A produção de caminhões no Brasil caiu 37,9% no ano passado, atingindo 100,5 mil unidades. Todavia, em 2022, os fabricantes produziram 162 mil caminhões. Os dados foram divulgados na manhã desta quarta-feira (10), pela Anfavea. Associação que representa os fabricantes de veículos automotores.
Quando se compara o mês de dezembro, também há retração. Nesse sentido, no mês passado, as marcas produziram 8,3 mil caminhões. No último mês de 2022, o setor fez 14,6 mil unidades. Ou seja, retração de 43,5%.
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No balanço, consta retração até se comparar dezembro passado com novembro, quando a indústria fabricou 10 mil caminhões. Assim, ocorreu a queda de 17,6%.
Presidente da Anfavea, Marcio de Lima Leite explica que a introdução das novas tecnologias do Proconve P8 (Euro 6) fez com que os preços dos veículos aumentassem. Adiciona-se a isso, as taxas de juros ainda altas. Além da dificuldade de crédito.
Dessa forma, o transportador optou por comprar veículos Euro 5, mais baratos e ainda ofertados no mercado.
Como resultado, de todos os caminhões fabricados no ano passado, apenas 53% eram Euro 6. De acordo com a Anfavea, historicamente a indústria costuma vender 67% de sua produção do ano. Tanto em caminhões como em ônibus.
Mercado reage pelo setor de ônibus urbano
Do mesmo modo, a produção de ônibus fechou o ano passado com saldo negativo. Ou seja, entre janeiro e dezembro a produção caiu 35,2%. Em outras palavras, em 2023 os fabricantes fizeram 20.598 unidades, ante as 31.777 fabricadas em 2022.
Nesse sentido, a retração ainda é vista no mês de dezembro passado, quando as marcas fabricaram 1.258 unidades. Já no último mês de 2022, os fabricantes produziram 1.858 ônibus. Assim, registrando retração de 32,3%.
Quando se compara dezembro com novembro do ano passado, a retração é de 33,3%. Afinal, em novembro foram feitos 1.887 ônibus.
Conforme a Anfavea, muito do que se produziu no mercado foi puxado pelo segmento de ônibus urbanos. O que deve se repetir neste ano, em razão das eleições municipais. Porém, apenas 44% da produção de ônibus em 2023 foram de modelos com tecnologia Euro 6.
Projeções para 2024
Para Lima Leite, o mercado de caminhões depende muito da taxa de juros. Assim como da retomada de alguns segmentos como obras do PAC e do agronegócio. Todavia, segundo o executivo, os juros para financiamento ainda estão elevados.
Seja como for, para a Anfavea enquanto que neste ano o setor de caminhões e ônibus juntos produziram 121 mil veículos, em 2024, pode chegar a fabricar 160 mil unidades.
“Mas de forma geral, temos essa expectativa de retomada. Porém, o crescimento vai depender de como o mercado se comportar”, avalia Leite.