Boas opções de caminhões 6×4 no mercado

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O mercado de caminhões usados é peculiar. Muitas características, que normalmente são secundarizadas em alguns veículos – quando novos – passam a ser valorizadas no mercado de seminovos. Isso acontece, por exemplo, com relação a manutenção, facilidade de peças no varejo, etc. Quando novo, um caminhão dificilmente é comprado por ter uma mecânica simples, mas quando é adquirido de segunda mão, isso é um grande diferencial. 

Contudo, algumas características jamais perdem seu valor, independentemente da idade do bruto,  como economia de combustível, durabilidade, robustez e versatilidade. E na configuração 6×4, os caminhões precisam inevitavelmente atender às necessidades de força e capacidade de tração. São veículos que quando estão na aplicação rodoviária vão operar em longas distâncias e bem carregados, e quando estão na atividade off-road vão atuar em tarefas pesadas, como as de canaviais, construção civil, etc, por isso têm de ter uma motorização adequada.
 
Jairo Ramos, gerente de vendas da TRP Seminovos, empresa do grupo JBS responsável pela venda de veículos substituídos na renovação de frota do grupo, ressalta a ideia de que o comprador de um modelo de segunda mão deve sempre levar em consideração a desenvoltura do modelo escolhido dentro da aplicação que ele vai operar. Perguntas básicas como: “é comum o determinado modelo dentro dessa aplicação?” “como é a manutenção do modelo (trem de força) dentro dessa atividade?” Respondidas essas questões, o comprador vai se sentir mais seguro na hora da compra. “Nós costumamos usar os modelos 6×4 para tracionar rodotrens, e utilizamos diversas marcas e modelos para isso. Temos veículos Mercedes-Benz, Scania, Volvo entre outros.”

Três modelos se destacam no segmento 6×4, cada um com uma características exclusiva, são eles: Volkswagen Constellation 31.320, Scania G420 e Mercedes-Benz Axor 2640, respectivamente. Todos na configuração 6×4. Esses veículos são frequentemente anunciados e buscados em sites e-commerce, como o Mercado Livre. 

A reportagem da Transporte Mundial destaca as características desses modelos, que podem ser encontrados no mercado de usados a preços competitivos.
 
VW 31.320
Vocacionado para aplicações severas, o Volkswagen Constellation 31.320 é um caminhão que se destaca pelas características tradicionais dos modelos robustos. O veículo foi projetado para atuar em segmentos como transporte tipo basculante, tração de reboques ou aplicações fora de estrada. Trata-se de um veículo ideal para quem precisa de manutenção fácil e relativamente barata.
 
O VW 31.320 é muito utilizado na construção civil e um dos principais atributos que caracterizam esse modelo para esse tipo de operação pesada é o motor eletrônico de 320 cv de potência a 2000 rpm. O propulsor é o modelo ISC da Cummins (Euro 3), que conta com 6 cilindros em linha e sistema de injeção Common Rail. Com esses predicados, o VW 31.320 consegue alcançar o torque de 131 mkgf entre 1300 e 1600 rpm.

Incrementando o trem de força, o modelo da fabricante alemã é equipado ainda com a transmissão ZF 16S1650, de 16 marchas sincronizadas à frente e 2 à ré. A transmissão é combinada com a embreagem Sachs, de tipo monobloco a seco e revestimento orgânico, o que se traduz em maior durabilidade e trocas de marchas mais suaves – diferencial importante em aplicações que exigem muitas mudanças de marchas. Outro quesito que contribui com essas propriedades é diâmetro do disco, de 430 mm, um dos maiores – ideal também para altas temperaturas.

A MAN Latin America define essas características do trem de força como “ideal para quem busca desempenho com baixos custos operacionais”. 

A capacidade de carga do WV 31.320 é outro pronto a ser destacado no modelo. Com um PBT (Peso Bruto Total) técnico de 30 500 kg e CMT (Capacidade Máxima de Tração) de 63 000 kg, o caminhão atende bem a segmentos como o de construção civil e mineração. O PBTC (Peso Bruto Total Combinado) é de 56 000 kg. O modelo pode ser encontrado em duas distâncias de entre-eixos (4.800 e 5.940 mm).

MB Axor  2640

O modelo conquistou o mercado principalmente pela harmonia que oferece no trem de força. O motor do modelo é o Mercedes-Benz OM-457 LA de 401 cavalos de potência máxima a 1 900 rpm e torque de 214 mkgf, a 1 100 rpm. Os cilindros estão cobertos por cabeçotes individuais com 4 válvulas por cilindro. A força desse propulsor é transmitida às rodas pela caixa de mudanças G 420 de 16 velocidades, produzida pela própria fabricante alemã.

Com 3 300 mm de entre-eixos, o Axor 2640 6×4 possui eixos traseiros de tração HD-7 e HL-7 com redução nos cubos das rodas. A solução gera maior durabilidade ao caminhão, que para a atividade com bitrem é necessária, sobretudo, porque são bastante comuns viagens para locais em que as estradas ainda deixam muito a desejar. A segurança nesse modelo de configuração 6×4, é complementada pelo freio motor Turbo Brake, que oferece ao motorista o melhor controle do veículo durante as frenagens, mesmo carregado. Dotado dessas tecnologias, o Axor 2640 possui um poder de frenagem de até 540 cv.

Scania G420

Em 2009, a Scania apresentou algumas novidades na Agrishow (feira internacional de tecnologia agrícola). Na divulgação de sua participação no evento, a fabricante de origem sueca destacou: “A novidade da Scania para a Agrishow 2009 fica por conta da cabine G, maior do que a P, tradicionalmente utilizada no transporte de cana-de-açúcar. O maior conforto da cabine G possibilita ao motorista cumprir a jornada de trabalho com mais disposição e concentração na operação, aumentando, assim, a produtividade e o rendimento do veículo no final do período”.

Naquele ano, a grande novidade da marca foi a disposição da cabine G para o segmento fora de estrada. Um dos modelos que se destacou com as novas dimensões para o habitáculo foi o G420. Na versão 6×4, o cavalo mecânico se sobressaiu por atender com eficácia também o segmento rodoviário. Ou seja, dependendo do tipo de implemento que traciona, o veículo pode ser empregado, por exemplo, em aplicações canavieiras ou em operações interestaduais de longa distância.

A potência é um dos seus pontos fortes. É ideal para quem precisa transportar grandes capacidades de carga. Uma de suas características técnicas de destaque é o motor DC12 06 de 12 litros e 420 cv de potência a 1900 rpm.  O propulsor consegue oferecer um torque máximo de 204 mkgf entre 1 100 e 1300 rpm. Outro ponto forte do modelo está na suspensão trapezoidal (tanto na dianteira quanto na traseira), que atende bem segmentos diferenciados, como canavieiro e estradeiro, por exemplo.

A transmissão original é a GRS900 de 14 marchas à frente e 1 à ré. Essa versão de caixa de mudanças não equipa retarder de série, no entanto, trata-se da tecnologia Opticruise (automatizada). A capacidade de carga do Scania G420 também atende bem às necessidades de transporte de grandes volumes. O PBT técnico do modelo é de 35 000 kg e a CMT é de 150 000 kg. O PBTC é de 74 000 kg.