Assim como as divisões de caminhões e ônibus do Grupo Volvo América Latina, a divisão de equipamentos de construção (Volvo CE) também está otimista com o futuro dos negócios no Brasil e região. A empresa fez avaliação de 2018 e, mais importante, mostrou suas expectativas para 2019, além de adiantar quais serão os próximos lançamentos este ano em evento com jornalistas em sua fábrica de Pederneiras (SP), a 330 quilômetros da capital paulista. Confira os principais pontos:

Perspectiva 2019

Volvo A30G produzido em Pederneiras, interior de São Paulo. Fotos: Divulgação Volvo
Presidente da Volvo CE América Latina, Luiz Marcelo Daniel

Segundo o presidente da Volvo CE América Latina, Luiz Marcelo Daniel, a sinalização para o crescimento da economia (PIB de 2,5%), taxa Selic em 6,5% e robusto indicadores da retomada da construção civil indicam que as vendas de equipamentos devem crescer 10% no Brasil, índice maior do que o previsto para a América do Sul (+5%) como um todo. Em 2018, a Volvo CE cresceu 47,7% no Brasil.

Grandes obras de infraestrutura sinalizam para o aumento das vendas dos caminhões articulados, veículos que terão algumas novidades este ano. O executivo acrescenta outros setores também estão crescendo, como o de mineração, pedreiras e florestal.

Caminhões articulados

Toda a linha de caminhões articulados (A25G, A30G, A45G e A60H) vai receber atualizações, como a adoção do controle de velocidade em descida e piloto automático. Outra tecnologia a ser adotada é o Optishift. Este dispositivo permite a mudança de direção (frente ou ré) de forma mais rápida, confortável e segura, o que pode ser traduzido em maior rapidez já que o operador não precisará mais parar o caminhão para mudar a direção da marcha. Essas novidades estarão disponíveis a partir de agosto deste ano.

Os caminhões A25G e A30G são produzidos na fábrica de Pederneiras e custam a partir de US$ 400 mil (cerca de R$ 1,495 bilhão). Os modelos A45G e A60G são fabricados na Suécia.

Em 2018, quase 70% dos caminhões articulados que saíram do interior paulista tiveram os Estados Unidos como destino. 6% ficaram no Brasil e 10% foram enviados para países da Europa.

Futuras grandes obras de infraestrutura, como usinas, ferrovias e abertura de estradas, deverão aumentar a demanda desses modelos no Brasil.

Aplicativos

Outra novidade apresentada pela Volvo CE é a plataforma Co-Pilot. Trata de um sistema que abrigará diversos aplicativos de assistência ao operador de caminhões articulados e máquinas.

O Co-Pilot começa com dois aplicativos: Load Assist e Haul Assist. O primeiro conta com duas funções: sistema de medição de carga e câmera de ré.

O objetivo do sistema de medição de carga é gerenciar a quantidade de materiais transportados metidos pela caçamba da carregadeira.

Por exemplo: se é preciso fazer a transferência de 52 t de brita do ponto A para o B e cada caminhão pode transportar 13 t, o operador da carregadeira saberá exatamente a carga colocada em cada caminhão, sem deixar faltar ou provocar excesso de peso. O cliente poderá acompanhar tudo à distância pelo CareTrack (sistema de telemática e dados na nuvem da Volvo).

Bóris Sánches, gerente regional de suporte a venda da Volvo CE

Se, em cada movimentação a carregadeira coloca 4 t na caçamba do caminhão, o operador saberá que, após quatro despejos de 4 t cada, faltará apenas uma tonelada para completar a carga daquela viagem e, assim, pegará a quantidade cerca do chão para colocar no caminhão. Com esse controle, explica Bóris Sánches, gerente regional de suporte a venda da Volvo CE, ganha-se tempo na operação, segurança na quantidade de carga movimentada e preserva dos equipamentos por evitar o excesso de peso.

Já o Haul Assist é o sistema de pesagem a bordo para os caminhões articulados. Da mesma forma que no Load Assist, os dados coletados podem ser acessados remotamente graças ao sistema de telemática na nuvem.

Segundo Bóris Sánches, futuramente, outros aplicativos serão lançados para a plataforma Co-Pilot para ampliar a conectividade das máquinas com a gestão da operação e da frota. Haverá, por exemplo, o aplicativo pode controlar a velocidade dos veículos para aumentar a segurança na operação.

Agronegócio

Se antes o Grupo Volvo competia com o Grupo CNH Industrial no segmento de caminhões rodoviários da Iveco e máquinas de construção da Case Construction e New Holland Construction, agora não.

Em 2018, 16% de todas as vendas da Volvo CE já foram para clientes do agronegócio, com carregadeiras de rodas para usinas de cana de açúcar, setor florestal e de pecuária.

O presidente da Volvo CE explica que os empresários do agronegócio têm escolhido equipamentos da construção pela robustez deles, o que tem gerado um resultado operacional melhor.

Em função disso, a Volvo está lançado a sua carregadeira L110F Agriculture customizada para operar no agronegócio. A diferença do L110F para o agronegócio em relação ao setor de construção está nas rodas e pneus mais largos e todo tipo agrícola (maior capacidade de tração e flutuação) e a caçamba de 7,5 m3 para trabalhar com bagaço de cana, que tem densidade bem menor que outros materiais tradicionais. Outra alteração na L110F Agriculture é adoção do ventilador reversível para gerar o fluxo contrário de ar e garantir a limpeza do conjunto devido a maior quantidade de partículas nesse tipo de atividade. Completa as mudanças a adoção a opção de sistema de engate rápido de implementos.

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Marcos Villela
Jornalista técnico e repórter especial no site e na revista Transporte Mundial. Além de caminhões, é apaixonado por motocicletas e economia! Foi coordenador de comunicação na TV Globo, assessor de imprensa na então Fiat Automóveis, hoje FCA, e editor-adjunto do Caderno de Veículos do Jornal Hoje Em Dia e O Debate, ambos de Belo Horizonte (MG).