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Frota de Actros da Transportadora Cereal chega a 20 Actros 2156. Foto: Divulgação/Mercedes-Benz
Após o mercado de caminhões ter caído mais de 70% desde 2013, o agronegócio segue como a salvação da lavoura, apesar do trocadilho não ter servido para safra 2015/2016 por razões climáticas. Por causa da quebra na colheita, muitos caminhões ficaram parados e, consequentemente, houve forte redução no valor do frete.
 
Porém, este ano, segundo o 5º levantamento da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), divulgado em fevereiro, a produção de grãos baterá novo recorde, devendo chegar a 219,1 milhões de toneladas. O aumento de 17,4% em relação à safra anterior, que foi de 186,6 milhões, representa 32,5 milhões de toneladas a mais a serem transportadas. 
 
MODIFICAÇÕES PARA USO MISTO
 
De olho nesse mercado, a Mercedes-Benz adequou o seu caminhão pesado Actros para as necessidades dos transportadores de grãos e o resultado já começou a aparecer. “Fomos ouvir os transportadores do Centro-Oeste e então entendemos que o Actros não estava adequado para a operação deles. Então fizemos diversas modificações dentro do conceito, ‘as estradas falam, a Mercedes-Benz ouve’. Modificações importantes, como a troca do sistema de freios a disco por tambores trouxe mais resistência para o uso misto asfalta-terra. E a troca do eixo com redução dupla nos cubos por redução simples trouxe mais economia de consumo. Também lançamos Actros 2651, com motor de 510 cv, bem mais potente para o tipo de aplicação, melhorando a velocidade média”, destaca Roberto Leoncini, vice-presidente de vendas, marketing e peças & serviços caminhões e ônibus da Mercedes-Benz do Brasil. 
 
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Mercedes Actros passou por modificações para atender necessidades de transportadores de grãos. Foto: Divulgação/Mercedes-Benz
Exemplo do resultado vem do Grupo Cereal, de Rio Verde, sudoeste de Goiás. A empresa já contava com 33 caminhões das marcas Scania e Volvo para puxar graneleiros de sete e nove eixos.
 
Em março de 2016, o grupo abriu a Transportadora Cereal para ganhar mais eficiência logística e criar maior independência em relação a transportadoras terceirizadas e não ficar refém da oscilação do frete. Junto com o crescimento dos negócios e a expectativa de uma safra maior veio a necessidade de ampliar a frota.
 
“Como trabalhamos com commodities’, explica Adriano Barauna, presidente do Grupo Cereal, “não controlamos o preço de entrada nem o de saída das mercadorias, o que é feito pelo mercado internacional. Portanto, só podemos controlar os custos”. Assim, saíram às compras e visitaram todas as concessionárias de caminhões pesados 6×4, potência na faixa dos 500 cv, com equipamentos de segurança e cabine com conforto para os motoristas.
 
PORQUE ESCOLHEU MERCEDES
 
Tecnicamente, os modelos das marcas DAF, Iveco, MAN, Mercedes-Benz, Volvo e Scania atendem esses requisitos. “Mas a melhor negociação e mais acessível foi oferecida pela concessionária Rodobens e pela Mercedes-Benz”, comenta Evaristo Barauna, fundador e conselheiro do grupo.
 
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Roberto Leoncini (vice-presidente da Mercedes-Benz) faz a entrega simbólica das chaves dos novos Actros 2651 para Evaristo Barauna (fundador do Grupo Cereal). Foto: Divulgação/Mercedes-Benz
Ele destaca que a oferta do leasing operacional pelo Banco Mercedes-Benz foi fundamental para a decisão pelos 15 Actros 2651 incorporados a frota há quase um ano. Todas unidades contam com contrato de manutenção por cinco anos. Outros cinco Actros 2651 foram contratos por leasing operacional nos últimos dias e mais 10 deverão ser adquiridos após aprovação pelo conselho de administração do grupo. 
 
Evaristo Barauna conta que mesmo não tendo experimentado os caminhões na atividade, confiou no que foi prometido pela Mercedes-Benz. “Já trabalho com empresas alemã na indústria e isso me fez confiar e, hoje, quase um ano depois, posso dizer que entregaram tudo que prometeram”, comenta.
 
Paulo Perez, engenheiro mecânico responsável pela frota, diz que a meta era manter os custos de operação que já tinham e, se possível, baixar. A surpresa é que os custos foram baixados. “Os nossos caminhões faziam uma média de 2,30 km/l nas nossas rodas de 200 km. Os Actros estão fazendo entre 2,35 km/l e 2,40 km/l”, informa.
 
CASE GRUPO CEREAL 
 
Fundado em 1981, em Rio Verde, sudoeste de Goiás, o Grupo Cereal é a 189ª maior empresa do agronegócio, conforme ranking da revista “Exame”. A agroindustrial conta com 400 colaboradores, duas unidades industriais (para esmagamento de soja, fabricação de ração, soja desativada, óleo degomado etc.), 10 armazéns gerais com capacidade para 261 mil toneladas de grãos, além de fazendas produtoras de grãos e pecuária. Assim, a movimentação anual de grãos (entra e sai nos armazéns e nas duas unidades industriais) chega a 1 milhão de toneladas. 
 
Na próxima edição da revista TRANSPORTE MUNDIAL, edição 161, que circula a partir de meados de março, vamos apresentar uma análise e mais informações sobre o processo de decisão do Grupo Cereal para decidir por frota própria, pela opção do leasing operacional (as vantagens desse sistema de arrendamento para pessoa jurídica com imposto de renda a pagar) e pela marca Mercedes-Benz. 
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Marcos Villela
Jornalista técnico e repórter especial no site e na revista Transporte Mundial. Além de caminhões, é apaixonado por motocicletas e economia! Foi coordenador de comunicação na TV Globo, assessor de imprensa na então Fiat Automóveis, hoje FCA, e editor-adjunto do Caderno de Veículos do Jornal Hoje Em Dia e O Debate, ambos de Belo Horizonte (MG).