Ser respeitado, quem não quer ser?

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Talvez, na história do setor de transportes, o futuro da profissão de caminhoneiro nunca tenha sido tão discutido como ultimamente. Em qualquer roda de conversa que tenham pessoas do setor de transporte rodoviário de carga, o tema rapidamente surge ao debate. O interessante é que todo mundo tem consciência dos problemas que estão afastando as pessoas dessa importantíssima profissão e ideias do que precisa mudar. Porém, pouco tem sido feito por esses profissionais.
 
Fala-se muito em “apagão de mão de obra” e em milhares de caminhões parados por falta de motoristas qualificados. Um fato importante a ser considerado, porém esquecido, é o rápido crescimento da frota. Se na década de 1990 a indústria vendia uma média de 45 mil caminhões por ano, a necessidade de novos motoristas era uma, e o desânimo com esse trabalho era outro. Porém, a chegada de caminhões novos por ano às ruas e estradas triplicou, além dos caminhões estarem, agora, altamente sofisticados. E a formação de motoristas e os atrativos para os jovens quererem ser caminhoneiros triplicaram?

Os profissionais então desistindo de ser caminhoneiros, e não permitirem que seus filhos sigam a profissão. Sabemos que as estradas não são boas e que os salários não são lá aquelas coisas. Mas o que mais entristece o caminhoneiro é o desrespeito nos locais de carga e descarga, nos postos de combustíveis, nos postos de fiscalização (policial e tributário) etc. Ou seja, vamos começar a mudar essa realidade pelo mais fácil: respeito e tratamento digno que todos os seres humanos merecem. 

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Marcos Villela
Jornalista técnico e repórter especial no site e na revista Transporte Mundial. Além de caminhões, é apaixonado por motocicletas e economia! Foi coordenador de comunicação na TV Globo, assessor de imprensa na então Fiat Automóveis, hoje FCA, e editor-adjunto do Caderno de Veículos do Jornal Hoje Em Dia e O Debate, ambos de Belo Horizonte (MG).