Roberto Barral, vice-presidente de operações comerciais da Scania no Brasil
Roberto Barral, vice-presidente de operações comerciais da Scania no Brasil

Scania segue com a perspectiva da Anfavea e demais marcas para um crescimento de até 15% nas vendas de caminhões. Assim, considerando as vendas de 12.757, este ano, dentro desta previsão, ela poderá chegar a entregar 14.670 caminhões. A possibilidade deste número maior é possível, considerando que a produção da nova geração de caminhões na fábrica de São Bernardo do Campo (SP) estará mais avançada, com diversos processos que, no início de 2019, estavam em desenvolvimento. Vale lembrar que, em relação a 2018, a marca cresceu 47,6%.

Já para o segmento de ônibus, as previsões são mais complexas, e a previsão de crescimento é de 5%, já que envolve fatores de decisões políticas do governo público e, também, 2020 é ano eleitoral, ficando todas as vendas de modelos urbanos concentradas somente no primeiro semestre. Em 2019, a Scania vendeu 901 chassis, crescimento de 18,6% em relação ao ano de 2018, quando entregou 760 chassis.

O vice-presidente de operações comerciais da Scania, Roberto Barral, considera essas projeções positivas ponderadas, mas, que mantêm, assim como em 2019, o mercado brasileiro como o maior da Scania no segmento de caminhões pesados. “Para 2020 ainda existem algumas incertezas sobre os rumos das economias global e nacional, por isso estamos com um otimismo moderado neste momento, mas esperamos por mais um ano de expansão das vendas”, disse Roberto Barral.

Modelos mais vendidos

O Scania R 450 foi o modelo mais vendido da marca, com 5.348 unidades vendidas, sendo 90% da versão 6×2, característica que mostra maior parte das compras feitas pelo sendo logístico, já que o agronegócio, no segmento rodoviário de longa distância, com mais modelos 6×4. O R 500 foi o segundo modelo da marca mais vendido, com 2.625 unidades emplacadas. Silvio Munhoz, diretor comercial da Scania no Brasil, reconhece que as vendas do R 500 só não foram maiores por causa do preço dele, maior entre os concorrentes com potência a partir de 500 cv e que serão feitos ajustes este ano para serem mais competitivos.

Segunda pesquisa da Fipe, o preço médio do R 450 6×2 é de R$ 518.464, e do R 500 6×4, de R$ 593.533. Para ter uma ideia, o principal concorrente do R 450, o Volvo FH 460 6×2, tem o preço médio de R$ 488.636, e do R 500 6×4, o Volvo FH 500 6×4, R$ 576.086. O cavalo mecânico mais vendido em 2019, o Volvo FH 540, tem preço médio de R$ 565.885 na configuração 6×4, sendo mais barato do que o FH 500.

Caminhões a gás

A Scania começa neste primeiro trimestre a produção dos caminhões a gás no Brasil, inclusive, com entregas previstas para março. A empresa é única que tem caminhão com este tipo de motorização em produção comercial no Brasil e está otimista com o interesse de clientes, geralmente, transportadoras que trabalham para empresas com objetivos de redução das emissões de CO2, como AmBev, Citrosuco, L’Oréal, Cocal e São Martinho. O modelo vendido no momento é o R 410.

A tecnologia do motor a gás da Scania, inédita na América Latina, permite rodar com a mistura com GNV e Biometano, ou com a mistura de ambos. “O caminhão movido a GNV/Biogás é mais uma exclusividade da Scania no Brasil. Trata-se de uma alternativa ao diesel viável, que pode ser implementada em curto prazo e possibilita uma significante redução de custos com combustível”, afirma Roberto Barral.

Na Europa, fabricantes de caminhões, transportadores e governos já entendem que o uso do gás para caminhões rodoviário é a melhor alternativa ao diesel no momento e mesmo para médio e longo prazo, ficando os elétricos para áreas urbanas. Lá, os caminhões já são comercialmente uma realidade e oferecidos por diversos fabricantes.

Leia abaixo outra notícia sobre caminhão Scania a gás:

Scania anuncia novo investimento para produzir caminhões movidos a gás no Brasil

A Scania anunciou hoje (20/05) o seu próximo ciclo de investimento no Brasil. O valor será de R$ 1,4 bilhões e será iniciado a partir de 2021. Em 2020 ela encerra o ciclo início em 2016 no valor de R$ 2,6 bilhões, valores gastos, principalmente, na modernização da fábrica de São Bernardo do Campo (SP) e lançamento da nova geração de caminhões da marca.

O novo investimento será para continuidade da modernização da fábrica e o desenvolvimento de veículos movidos a combustíveis alternativos.

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Christopher Podgorski, presidente e CEO da Scania Latina America

“Estamos há 62 anos no Brasil sempre acreditando na visão de longo prazo e potencial do País e esse aporte reforça nossa jornada em direção ao transporte sustentável”, diz Christopher Podgorski, presidente e CEO da Scania Latin America.

O valor de R$ 1,4 bilhão será direcionado para modernização da fábrica. “Nosso ritmo de investimento tem sido de R$ 100 milhões/ano, mas agora, para atender as necessidades das novas tendências ligadas ao mundo do transporte, precisamos elevar esse patamar.”, conta Podgorski.

Para o ‘aqui e agora’, o executivo diz que o foco são os combustíveis alternativos, especificamente veículos movidos a gás. “A produção de caminhões a gás em nossa planta, planejada para 2020, exemplifica o que reconhecemos como um investimento sustentável, ou seja, bom para os negócios e sociedade, e ao mesmo tempo de menor impacto para o meio ambiente”, completa.

Caminhão a gás em teste

Recentemente a Scania e a Citrosuco divulgaram uma parceria para a os primeiros testes com um caminhão que pode ser abastecido com gás natural veicular (GNV) ou biogás. O modelo, um pesado de 410 cavalos de potência, é da nova geração de caminhões da marca. O teste começou na primeira quinzena de dezembro, e o período de análises levará um ano. A rota escolhida é Matão-Santos, em São Paulo, para levar suco de laranja para a exportação destinada a mais de 100 países.

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O uso do gás liquefeito é uma solução para longas distâncias, porém, sistemas de abastecimentos ou tanques com essa tecnologia ainda são caros. Foto: Arquivo Scania

A tecnologia do motor Scania, inédita na América Latina, também permite rodar com a mistura de ambos os combustíveis. “O caminhão movido a GNV/Biogás é mais uma exclusividade apresentada pela Scania no Brasil. Trata-se de uma alternativa ao diesel viável, que pode ser implementada em curto prazo e possibilita uma significante redução de custos com combustível”, afirma Roberto Barral, vice-presidente das Operações Comerciais da Scania no Brasil.

Na Europa, fabricantes de caminhões, transportadores e governos já entendem que o uso do gás para caminhões rodoviário é a melhor alternativa ao diesel no momento e mesmo para médio e longo prazo, ficando os elétricos para áreas urbanas. Lá, os caminhões já são comercialmente uma realidade e oferecidos por diversos fabricantes.

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Marcos Villela
Jornalista técnico e repórter especial no site e na revista Transporte Mundial. Além de caminhões, é apaixonado por motocicletas e economia! Foi coordenador de comunicação na TV Globo, assessor de imprensa na então Fiat Automóveis, hoje FCA, e editor-adjunto do Caderno de Veículos do Jornal Hoje Em Dia e O Debate, ambos de Belo Horizonte (MG).