O último mês de novembro foi bastante significativo para Volvo. Foi o mês de virada de números negativos para positivos. Até outubro, as marcas que apresentavam números de emplacamentos positivos no acumulado de janeiro a outubro eram apenas DAF e Scania. No mesmo período, a Volvo estava negativa em 2,1%. Com a soma dos licenciamentos de novembro de 724 caminhões (595 pesados e 129 semipesados), a Volvo acumula um crescimento de 4,6% (de janeiro a novembro) e, com certeza, tem 2017 melhor do que 2016.

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O resultado em emplacamentos da Volvo somente não está melhor porque a empresa segurou este ano a política de descontos para os modelos da linha VM (semipesados), segmento mais sensível a preço em relação aos pesados. Assim, os caminhões VM venderam bem menos este ano, acumulando uma queda de 42,6%. Se de janeiro a novembro de 2016 a Volvo entregou 1.301 VM, neste ano, no acumulado até novembro, emplacou 747 unidades.

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Por outro lado, a Volvo obteve sucesso com os modelos da família F (FH, FM e FMX), com um crescimento acumulado de 21,1%. Até o fechamento desta edição, a marca sueca levantava o troféu de líder de vendas em caminhões pesados, com 3.723 unidades licenciadas, seguida bem de perto pela Mercedes-Benz, com 3.717 pesados e, um pouco mais distante, da Scania, com 3.288 veículos.

No acumulado do ano, os pesados (com PBTC acima de 40 toneladas) têm representado pouco mais de 36% das vendas de caminhões. Se considerarmos apenas os últimos meses de 2017, este percentual está na casa dos 39,8%, seguido dos semipesados (26,2%), leve (22%), semileve (7,5%) e, por último, médios (5,8%).

Interessante observar que os caminhões médios, aos poucos, vêm perdendo espaço para semipesados e leves. A Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) classifica como médio os caminhões com PBT de 10 t até 14,999 t. A partir de 15 t já é considerado semipesado e abaixo de 10 t, leve.

Assim, como há restrições impostas em diversos centros urbanos a caminhões a partir determinados tamanhos (a medida varia de município para município), não há mais espaço para os caminhões médios. E, em locais que não há restrições, os transportadores têm partido para modelos semipesados pelo óbvio, a maior capacidade de carga. Com essas mudanças, os fabricantes não têm estímulos para desenvolver e lançar novos modelos médios.

As últimas novidades, inclusive, têm sido a colocação de um terceiro eixo em modelos leves (como o MB Accelo 1316 e o VW Delivery 13.160) que ficaram com medidas reduzidas, mas com maior capacidade para peso.

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Marcos Villela
Jornalista técnico e repórter especial no site e na revista Transporte Mundial. Além de caminhões, é apaixonado por motocicletas e economia! Foi coordenador de comunicação na TV Globo, assessor de imprensa na então Fiat Automóveis, hoje FCA, e editor-adjunto do Caderno de Veículos do Jornal Hoje Em Dia e O Debate, ambos de Belo Horizonte (MG).