A Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) divulgou nesta quinta-feira (07/01) os números consolidados da indústria em 2015. O setor de caminhões foi o mais prejudicado pela crise econômica vivida no Brasil. A queda das vendas de veículos de carga acima de 3,5 t de PBT foi de 47,7% (71.655 em 2015 vs. 137.059 em 2014).
Para este ano, a previsão da entidade é que o mercado continue em queda em razão da falta de confiança dos investidores na política econômica do governo brasileiro. Segundo o presidente da Anfavea, Luiz Moan, as vendas de caminhões e ônibus deverão ser em torno de 76.100 unidades, cerca de 13,9% menor do que em 2015.
O setor de caminhões pesados, o mais importante do país, teve uma queda de vendas maior e apresentou um retrocesso de 60,6% (18.663 em 2015 vs. 47.427 em 2014). No segmento de ônibus, a queda das vendas foi de 38,9% (16.792 em 2015 vs. 27.474 em 2016).
O desempenho por marcas em ordem do melhor resultado para o pior:
DAF – Cresceu 72,4%, porém, a marca começou a suas vendas de caminhões no final de 2014, portanto, não há uma base para comparação.
Hyundai – Também cresce em 2015 em 28,5% e, da mesma forma que a DAF, não tinha número expressivos de vendas em 2014 para compração.
Ford – Entre as fabricantes tradicionais do mercado, a que teve a menor queda de vendas (-34,1%) foi a Ford devido ao seu bom desempenho de vendas nos segmentos de caminhões semileves e leves. O sucesso nos lançamentos dos modelos da Série F (F-350 e F-4000) e do Cargo 1119, além do bom desempenho de vedas do semipesado Cargo 2429 6×2.
Agrale – Única montadora 100% brasileira teve queda de 40,3%, também abaixo da média do mercado.
MAN Latin America – A queda da líder de mercado foi de 45,9%, dentro da média de todo o mercado. O seu desempenho deve a uma ampla linha de produtos em todos os segmentos do mercado com a marca Volkswagen.
Mercedes-Benz – Com um desempenho um pouco pior do que a sua principal concorrente, a MAN, a marca das três estrelas caiu 46,1%.
Iveco – Assim como Mercedes e MAN, a Iveco é a terceira marca que conta com uma linha completa de produtos para todos os segmentos. O seu desempenho ficou um pouco pior, foi de queda de 48,9%. Deve-se considerar que ela ainda não tem a tradição das duas principais concorrentes e também não conta com a mesma força da rede de concessionárias da Volkswagen Caminhões e Mercedes-Benz.
Volvo – Marcas que atuam apenas nos segmentos semipesados e pesados, como é o caso da Volvo e Scania, apresentaram desempenho piores, pois foram essas as duas categorias da indústria que tiveram maior queda de vendas considerando a soma de todas as marcas (-60,7% nos pesados e -49,3% nos semipesados). Considerando isso, a queda de 57,7% da Volvo está dentro da média do desempenho das faixas de mercado nas quais ela atua.
Scania – É o mesmo caso da Volvo, atuando apenas nos segmentos semipesados e pesados. Porém, a Scania passou 2015 sem apresentar novidades no mercado e de forma mais discreta. Por essas razões ou não, a sua queda foi de 63,1%.
International – De 954 caminhões vendidos em 2014, a International vendeu apenas 67 unidades em 2015, com uma queda brusca de 93%. Isso, inclusive, provocou a interrupção da sua produção por tempo indeterminado.
Shacman – Com apenas 2 caminhões vendidos durante os 12 meses de 2015, contra 51 em 2014 (queda de 96,1%), a marca chinesa é dada como fora do mercado brasileiro pois a empresa nem atende nenhuma solicitação de informações da imprensa, ficando difícil entender quais são os planos da marca para o país e como ela dará assistência técnica aos poucos caminhões vendidos.
