O segmento de mineração é exigente, demanda investimentos em equipamentos e veículos especializados e, após um período de estagnação, volta a demonstrar tendência de crescimento em 2017. Sendo assim, a Scania, que hoje detém 33% do mercado mundial de caminhões convencionais empregados em mineração, quer alcançar 45%. Para isso, lançou uma linha de caminhões batizada de Heavy Tipper, customizável, que vai amplificar a vocação obreira dos caminhões da marca.

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Desenvolvida por uma equipe global da Scania, na qual os engenheiros brasileiros da empresa atuaram intensamente, a linha tem a meta de tornar a Scania a principal fornecedora de soluções para mineração do mundo. Para isso, a fabricante aposta na modularidade de seus produtos, serviços customizados e experiências personalizadas que oferecem para cada cliente.

A opção Heavy Tipper, que teve conjuntos reprojetados e reforçados, é focada também no aumento de vida útil de até um ano dos caminhões em operação (de 3 para 4 anos), 5% a mais de disponibilidade dos veículos e redução do consumo de combustível, tudo para carregar até 25% mais carga líquida e proporcionar redução de 15% nos custos por tonelada transportada.

Para qualquer terreno

Para se tornar um especialista, o Heavy Tipper passou por alterações em diversos componentes. O eixo traseiro teve aumento na bitola, melhorando a estabilidade do veículo, tanto em operação quanto em basculamento.

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Os eixos traseiros estão mais robustos para aumentar a capacidade de carga dos veículos, saindo das 32 t para 36 t. O diferencial do eixo teve dimensões aumentadas e foram introduzidas novas relações reduzidas para proporcionar aumento na capacidade de tração do veículo, de 150 t até 210 t. As molas, bem como a suspensão, foram redimensionadas em 10 mm, e estão mais largas que as dos veículos atuais para a nova capacidade de carga.

A caixa automatizada Opticruise, de 12 velocidades + 2 superlentas, teve as engrenagens aumentadas de tamanho e seus anéis sincronizados agora são produzidos em fibra de carbono para minimizar o desgaste dos componentes. Na cabine G, o motor padrão deixa de ser o de 440 cv e passa a ser de 480 cv.

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“O conceito modular permite combinar cabine, silencioso, retrovisor e tudo o que não mexe com a parte estrutural. As combinações são feitas conforme a necessidade do cliente”, explica Celso Mendonça, gerente de desenvolvimento de negócios da Scania no Brasil. As cabines podem ser P ou G (6×4 e motor de 400 cv ou 440 cv na P e 8×4 com motor de 480 cv na G) — novidade na a linha P, que não contava com potências acima dos 400 cv de potência.

Segurança na operação

Com maior disponibilidade, o caminhão anda mais, carrega mais, porém também precisa de mais frenagens. Os freios a tambor continuam, mas a área de frenagem aumentou em 50% (tamanho de lona), para melhorar a eficiência durante as frenagens.

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Na opção 6×4, o sistema de direção recebe cilindro duplo para aumento de eficiência e diminuição da temperatura. Na opção 8×4, que já conta com circuito duplo, a barra de direção foi redesenhada para a maior demanda. Todas as opções continuam a receber o retarder específico para a operação de mineração, que trabalha a maior parte do tempo em velocidades baixas.

As mudanças fizeram o Heavy Tipper saltar das atuais 32 t de carga líquida para, no mínimo, 40 t de capacidade (recomendado pela fabricante para não ocorrer desgaste prematuro do conjunto), sendo o PBT de 58 t.

A expectativa é que a linha gere um aumento de produção por hora, não por tempo extra. Nos primeiros dias de apresentação aos clientes, 195 vendas foram concretizadas (45 para clientes brasileiros e 150 em mercados como China e outros países da América do Sul).

Fugindo dos altos custos de operação, segundo Fabrício Vieira, gerente de mineração da Scania no Brasil, há, inclusive, clientes procurando a Scania para renovar a frota com a linha Heavy Tipper, deixando para trás a operação com os pesados da linha amarela.

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Com o lançamento da linha Heavy Tipper, a Scania quer oferecer ao mercado uma opção puro-sangue e não apenas um rodoviário adaptado às condições severas da mineração. Com isso, a Scania participa do segmento intermediário, entre as opções rodoviárias adaptadas e a linha amarela. Assim, ela segue o exemplo do que já faz há tempos a Iveco, que desenvolveu o modelo Trakker desde um início como um legítimo fora de estrada e conta com uma ampla gama de caminhões fora de estrada, vendidos na Europa com a marca Astra.

As vendas já se iniciaram e as entregas dos caminhões Heavy Tipper começam a ser feitas a partir de dezembro deste ano.