Depois das demonstrações no mercado nacional com um ônibus sueco abastecido com biometano e GNV, a Scania, já conta com modelo nacional. O K 280 6×2 possui 15 m, dois eixos direcionais e capacidade para transportar até 130 passageiros foi produzido para ser um modelo de demonstração no Brasil.
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Esse chassi piso baixo, ainda inda tem muitos componentes importados, recebeu uma carroceria Marcopolo Viale BRS possui cinco portas, poltronas estofadas com encosto alto e tomadas USB para todos os passageiros. Para armazenagem do gás, ele possui seis cilindros com capacidade de 200 litros cada foram instalados no teto – razão de a carroceria ter sido reforçada.

Mais dois veículos foram homologados para atuar no Brasil. São os urbanos K 280 4×2, com versões de carrocerias de 12,5 m a 13,20 m de comprimento, capaz de transportar de 86 a 100 passageiros, e que possui motor que desenvolve potência de 280 cv e torque de 137,7 mkgf, e o articulado K 320 6×2/2, de 18 m e capacidade para 160 passageiros. Neste chassi articulado, o motor é de 320 cv de potência e 127,5 mkgf de torque. Ambos os motores são de 9 litros e 5 cilindros do ciclo e trabalham com a transmissão ZF 6AP1200B, EcoLife de 6 velocidades automática. Os chassis são equipados com suspensão a ar, sendo a dianteira com dois bolsões de ar e a traseira com quatro bolsões. 

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Também haverá versão com piso alto, possibilitando que os cilindros a gás sejam alocados abaixo do assoalho. Os modelos equipados com seis cilindros de gás terão autonomia aproximada de 300 km. Mas se a operação demandar mais autonomia, a Scania avalia a possibilidade de implementar mais cilindros. Estimado a custar cerca de R$ 800 mil, ou seja, 20% mais caro em relação a uma versão similar movida a diesel, todas as versões já estão disponíveis para encomendas com previsão de entrega para 2017. 

Numa conta realizada pela Scania após testes aferidos com o modelo sueco – que utiliza o mesmo motor do K 280 –, se estimar que a vida útil do veículo é em torno de dez anos, e que na aferição a versão com combustível alternativo apresentou uma redução de 28% de custo por km rodado com GNV, em cerca de dois anos se paga o ônibus.
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“Desde quando a Scania trouxe o modelo sueco, no fim de 2014, para uma série de apresentações, o veículo, que utiliza biometano, GNV ou uma mistura de ambos em qualquer proporção, vem despertando o interesse da sociedade como uma solução para mobilidade urbana sustentável, considerando os aspectos sociais, ambientais e econômicos”, explica Silvio Munhoz, diretor de vendas de ônibus da Scania no Brasil. “Esse ônibus chama a atenção pela redução de custos operacionais por quilômetro rodado, bem como da poluição sonora e de emissão. Em comparação com um veículo similar diesel, ele emite 85% menos gases poluentes, se abastecido com biometano, e 70% se estiver com GNV”, completa o executivo.

Vale ressaltar, ainda, que esse novo propulsor desenvolvido pela Scania atende à norma Euro 6 e aos limites da  EEV (Enhanced Environmentally Friendly Vehicles ou Veículos Excepcionalmente Compatíveis com o Meio Ambiente).
Outra interessante característica do ônibus de combustível alternativo é a redução de ruído inferior em 20% em relação a um modelo convencional de potência equivalente, movido apenas com diesel.

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NOVA ERA
Comuns na Europa há décadas, ônibus movidos a GNV ou biometano ainda não são realidade no dia a dia do transporte coletivo no Brasil, mas a expectativa da Scania é que este cenário se altere em breve. No passado a Mercedes-Benz chegou a vender, mas houve forte rejeição dos transportadores por causa da infraestrutura de abastecimento, o que impedia a revenda dos ônibus.

APROVADO NOS TESTES
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Para comprovar a viabilidade, a Scania organizou uma série de eventos para mostrar o produto a autoridades, clientes e representes de instituições públicas e privadas. Em deles, totalizando 5 mil km rodado, teve os resultados aferidos pela Netz Engenharia Automotiva. O teste consistiu em colocar o veículo a gás para acompanhar um ônibus similar a diesel (chamada operação sombra) num total de 12 semanas.
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O custo por km do GNV foi de 28% inferior em relação ao diesel, já contabilizando o consumo do Arla 32.