VW Constellation 24.280 8×2

1883

VW 24.280

VW 24.280

O VW Constellation 24.280 que há anos vem incomodando a concorrência na categoria de caminhões semipesados, agora, está ainda mais competitivo. O modelo começa a ser vendido com transmissão automatizada V-Tronic, combinada ao exclusivo sistema de eixo traseiro automatizado, denominado Smart Ratio. Na prática o Smart Ratio entra em ação quando o veículo está em velocidade de cruzeiro e, dessa maneira, alivia o torque do motor, e o giro cai, resultando em melhores notas de consumo de combustível.

Além disso, essa tecnologia, patenteada e totalmente desenvolvida pela engenharia da MAN Latin America, torna possível aproveitar ao máximo as duas relações do eixo e multiplicar o potencial da caixa, uma ZF 6AS 1010BO. Na MAN ela é denominada V-Tronic e possui 6 velocidades. Uma vantagem desse câmbio é ser produzido em carcaça de alumínio, colaborando para a baixa tara do caminhão, de 6 790 kg. Para se ter uma ideia, o Scania P 310 8×2, seu concorrente, pesa 9 089 kg.

O V-Tronic atua em harmonia com o motor D08 em uma faixa de 1 100 a 1 700 rpm, produzido pela MAN. Ele é desenvolvido com tecnologia EGR (Exhaust Gas Recirculation) para atender à norma Proconve P7. Esse sistema consiste na reutilização de parte dos gases de exaustão na mistura diesel e ar durante a combustão para a redução dos níveis de NOx. A complementação do processo é realizada pela utilização de um catalisador específico para a redução do material particulado, expelindo para a atmosfera os gases menos nocivos.

MotorEsse motor EGR é também utilizado em outros produtos da marca, entre eles, o Worker e o Volksbus, somando 18 modelos entre caminhões e ônibus e desde o seu lançamento, o D08 já equipou 55 800 veículos.

O Constellation 24.280 8×2 com 2º eixo direcional possui PBT de 29 t, e nessa composição atende ao transporte de cargas mais densas, como tanque, frigorífico, basculante e graneleiro, por exemplo. No entanto, a partir desta década, o 2º eixo direcional foi ganhando mais adeptos, e uma das razões foi a rigorosidade da lei da balança, que culminada a lei do motorista, o obrigou dirigir menos, contudo, ele teve de encontrar soluções para ser mais produtivo. Com relação ao modelo convencional (6×2), o modelo pode transportar 6 t a mais de carga.

A instalação do 2º eixo direcional é feita pelo empresa BMB Mode Center, responsável por modificações e customizações nos caminhões e ônibus da marca. A versão com cabine leito teto baixa é uma opção que a MAN também introduz a partir deste ano.

Com tais novidades, a MAN tem tudo para repetir o feito de 2013, quando, com esse modelo, ela faturou 9 329 unidades emplacadas do Volksswagen Constellation 24.280, sendo 13% na versão 8×2.

Andando no semipesado

Por dentro, o VW Constellation 24.280 também recebeu algumas melhorias. De série, ele possui coluna de direção com multirregulagem, computador de bordo (em que é possível ter controle maior dos custos de operação, graças à possibilidade de verificar o consumo instantâneo em km/l, indicador de falhas no veículo), banco do motorista com suspensão pneumática, portas, travas e retrovisores elétricos, retrovisor duplo, espelho auxiliar de manobras, para-sol externo, ar-condicionado, piloto automático, console de teto, regulagem de freio automático, filtro coalescente (para remoção de água, o que garante menor manutenção), console central com tomada de 12 volts e, por força da lei, sistema de freio ABS + EBD.

O sistema Easy Start, de partida em rampa, que segura o caminhão por 3 segundos quando o motorista vai arrancar, é outra novidade que integra a linha.

O painel de instrumentos é de fácil leitura, e agora ganhou uma melhor resolução e novas funções, destacadas acima doPainel painel.

Dependendo da operação o cliente pode eleger na configuração com 2º eixo direcional duas opções de entre-eixos: 6 024 mm e 6 431 mm, bancos com revestimento em vinil, sofá-cama para a versão com cabine estendida, banco para três passageiros, dois tanques de 275 litros, tomada de força repto, escapamento vertical, janela traseira, aquecimento do ar interno e a ferramenta de rastreamento, monitoramento e telemetria Volksnet.

O eixo automatizado

Com o veículo quase totalmente carregado, 28 890 de PBT, iniciamos o trecho de descida de serra pela rodovia Anchieta, inicialmente com o tráfego intenso, a 30 km/h em 3ª marcha, a 2 400 rpm –  esta é a melhor faixa de atuação do freio motor, que é conjugado ao cabeçote e que possui aproximadamente 200 cv de poder de frenagem.  

Ao nível do mar, o que chamou a atenção foi a contribuição que a caixa automatizada trouxe para o motorista, porque além de trabalhar na velocidade e na rotação adequadas, reduziu a fadiga de Fábio de Souza Pereira Júnior, piloto de teste da MAN Latin America. “E graças à automatização da caixa de câmbios, o sistema dispensa o pedal de embreagem, então o condutor de fato se movimenta menos na cabine, atentando-se apenas à estrada”, completa Júnior.

Nesse trecho, o caminhão rodou com velocidades entre 75 km/h e 80 km/h, já que o tráfego estava livre, entre 1 300 e 
1 500 rpm, em 6ª marcha. Chama a atenção a discrição do sistema Smart Ratio, pois não é possível perceber quando ele entra em ação, ou seja, quando a caixa sai da 6ª marcha reduzida quem trabalha é o eixo automatizado.

Por causa do veículo bem carregado subimos a rodovia dos Imigrantes a 30 km/h em 4ª reduzida a 1 500 rpm, e em alguns momentos a velocidade subia para 35 km/h, até que, quase no planalto paulista, próximo ao entroncamento da Anchieta, conseguimos aumentar a velocidade para 90 km/h, em 6ª simples, entre 1 500 e 1 700 rpm.