As pressões de cidadãos mais conscientes com meio ambiente e de ONGs (organizações não-governamentais) têm levado os gestores públicos a adotar políticas de mobilidade mais sustentáveis. A cidade de Bogotá, na Colômbia, já conta com a maior frota de ônibus híbrido da América Latina (mais de 300 unidades) e, em breve, passará adotar modelos 100% elétricos. Cidades brasileiras, como São Paulo e Curitiba, caminham no mesmo sentido, ainda que em ritmo muito lento.
Na capital paulista havia uma lei, aprovada em 2009, para que toda a frota de ônibus fosse 100% movida por combustíveis renováveis até 2018. Por causa da falta de recursos financeiros para investir em novas tecnologias e renovação da frota, a lei foi suspensa pela Prefeitura de São Paulo.
Os engenheiros da SPTrans (órgão da prefeitura que administra o transporte público por ônibus na capital paulista) já haviam visto que, dificilmente, a lei seria cumprida, pois pouco foi feito e não há tempo hábil nem recursos para substituir uma frota de cerca de 15 000 ônibus movidos a diesel por veículos movidos por combustíveis mais limpos. Atualmente, na cidade paulistana há apenas 50 ônibus movidos a etanol e, hoje, rodam 201 trólebus. Há projetos em testes com diesel de cana-de-açúcar (misturado com diesel de petróleo) e hidrogênio.
Elétrico híbrido
A Volvo já conta com modelos sustentáveis em produção no Brasil e outros em teste e que serão fabricados aqui também, sendo ônibus híbrido, híbrido elétrico e elétrico híbrido, cada um com uma função específica no transporte urbano e intermunicipal (veja reportagem sobre esses Volvo na edição 143, de junho de 2015, da revista TRANSPORTE MUNDIAL).
Agora a Mercedes-Benz também anuncia que desenvolveu um motor-gerador de 6 cilindros no chassi superarticulado O 500 UDA, para atender a uma parceria com a Eletra, empresa especializada no desenvolvimento de veículos com tração elétrica. Chamado de Dual Bus, o novo chassi é considerado híbrido e, quando utiliza apenas as baterias, a versão elétrica pura. Ele também pode ser usado como trólebus, operando com a rede aérea de eletricidade. Segundo Curt Axthelm, gerente sênior de marketing de produto ônibus da Mercedes-Benz do Brasil, a escolha do superarticulado proporciona maior facilidade de operação, aspecto especialmente importante nas estações e terminais de passageiros.
AS INICIATIVAS DA INDÚSTRIA
Não só Volvo e Mercedes-Benz podem contribuir para que as cidades contarem com ônibus mais amigáveis ao meio ambiente. A Agrale tem um projeto pronto para lançar no mercado a partir do momento em que exista comprador. Trata-se do Hybridus. O modelo reutiliza a energia gerada nas frenagens para abastecer as baterias e, dependendo da capacidade delas, dispensar o uso do motor diesel.
Já a Scania oferece ao mercado o ônibus movido a etanol, mas baseado no motor à combustão de diesel, proporciona 40% mais eficiência do que os motores Otto. Além disso, já testa no país o ônibus movido a gás metano e também conta com motor que roda 100% com biodiesel de origem vegetal, entre outras linhas de pesquisa em andamento.