O Unimog comemorou, ano passado, 70 anos de trajetória e de forte presença no mercado Europeu. O veículo nascido para trafegar em florestas e estradas irregulares foi desenvolvido com o intuito de auxiliar os alemães a aumentarem a produtividade agrícola da época pós-guerra.

Para tornar os Unimog mais preparados para as condições do Pantanal, proprietário investiu em melhorias na parte de força dos veículos

O engenheiro Albert Friedrich, seu criador, fez do Unimog o que ele é até hoje: único veículo comercial no mundo que consegue funcionar como reboque, trator, caminhão, veículo de combate a incêndios e exploração, foodtruck, locomotiva, ônibus, máquina de operação e uso militar. Não por acaso cerca de 400.000 unidades do Unimog foram vendidas nesses seus 70 anos, e desde seu lançamento o modelo já teve 30 séries diferentes.

Durante os anos 1960 o Brasil importou alguns modelos do Unimog, precisamente para uso militar e agrícola. Hoje, muitas dessas peças raras estão nas mãos de colecionadores e de apaixonados pelo modelo.

É o caso do aventureiro Aurélio Martim Bianco, de 41 anos, que coincidentemente é funcionário da Mercedes-Benz, mas sempre apaixonado por veículos robustos 4×4 – antes do Unimog ele era dono de um Troller. O modelo que pertence ao Aurélio é o 404 produzido em 1966 e que foi trazido ao Brasil para uso dos bombeiros. Tanto que o teto tem escotilha, que era usado para saída de mangueira de água.

O veículo hoje é usado para total lazer. A aventura preferida de Bianco é a viagem que faz todo os anos para o Pantanal até a Bolívia e que só mesmo um veículo da condição do Unimog é capaz de rodar desenvolto. Para isso, o modelo é equipado com motor Maxion 2,5 litros, 4 cilindros, turbinado de 115 cv a 2.800 rpm – o mesmo que equipou os primeiros veículos Sprinter no Brasil, há exatos 20 anos. Esse motor não é o original do Unimog.

No período em que o modelo 404 foi produzido, ele era equipado com motor movido à gasolina com potência entre 130 cv e 180 cv. “Mas quando eu o comprei de um colecionador, ele o havia reformado e o equipado com o Maxion que é diesel”, acrescenta Bianco. Esse motor harmonizado à transmissão de 6 velocidades e aos eixos originais é que dá total robustez ao veículo cujo PBT é de 2,5 t, sendo capaz de carregar 1,5 t e de puxar até 40 t. Outra adaptação feita por Aurélio e que deu mais conforto para dirigir o Unimog é a direção hidráulica, a mesma usada nos atuais Ford F-4000.

No quesito segurança o sistema de freios segue originais: lona nas rodas e no pedal lona e ar. As rodas possuem aros 20” e a medida do pneu é 1000/22,5. Apesar de grande parte do seu trem de força permanecer original, Aurélio ainda investiu numa tomada de força com bomba hidráulica que funciona como um multiplicador gerando mais força ao veículo. Para se ter ideia, somente a transmissão possui 800 rpm e com o multiplicador a força triplica para 2.400 rpm. “Com isso posso guinchar até 10 t de carga e é bastante comum nas nossas expedições pelo Pantanal os veículos atolarem, e só o Unimog consegue tirá-los”, orgulha-se o feliz proprietário do 404.