Assim como toda a indústria de ônibus e empresas de transporte de passageiros, a Mercedes-Benz do Brasil está preocupada com o futuro do transporte coletivo no País.  Alguns países têm mostrado um retorno para o transporte individual em relação a pandemia, como na China, mas a Mercedes-Benz, como outras empresas, quer defender o transporte coletivo por ônibus com segurança. 

Dentro das vendas da Mercedes-Benz, o ônibus não é representativo em números, mas a empresa tem orgulho do que fez nesses últimos 125 anos

No Brasil, a decisão de mobilidade entre automóvel, ônibus, bicicleta, avião, motocicleta, trem etc., envolve diversas variáveis, e a econômica é de grande importância e longe de ser uma possibilidade para a maioria.

Poder decidir se vai de casa para qualquer outro lugar de carro, avião, moto, bicicleta, metrô ou ônibus é fantástico. A ideia não é tirar o direito de escolha, mas pensar na segurança de quem não tem opção. E mesmo para quem quer ter o ônibus como escolha. Há muitas pessoas que viagem de ônibus por medo de avião, por exemplo, ou outra razão.

Coletivo com biossegurança

Assim, manter o modal ônibus funcionando, seja urbano ou rodoviário, é uma preocupação de todos que trabalham nesta indústria. E, estão trabalhando com foco em soluções e segurança contra a Covid-19. No final deste texto, há link sobre o que a Marcopolo tem feito em biossegurança.

Cortinas antibacterianas
Cortinas antibacterianas. Foto: Marcopolo/Edypo Alaniz

No caso específico da Mercedes-Benz, ela poderia oferecer os automóveis como a solução, pois é um negócio muito mais rentável para ela. No entanto, ela defende também o ônibus como solução de transporte coletivo.

O Grupo Daimler AG ganha mais com automóveis e caminhões (veja imagem com resultado público), e mantém o de ônibus pela sua relevância de 125 anos de história. 

Resultado financeiro do Grupo Daimler em 2019
Resultado financeiro do Grupo Daimler em 2019. Veja que se o foco fosse só lucro, a aposta seria: deixa e o ônibus e vá de carro

É interessante pensar que nem todas as empresas pensam iguais, até mesmo, porque são pessoas que tomam decisões ao redor de alguma mesa. Se as pessoas com poder de decisão do Grupo Daimler pensassem como as da Ford Motor Company, ônibus não existiria mais. O mundo seria coberto por picapes e SUV’s. No entanto, a Daimler desistiu da picape Class-X pois ela teve dúvida da postura ética da fornecedora do chassi.  

A Ford deixou os clientes, pois lançou e vendeu caminhões poucos meses antes de anunciar o fechamento da operação no Brasil

Os acionistas da Ford Motor Company, lá no Hemisfério Norte, decidiram que o futuro da marca estava em investir em veículos como picapes e SUV’s de luxo, além do esportivo Mustang, e que o negócio de caminhões era péssimo, mesmo que não desse prejuízo, mas era coisa de pobre. Tomaram a decisão de fechar a fábrica em São Bernardo do Campo (SP), pois o negócio estava fora do foco deles.  

Como dona da marca Ford Caminhões e da velha fábrica no ABC Paulista, a Ford Motor Company tinha o direito de mandar fechar sem pensar nas consequências para os outros, pois o prioridade deles é eles. O laboratório Roche, quando decidiu que não fabricaria remédios de baixo valor agregado (leia-se para pobres), pelos menos avisou com quatro anos de antecedência que fechará a fábrica do Rio do Janeiro. 

Ônibus como função vital

Voltando ao tema ônibus, a preocupação da Mercedes-Benz é ajudar não só o próprio negócio de ônibus, mas tornar viável e seguro para todos os envolvidos, até mesmo, o pequeno empresário que presta serviço de fretamento ou transporte escolar. O que você leu até aqui, é uma análise do autor deste artigo. Abaixo, a posição da Mercedes-Benz:

“Os impactos da Covid-19 atingiram em cheio o transporte público, em especial o modal ônibus”, ressalta Walter Barbosa, diretor de vendas e marketing ônibus da Mercedes-Benz do Brasil. “Independentemente das circunstâncias sociais e econômicas, eventuais ou não, o ônibus ocupa uma função vital na mobilidade urbana, interligando todas as regiões das cidades, desde o centro e seu entorno, aos bairros mais distantes. Os moradores utilizam os ônibus para ir ao trabalho, à escola e para outros compromissos. Eles são, portanto, um meio de inclusão social e de aproximação dos habitantes com suas cidades e seus espaços de lazer e convivência, serviços, mobilidade e qualidade de vida”.

De acordo com o executivo, com base no posicionamento “Pensando no coletivo. Pensando no futuro”, a Mercedes-Benz tem papel atuante e mobiliza diversos envolvidos no segmento, como empresas de transporte, gestores, parceiros e passageiros, para a busca permanente de soluções de mobilidade e de compatibilidade ambiental e econômica para hoje e para o futuro.

Também com base no posicionamento “Pensando no coletivo. Pensando no futuro”, a Mercedes-Benz cria campanha institucional que convida os clientes a darem seu testemunho de como estão enfrentando a Covid-19. Sob o mote “Coletivo de Cuidados”, os cases serão divulgados a fim de motivar a todos. A ação ressalta que o ônibus faz parte da nossa vida. “Vá de ônibus. Vá seguro. E conte sempre com a qualidade Mercedes-Benz”, diz uma das mensagens.

Com essa iniciativa, a empresa busca também reconhecer o esforço de seus parceiros para garantir a proteção dos usuários de ônibus. “Empresas operadoras e fabricantes de carroçarias têm se dedicado, por exemplo, a ações de higienização do interior dos ônibus. Isso será muito importante na volta à normalidade, uma vez que já está ocorrendo, gradualmente, um aumento no fluxo de passageiros”, afirma Walter Barbosa.

A ação dá continuidade, portanto, ao compromisso da empresa com os usuários do ônibus de todo Brasil. Iniciativas similares ocorreram com as campanhas “Mercedes-Benz, o ônibus da galera”, que motivava o usuário a se sentir coproprietário dos veículos de transporte coletivo, e “Eu uso, eu cuido”, que incentivava o cidadão a preservar o ônibus, seu patrimônio no dia a dia da mobilidade urbana.

As campanhas estarão no ar quando as cidades começarem a flexibilizar a mobilidade. 

Leia o que a Marcopolo tem feito: Biossegurança

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Marcos Villela
Jornalista técnico e repórter especial no site e na revista Transporte Mundial. Além de caminhões, é apaixonado por motocicletas e economia! Foi coordenador de comunicação na TV Globo, assessor de imprensa na então Fiat Automóveis, hoje FCA, e editor-adjunto do Caderno de Veículos do Jornal Hoje Em Dia e O Debate, ambos de Belo Horizonte (MG).