Truckvan amplia uso de baús

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Alcides Braga, presidente da Anfir

Alcides Braga, presidente da Anfir

A Truckvan, pela primeira vez, participou da Fenatran em espaço próprio este ano. E foram dois espaços para mostrar a sua diversidade de produtos feitos a partir de baús. O sócio diretor da empresa, Alcides Braga, que também é presidente Anfir (Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários), concedeu a seguinte entrevista à Transporte Mundial, confira:

Transporte Mundial – Quais são os produtos voltados para o mercado de transporte de cargas?

Alcides Braga – Temos basicamente furgão de alumínio, desde sobre chassi três quartos até semirreboques. Não temos outra atividade para transporte sem ser o baú, mas temos diversas variações sobre rodas que não são somente para cargas. São soluções sobre rodas. Como exemplo, temos unidades móveis para a área de saúde, como atendimento de mamografia, ultrassom, odontologia, oftalmologia, medica laboratorial; para área de eventos, como camarins, carretas com suíte, carretas teatro, museu, exposições, além de uma completa linha treinamento. Já desenvolvemos semirreboques para atendimentos de treinamento do Sesi, Senai, Sesc, Senat e Fatec, com carretas, por exemplo, para capacitação em diversas áreas do conhecimento, de solda a cabeleireiro, cozinha, panificação, entre outras. Este ano foi um ano que entregamos mais de 60 carretas para capacitação. E isso tem promovido muitos resultados de inclusão pelo interior do Brasil, principalmente na área de saúde, promovendo atendimento em cidades que tem dificuldade para esses exames.

Transporte Mundial – A área de segurança pública é um novo segmento de atuação da Truckvan?

Braga – Sim. Este ano entramos no setor de segurança e defesa. Temos um contrato de 54 unidades com o exército brasileiro, de ‘shelters’, que são bases de comunicação estratégicas. Temos as unidades POE (Plataforma de Observação Elevada) vendidas para o Ministério da Justiça. Trata-se de um veículo extremamente tecnológico, com um mastro telescópico de 15 m de altura, com 14 câmaras, sendo uma térmica militar americana. As unidades POE monitoraram as seis sedes da Copa das Confederações, na verificação e controle das aglomerações de pessoas. Nela, o policial tem uma ferramenta de averiguação, checagem de todo o ambiente e com os recursos para indicar reações. A unidade também grava todas as imagens para fins investigatórios. É uma linha nova na empresa que começou este ano, mas começou muito quente, com um sentimento de muita vocação. A gente teve um retorno muito positivo desses dois grandes contratantes, o Ministério da Justiça e o exército brasileiro.

Transporte Mundial – Qual a perspectiva para 2014?

Braga – Ano após ano, nesse negócio, temos crescido de 35% a 40% ao ano. E não conseguimos imaginar conseguir manter esse patamar de crescimento. Estamos investindo em fábrica. Em agosto, inauguramos outra fábrica. São duas fábricas e a da Fernão Dias nós dobramos a capacidade dela no meio do ano. A nossa perspectiva do ano que vem é que ele seja muito cheio também, muito intenso, com a chegada de novas aplicações, como, agora, os “food trucks”, de comida de rua, que está sendo regulamentado pela prefeitura de São Paulo. Já estamos tendo muitos pedidos de orçamento. Então esses novos nichos estão surgindo, temos que ter capacidade e competência de atendê-los.

Transporte Mundial – O aumento das restrições aos caminhões nas cidades vem crescendo o mercado para comerciais leves chassi cabine, o que demandaria também mais baú como implemento. Como está este tipo de demanda?

Braga – O nosso estande (na Fenatran) mostramos duas propostas para esse tipo de veículo, uma choperia e uma loja de roupas enquadrados na lei dos grandes centros. São produtos com uma faixa de preço mais acessível e que permitem que pequenos empresários invistam em uma alternativa de negócio como essa. Deverá ser também segmento que vamos desenvolver, pois existem muitas pessoas dispostas a investir em um negócio com as características de ir atrás do público.

Transporte Mundial – Qual o investimento inicial para quem vai começar a empreender um veículo com um furgão, tipo uma loja?

Braga – Com R$ 100 000 você consegue comprar um implemento customizado, mais o veículo, o investimento fica em torno de R$ 200 000. Mas que pode também ganhar sofisticações que podem chegar a R$ 2 milhões, que em geral, que são implementos geralmente comprados por grandes marcas.

Mais informações sobre as Unidades Móveis POE

As Unidades Móveis POE comportam um sistema de monitoramento de imagens de médio alcance composto por 14 câmeras com tecnologia de reconhecimento de face e alcance de até 3 km de distância. O sistema de observação é instalado em um mastro telescópico de 15 metros de altura coberto por uma escotilha automática. Além da captação, os veículos contam com redes wi-fi e mesh (via rádio), que permitem a visualização das imagens em um raio de até 500 metros de distância, além do envio dos dados em tempo real para os Centros Integrados de Controle e Comando Regional (CICCR) por meio de equipamentos de tecnologia móvel, como tablets ou telefones celulares.

Composto por uma bancada de dois lugares, o ambiente de monitoramento conta com poltronas, monitores de 42” e comandos para todos os recursos da Unidade, como o acendimento de luzes, subida do mastro, acionamento do ar condicionado e da sirene de emergência, entre outros. Possui ainda um rack de tecnologia da informação (TI) amparado por servidores, roteadores, PCs, impressora e armários.

Os acessos aos diferentes ambientes se dá através de escadas aviônicas do tipo semi-automáticas para maior agilidade na abertura e fechamento do POE nos locais de operação. O sistema de nivelamento também é totalmente automático. Com apenas um comando, as quatro sapatas estabilizadoras são acionadas. O nivelamento é feito por sensor que informa ao sistema o momento exato de acionar ou não cada sapata individualmente. Inédita no Brasil, essa tecnologia proporciona maior agilidade no processo, diminuindo o tempo de montagem e desmontagem dos veículos. Para garantir o funcionamento ininterrupto, as UMs contam com toda infraestrutura elétrica necessária por meio de um gerador UPS (No Break) e um rack de automação.

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Marcos Villela
Jornalista técnico e repórter especial no site e na revista Transporte Mundial. Além de caminhões, é apaixonado por motocicletas e economia! Foi coordenador de comunicação na TV Globo, assessor de imprensa na então Fiat Automóveis, hoje FCA, e editor-adjunto do Caderno de Veículos do Jornal Hoje Em Dia e O Debate, ambos de Belo Horizonte (MG).