Anfavea e autoridades debatem a mobilidade elétrica no Brasil

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O encontro “Um olhar para a infraestrutura e para a indústria nacional”, reuniu em Brasília na última quarta-feira (14), autoridades do governo, CEOs de montadoras, dirigentes de associações de setor automotivo, academia, consultores e executivos da área de energia e de produção de baterias.

O objetivo principal do encontro promovido pela  Anfavea (associação que congrega os fabricantes de veículos automotores) foi o debate e discussões de temas com vistas a uma rota que conduza com urgência a novas formas de mobilidade associada à descarbonização do setor automotivo e seus desafios. Tudo com o foco que leve a um novo horizonte à industrialização do País.

eDaily chassi-cabine é uma das soluções da Iveco para o transporte com zero emissões

Os temas do encontro foram apresentados em painéis focados em questões voltadas a acelerar a eletrificação da frota brasileira de veículos. O presidente da Anfavea, Marcio de Lima Leite, destacou a relevância do evento para o setor automotivo e disse que vivemos o momento da maior revolução da indústria automotiva dos últimos 100 anos.  “Temos um ambiente de tecnologia de ponta”, acrescentou.

Acelerar para não ficar para trás

“A eletrificação é uma realidade que impõe desafios e oportunidades. O futuro chegou, mas precisamos acelerar os processos para não ficarmos para trás”, disse. Leite falou também da diversidade de opções de mobilidade (biodiesel, gás, eletricidade e etc) que colocam o Brasil em outro patamar, se comparado a outros países.

 O executivo enfatizou ainda a urgência em mantermos o foco em novas tecnologias de eletrificação, e também nos avanços que estão revolucionando o mundo. Nesse sentido, ele destacou o Programa Rota 2030 que privilegia a pesquisa e o desenvolvimento para a produção de produtos brasileiros melhores e mais competitivos.

Volkswagen eDelivery movido a eletricidade é o primeiro a bateria produzido em série no Brasil por uma grande montadora

Durante o evento, empresas associadas da Anfavea exibiram automóveis, comerciais leves, caminhões e chassis de ônibus movidos a bateria elétrica. No total foram 40 veículos em exposição que sinalizaram os novos rumos da indústria automotiva brasileira e da mobilidade livre de emissões de CO2 .

O Ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira, destacou o protagonismo do Brasil na eletrificação de frota.”A mobilidade elétrica é e será uma das principais frentes para descarbonizar a cadeia de transportes”, disse.

Políticas abrangentes para promover competitividade

O Presidente da OICA – Organisation Internationale des Constructeurs d’Automobiles, John Bozzella, apresentou um panorama geral do estágio da eletrificação mundial. Ele destacou a necessidade de políticas energéticas abrangentes que promovam a competitivade da indústria automotiva.

Scania já comercializa caminhões pesados movidos a gás desde 2018

A necessidade de infraestrutura para uma maior presença de veículos elétricos e híbridos plug-in nas rodovias e ruas do País também ganhou destaque no encontro. A geração de energia limpa, instalação de redes de transmissão e de carregadores foi tratada como um dos grandes desafios a serem enfrentados na jornada para neutralizar emissões.

Outro tema de grande relevância apresentado tratou da busca de formas para as empresas e o poder público atraírem o interesse dos consumidores para a mobilidade elétrica. Isso tanto do ponto de vista ambiental quanto do financeiro, neste caso tratando-se do custo do quilômetro rodado.

CEOs de sete montadoras (General Motors, HPE Automotores, Iveco, Mercedes-Benz, Renault, Scania e Toyota) expuseram pontos de vista sobre questões ambientais, estratégias de mobilidade, questões tributárias de veículos livres de emissões e outros desafios a serem enfrentados até 2035.

“Estou certo que daqui a algum tempo lembraremos deste 14 de junho de 2023 como um divisor de águas”, complementou Marcio Leite, referindo-se aos resultados positivos que deverão chegar à indústria automotiva, em toda a sua cadeia e ao meio ambiente.