticos de trazer a matéria-prima até Contagem é compensado com a eficiência na gestão como um todo. Os investimentos no Brasil já acumulam R$ 350 milhões.  

A empresa tem a sua imagem muito ligada à F1 (equipe Mercedes-Benz/Petronas), mas ela reconhece que precisa trabalhar para ser conhecida também fora das pistas de corridas e como fabricante de lubrificantes. 

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Marcos Villela
Jornalista técnico e repórter especial no site e na revista Transporte Mundial. Além de caminhões, é apaixonado por motocicletas e economia! Foi coordenador de comunicação na TV Globo, assessor de imprensa na então Fiat Automóveis, hoje FCA, e editor-adjunto do Caderno de Veículos do Jornal Hoje Em Dia e O Debate, ambos de Belo Horizonte (MG).