O projeto intitulado Atlas da Acidentalidade no Transporte Brasileiro utilizou a base de dados da Polícia Rodoviária Federal com objetivo de disseminar as informações colhidas e apontar os pontos críticos das estradas, para alertar os motoristas de caminhões e ônibus sobre os desafios de rodar nas rodovias.
A cada ano a história se repete, milhares de pessoas ficam feridas ou morrem em acidentes nas estradas de todo o país envolvendo veículos comerciais, fato que, além de inflar as estatísticas do governo com tais ocorrências relacionadas a acidentes, agrava os gastos da saúde pública. Quando os assuntos são acidentes com ônibus e caminhões os números são assustadores. Em 2012 ocorreram 71 004 acidentes, que envolveram 153 590 pessoas, das quais 30 164 ficaram feridas e 4 230 mortas, resultando em uma média de 11,6 mortes por dia.
Para a ONU (Organização das Nações Unidas) essa situação configura uma crise de saúde pública e de desenvolvimento, aliada à falta de políticas públicas voltadas ao tema, não só no Brasil, mas em muitos outros países.
Assim, em 2011, a ONU proclamou a “Década Mundial de Ações para Segurança no Trânsito” uma iniciativa que tem por objetivo reverter o crescente número de acidentes rodoviários, principalmente nos países em desenvolvimento, até 2020.
Existem hoje diversos programas, projetos, leis e iniciativas no país que visam reverter essa realidade. A resposta do governo brasileiro à ONU veio através do Programa Parada, que realiza paradas preventivas nas rodovias e junto exibe vídeos educativos, fornece informações e apoia os condutores com relação a dúvidas sobre comportamento nas estradas. Recentemente tivemos uma alteração na Lei do Descanso. A cada 6 horas no volante, o motorista deverá descansar 30 minutos, mas esse tempo poderá ser fracionado, assim como o de direção, desde que o tempo dirigindo seja limitado ao máximo de 5,5 horas contínuas. Atualmente, o tempo máximo de direção é de 4 horas contínuas. De acordo com o texto, a jornada diária do motorista profissional continua a ser de 8 horas, com possibilidade de 2 horas extras, totalizando o máximo de 10 horas.
A indústria faz a sua parte
Um projeto da Volvo vem ganhando destaque. Por meio do PVST (Programa Volvo de Segurança no Trânsito), a empresa lançou um atlas que reúne informações com as causas do acidente, locais e horários onde geralmente acontecem e o número de vítimas. O atlas analisa algumas das principais rodovias brasileiras e as divulga principalmente através de infográficos e estatísticas.
O estudo colheu dados entre 2008 e 2012. De acordo com Anaelse Oliveira, coordenadora do PVST, o atlas foi criado para informar o condutor onde estão localizados os principais pontos de acidentes, já que as informações chegavam de forma imprecisa, pois cada Estado usa uma metodologia diferente para registrar as ocorrências. Com a concentração desses dados, o condutor tem um aliado a mais para se manter informado a respeito dos perigos e desafios da estrada em que ele vai rodar.
Rodovias como Presidente Dutra, Fernão Dias, Régis Bittencourt e a BH-RJ por serem as mais movimentadas do país foram as selecionadas neste estudo.
Os índices
A distração ao volante é a principal razão de acidentes com veículos no país, em 2012 ocorreram 62 851 acidentes com caminhões e 10 630 com ônibus. O projeto é bem completo e conta também com um índice médio de gravidade, que estima a gravidade do resultado de um acidente em relação ao estado de saúde das pessoas envolvidas.
Outras razões apontadas pelo atlas como causas de acidentes são as más condições das vias, a ingestão de álcool, não manter uma distância segura do veículo à frente e trafegar com a velocidade acima do limite permitido.
Os acidentes com maior letalidade foram ocasionados pela ultrapassagem indevida, com 1 543 ocorrências e índice de gravidade de 5,9 para ônibus e 5,5 para caminhões.
O atlas é gratuito e pode ser baixado pelo site do PVST (Programa Volvo de Segurança no Trânsito) www.pvst.com.br.
