O Sudeste é o local que concentra mais roubos de carga. O dado do Centro de Inteligência da Overhaul, empresa de soluções de monitoramento de cargas, mostra que 85% dos roubos ocorrem na região.
Como resultado, a região, também mais populosa, rica e com a malha rodoviária mais movimentada do Brasil, ganhou quatro pontos percentuais. O dado é em relação ao mesmo período de 2023.
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Roubos de carga por estado
Na divisão por regiões, o Sudeste foi seguido por Nordeste (6%), Sul (4%). E Centro-Oeste (3%) e Norte (2%). Além disso, o ranking dos 10 estados com mais ocorrências é composto por São Paulo (48%), Rio de Janeiro (30%) e Minas Gerais (6%).
Assim como Paraná (3%), Bahia (2%), Mato Grosso (2%). E Rio Grande do Sul (1%), Ceará (1%), Maranhão (1%) e Tocantins (1%).
Sul registra queda nas ocorrências de roubos de carga
Parte do aumento da participação do Sudeste nos roubos de carga é explicada pela queda acentuada nos números da região Sul. Ou seja, dentre os casos registrados em todo o país entre janeiro e junho deste ano, 3% ocorreram no Paraná, contra 6% no mesmo período de 2023. Do mesmo modo, houve queda no Rio Grande do Sul, de 3% para 1%.
Segundo Reginaldo Catarino, gerente de Inteligência da Overhaul Brasil, a redução de casos no Sul pode ter relação com as enchentes na região. E que devastaram o Rio Grande do Sul em maio.
“Isso impediu o tráfego de cargas destinadas à região. Assim como a países como Argentina, Chile e Uruguai. O Paraná é passagem para quase todos os veículos do resto do país para o Sul. Dessa forma, acreditamos que este fato tenha impactado no número de ocorrências”, explica.
Em números absolutos, houve uma queda de 17,9% no número de casos de roubos na primeira metade do ano em relação ao mesmo período de 2023. E puxada principalmente por São Paulo e Rio de Janeiro. Segundo os dados do Centro de Inteligência, as ocorrências caíram 21% em território paulista e 43% nas vias fluminenses na comparação interanual.
Crimes acontecem mais de dia e de segunda a quinta
Todavia, o estudo da Overhaul mostra que 72% das ocorrências aconteceram entre 6h e 18h, com o dia claro, contra 28% à noite ou madrugada. Os dias da semana em que os roubos são mais recorrentes são de segunda a quinta-feira, quando ocorrem 73% dos casos. Trata-se de um padrão registrado em levantamentos anteriores.
Em relação ao tipo de carga roubada, destacam-se as diversas, que são cargas de tipos diferentes sendo transportadas em conjunto (51%). Em seguida, vêm veículos e autopeças (12%), o que inclui também os próprios veículos comerciais leves e pesados desmontados para a revenda de peças para desmanches. Por fim alimentos e bebidas (9%). Os seguintes tipos são agro (7%) e tabaco (6%).
Na análise específica para o agronegócio, a Overhaul observa diferenças em relação à tendência geral. Dos roubos dessa categoria, 46% ocorrem entre 18h e 0h e 47% às quartas ou quintas-feiras. Os grãos ainda são os itens mais subtraídos (51%), seguidos por pesticidas (13%). A faixa que vai do norte do Paraná ao sul de Goiás é a mais atingida.
Metodologia
Catarino explica que o banco de dados usado pelo Departamento de Inteligência da Overhaul reúne informações diárias de casos registrados no Brasil. Como dados divulgados por órgãos oficiais do Governo, e ainda dados de empresas dos setores de Segurança e Transportes, e inteligência artificial.
“Todos esses dados são checados pela equipe da Overhaul e por inteligência artificial. Assim, são capazes de analisar riscos e antecipar cenários com alta precisão em relação às rotas, localidades e a densidade dos roubos. Por outro lado, a pesquisa não tem uma contagem exata dos roubos de carga”, explica Catarino.
O Departamento consegue reunir informações de fontes variadas até produzir uma amostra significativa de eventos de roubos de carga. Assim, permite realizar análises estatísticas, que embasam as decisões dos clientes da Overhaul, em sua maioria gerentes e diretores de empresas de transporte de carga.
“Fizemos uma pesquisa recente que traz um prognóstico dos setores e regiões que devem ter o maior crescimento no ano que vem. Dessa forma, contribui para a tomada de decisões importantes. Como a contratação de seguros ou escolta.”
