A partir desta quinta-feira (01 de setembro), a linha de produção de caminhões Scania retorna à normalidade com a montagem de 115 unidades por dia. Devido ao sistema de fabricação da montadora, a instabilidade na cadeia de fornecimento de componentes fez o número de emplacamento de veículos da marca cair 37,3% no acumulado dos primeiros sete meses desse ano.
Entre as seis principais fabricantes de caminhões, Scania foi a montadora com maior queda no número de emplacamento por conta da falta de componentes na linha de produção. No mesmo período, Mercedes-Benz registrou retração de 13,2%, Volkswagen de 21,7% e Iveco 5,5%. DAF e Volvo foram as únicas com crescimento de 17,5% e 9,7% respectivamente, no mesmo período desse ano.
A retomada da produção ao seu volume máximo tem sido motivo de comemoração dentro e fora da empresa. Em meados de abril desse ano, a produção chegou baixar para 60 caminhões/dia, conforme afirmou o diretor de Vendas de Soluções de Transporte da Scania, Alex Nucci. “Aos poucos a situação foi se estabilizando, fomos aumentando nossa capacidade produtiva e agora podemos dizer que praticamente voltamos à normalidade, disse o executivo.

Nucci lembrou que foram 12 meses de desafios, mas que a partir de agora os problemas da falta de componentes ficaram para trás. “Duas coisas boas acontecem com retorno: agora conseguimos regularizar as entregas atrasadas e também vamos conseguir volumes adicionais de caminhões Euro 5. No mais é olhar para a frente e pensar no Euro 6”, complementou.
No entanto, toNucci destaca que ainda há uma instabilidade na entrega de componentes, porém garante que não chega a causar atrasos nas entrega de caminhões. “Hoje, quando eu falo em instabilidade não é algo que gera atrasos. É diferente do passado, quando a gente não sabia o que ia chegar, o que poderíamos produzir e o que entregar”, lembrou. Pelas suas previsões, a estabilidade na cadeia de fornecimento de componentes deverá acontecer de fato somente no primeiro semestre de 2023.

O executivo acredita que mesmo diante da recuperação da produção, do cenário positivo e de haver mercado para um número maior de produtos Scania, esse ano o resultado da Scania deverá ficar próximo de 2021. Comentou que após tudo que a marca atravessou nos últimos meses, se volume de emplacamentos ficar um pouco abaixo das 15.600 unidades alcançadas ano passado já será um ganho importante.
Gás nas rodovias
As expectativas da empresa para os caminhões a gás continuam em alta, com previsão de vender entre 600 e 1000 unidades em 2023. A motivação está baseada no trabalho e parceria com os grandes produtores de gás para o desenvolvimento de corredores de abastecimento. Atualmente há uma rede com pontos de abastecimento em todas as capitais dos Estados da costa entre o Rio Grande do Sul, Espírito Santo e Salvador/BA.
O gás já está também em alguns locais do Interior do País e segundo Alex Nucci a Scania está trabalhando agora no desenvolvimento parcerias para o combustível chegar em postos do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Minas Gerais. Os parceiros são os distribuidores de gás nesses Estados. Por meio de uma equipe de sustentabilidade, o papel da montadora é fazer conexão com os interessados na produção e distribuição.
O executivo da Scania explicou que as distribuidoras já atendem redes de postos nas capitais de seus Estados, mas elas não cobrem ainda regiões fora dos grandes centros. Ele cita o exemplo da MT Gás que abastece Cuiabá, mas o gás não chega a Rondonópolis, Sinop e outras localidades com grande fluxo de caminhões.
Disse também que é preciso identificar onde há demanda para o combustível, para isso é pnecesário saber onde os caminhões movidos gás serão mais econômicos do que os atuais a diesel. “E partir daí ajudar essas distribuidoras a levarem o gás até postos do interior dos Estados e fazer os investimentos necessários para os caminhões poderem chegar.
“Cabe à Scania mostrar o volume de caminhões e o potencial para a distribuidora vender o produto na região”, concluiu. Atualmente os caminhões a gás produzidos pela Scania contam ainda certos itens importados, mas a partir de 2023 o motor, por exemplo, passará a ser produzido no Brasil e deverá o preço reduzido.