Produção volta ao ano de 1999

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A produção de caminhões retrocedeu 16 anos, ao nível de maio de 1999”, disse o presidente da Anfavea (associação das montadoras), Luiz Moan, sobre os números de produção e licenciamento da indústria brasileira de veículos. O retrocesso é tão assustador que, segundo ele, os dados foram checados diversas vezes.

No mês passado foram fabricados 6,2 mil caminhões, 51,4% menos do que em maio de 2014. Nos cinco primeiros meses do ano foram fabricadas 36,3 mil unidades, 46,4% abaixo das 67,6 mil do mesmo período do ano passado.
As vendas ficam 42,4% negativos no mesmo período, com 31,1 mil caminhões emplacados contra 54 mil unidades em 2014. Já comparando o mês de maio com o anterior, as vendas tiveram uma pequena reação, com aumento de 3,9% (6 mil em maio contra 5,8 mil em abril), mas quando comparado com maio de 2014, a queda é de 52,7%. Em maio do ano passado foram vendidos 12,7 mil caminhões.

Em termos de reação positiva no mês de maio, a Agrale foi a que mais cresceu (40%), seguida da Volvo (23,5%), da Iveco (22,4%), da Ford (4,7%) e da Mercedes-Benz (2%). As demais marcas ainda não receberam sinais positivos do mercado e continuam em queda: International (-62,5%), Hyundai (20,3%), Scania (-11,3%), DAF (-11,8%), Iveco (-6,6%) e MAN/VW (-1,5%).

No segmento de ônibus, a produção de chassis chegou a 2,3 mil unidades: elevação de 12,5% em relação as 2,1 mil unidades de abril e redução de 31,6% ante as 3,4 mil de maio de 2014. Até maio deste ano foram fabricados 12,1 mil chassis, o que representa contração de 27,6% na análise contra os 16,7 mil do mesmo período do ano passado.
O licenciamento no acumulado foi de 8,2 mil ônibus, 27,9% menor do que as 11,4 mil do ano passado. Apenas em maio 1,4 mil unidades foram negociadas, o que representa decréscimo de 35,3% em relação às 2,2 mil do mesmo mês do ano passado e baixa de 7% frente às 1,6 mil de abril. 

Apesar desses resultados, o presidente da Anfavea lembrou que a difícil situação econômica do país é conjuntural e que o potencial do país continua grande. Por isso, todos os investimentos das montadoras serão mantidos. Em outras ocasiões, outros executivos já comentaram que as marcas já estão há décadas no país e pretendem ficar outras décadas. Crises econômicas por erros na condução da economia sempre surgirão e apenas ajustes são necessários nesses períodos. 

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Marcos Villela
Jornalista técnico e repórter especial no site e na revista Transporte Mundial. Além de caminhões, é apaixonado por motocicletas e economia! Foi coordenador de comunicação na TV Globo, assessor de imprensa na então Fiat Automóveis, hoje FCA, e editor-adjunto do Caderno de Veículos do Jornal Hoje Em Dia e O Debate, ambos de Belo Horizonte (MG).