Regras claras com antecedência, por favor

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O ideal é que as regras do Finame de 2015 já estivessem sido definidas há alguns meses para que os transportadores pudessem ter planejado as suas compras de caminhões. Porém, como em anos anteriores, até o fechamento desta edição, nada havia sido publicado pelo BNDES. As indefinições sempre têm deixado o setor de transporte rodoviário de cargas ansioso.

Os transportadores ficam aguardando que o banco estatal informe quais serão as taxas de juros e qual percentual de entrada será exigido. É consenso no setor que, independentemente se os juros vão subir ou qualquer outra mudança venha ocorrer, as informações devem ser divulgadas o quanto antes, pois a imprevisibilidade é pior do que uma notícia ruim.

Lógico que todos preferem que as regras do Finame PSI continuem como as de 2014. Porém, como a nova equipe do governo federal já sinalizou que haverá corte nos gastos públicos, dificilmente os juros do Finame de 2015 serão os mesmos 6% de 2014. Especialistas de bancos de montadoras afirmam que o mercado já está esperando uma taxa maior, mas a demora na divulgação prejudica todo o setor. Um fato é que transportadores e fabricantes de caminhões e implementos estão extremamente dependentes do Finame.

Se algum dia o governo não quiser mais essa dependência, que não faça a mudança de um ano para outro, mas de forma progressiva por um período de cinco ou mais anos. Os bancos, principalmente os ligados às montadoras, também precisam criar novas formas de financiamentos, independente da existência ou não do Finame, pois também há muitos transportadores que não conseguem atender as regras do BNDES. Uma dessas alternativas é o leasing operacional, espécie de aluguel do veículo que funciona muito bem em vários países.

Feliz Ano Novo e esperamos todos os leitores e parceiros conosco em 2015!

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Marcos Villela
Jornalista técnico e repórter especial no site e na revista Transporte Mundial. Além de caminhões, é apaixonado por motocicletas e economia! Foi coordenador de comunicação na TV Globo, assessor de imprensa na então Fiat Automóveis, hoje FCA, e editor-adjunto do Caderno de Veículos do Jornal Hoje Em Dia e O Debate, ambos de Belo Horizonte (MG).