Com características como a robustez e o design, o caminhão International DuraStar está elevando o posicionamento da marca de origem norte-americana no mercado brasileiro. Isso porque a fabricante, em um período de cerca de 10 meses, entregou 889 unidades DuraStar configurados 6×4 aos Estados da Paraíba, Rio Grande do Norte e São Paulo.
Os caminhões receberam implementos do tipo caçamba basculante 12 m³ e tanques de
10 000 litros e serão usados em obras de infraestrutura e em ações de combate à seca pelas prefeituras das cidades contempladas. Contudo, no segmento de semipesado, a fabricante cresceu mais de 10 vezes, com 889 unidades vendidas no primeiro semestre deste ano contra 75 no mesmo período do ano passado.
O resultado também trouxe bons frutos à fábrica, localizada em Canoas (RS), que havia sido inaugurada no período da licitação do MDA (Ministério do Desenvolvimento Agrário) para o programa PAC 2 (Programa de Aceleração do Crescimento), do governo federal. Depois de três meses teve sua produção aumentada de dois para sete caminhões por dia, feito que exigiu da empresa revisão e melhoria de processos produtivos, logísticos, fiscais e de compras, além de capacitação dos serviços autorizados de pós-venda para aumentar a cobertura nas regiões onde os veículos estão operando.
Além do preço, a escolha do veículo também se deu pela versatilidade para a operação. O DuraStar é um caminhão capaz de se mover com bravura sobre o asfalto como também nas mais duras condições fora de estrada.
Disponível nas configurações 4×2, 6×2 e 6×4, Transporte Mundial foi para as ruas avaliar a versão trucada (6×2) do modelo.
Trata-se de um caminhão com PBT (Peso Bruto Total) técnico de 26 t e CMT (Capacidade Máxima de Tração) de 33 t, direcionado ao transporte rodoviário de curtas e médias distâncias. Seu motor é o MWM MaxxForce 7.2 litros que está montado em uma arquitetura de 6 cilindros em linha e 24 válvulas. Para atender à norma Proconve P7 de redução de emissão de poluentes saído do escape, a International optou pela tecnologia SCR, na qual há a necessidade do reagente químico Arla 32. Esse propulsor possui sistema de injeção common rail com 1 800 bar de pressão, cabeçotes individuais e camisas úmidas removíveis, bomba de água e de óleo, compressor de ar e bomba hidráulica acionados por engrenagens.
O motor entrega 274 cv de potência a 2 200 rpm e 97 mkgf de torque de 1 200 a 1 600 rpm. Vale destacar também que este propulsor possui freio motor Power Brake tipo compressão integrado ao cabeçote com poder de frenagem de 235 cv.
Ainda sobre o seu trem de força, a robustez se completa pela transmissão Eaton FS-6406B, manual de 6 velocidades sincronizadas e 1 a ré. Um ponto positivo desse câmbio é que, além de macio e preciso, apresenta agilidade nas trocas graças à sua relação de 8,03:1 a 1:0011.
Esse caminhão traz um moderno sistema elétrico Multiplex, que possibilita centralização e distribuição de energia elétrica e informações eletrônicas de vários componentes do veículo. O seu ângulo de ataque é de 32º e permite que ele passe por obstáculos maiores, das descidas mais íngremes aos aclives. Razão de o veículo ser uma ótima opção, nessa configuração, para canteiro de obras, por exemplo.
Desenho diferenciado
Ao contrário do que se tem no mercado, com exceção da linha Atron da Mercedes-Benz, uma das principais características do International DuraStar é o design moderno de sua cabine avançada. Ela é fabricada em aço galvanizado, que propicia fácil acesso ao motor e aos itens de manutenção periódica do veículo. Chama a atenção o ótimo acesso à cabine e, quando a bordo, apesar do capô à frente, o motorista tem ampla visibilidade e uma confortável posição de dirigir. Como a robustez é o seu maior predicado, o DuraStar possui para-choque em aço com faróis integrados, um item que é de série em todas as versões. A aparência agressiva se completa pela grade frontal cromada, uma identidade de marca de origem norte-americana.
O DuraStar parece espartano mais na aparência do que nos equipamentos que possui. De série traz suspensão pneumática na cabine, banco do motorista com suspensão pneumática e múltiplos ajustes de altura e profundidade, coluna de direção ajustável, tomada de 12 volts, preparação para rádio com antena e dois alto-falantes. No que se refere ao acabamento, o modelo não é rico em detalhes, mas isso é justificável, uma vez que é direcionado para operações mais brutas – sobretudo nas tarefas em que vão se exigir mais do veículo. Possui painel simples, com dois porta-copos na parte central, e no console do teto há mais dois nichos e espaço para rádio. Por conta de seu DNA obreiro, nessa versão, o veículo não possui cabine leito.
Para atender as operações com munk ou tanque, por exemplo, a International oferece o volante multifuncional, assim, o motorista pode controlar a rotação do equipamento pelo volante. Como opcionais, pode ser equipado com ar-condicionado, vidros e travas elétricas das portas.
Apesar dessa característica bruta, o caminhão é dimensionado para operar com caçamba, baú e carga seca, já que tem versões de entre-eixos que partem de 4 450 mm a 6 300 mm. A versão avaliada estava com a opção de 5 688 mm.
Na descida da serra pela rodovia Anchieta, a 50 km/h de velocidade média a uma rotação de
2 000 rpm, não houve a necessidade de usar o pedal do freio já que o 1º estágio do freio motor deu conta de segurar todo o conjunto.
Na estrada, ao nível do mar, o DuraStar mostrou suas qualidades. Carregado com 18 400 kg de carga, o modelo agrada ao volante. Tem direção leve e engates precisos, o que conta pontos na rodovia.
Na subida da serra o forte propulsor impressiona, pois no trecho mais íngreme da Imigrantes, rumo ao Planalto Paulista, o motor alcançou rapidamente a velocidade, chegando em poucos segundos em 4ª simples, a 50 km/h a 1 700 rpm, ou seja, sem elevar muito a rotação.
Quem procura um caminhão para ser aplicado em atividades mais robustas, o DuraStar é uma boa pedida, mesmo porque possui componentes já conhecidos no mercado, o que torna a sua manutenção mais em conta.
Os semis competidores
Praticamente todas as montadoras de caminhão estão nesse segmento. E são representadas pelos modelos Volkswagen 24.280 (este, líder de mercado), MB Atron 2324 e Atego 2429, Ford Cargo 2429, Iveco Tector 240E28, Volvo VM 270 e Scania P 270 – todos configurados 6×2 e com cabines cara-chata, com exceção do Atron cuja cabine é avançada.
No que se refere à potência, Scania e Volvo são os modelos mais semelhantes, no entanto o Volvo VM compartilha de alguns componentes com o DuraStar, como o motor MWM MaxxForce e o chassi anticorrosivo com longarinas de 9,5 mm.
Uma novidade que a Volvo tem e é competitiva em relação ao DuraStar é a caixa automatizada I-Shift de 12 velocidades, um item opcional para clientes que desembolsarem mais R$ 15 000. Além disso, o Volvo possui uma cabine superior em relação ao nível de acabamento interno. No entanto, a International, junto com a Eaton, estuda a aplicabilidade de uma transmissão automatizada no DuraStar, algo ainda para médio e longo prazo.
Com relação à cabine, o representante bicudo é o da estrela de três pontas, o modelo Atron 2324 6×2, porém, tem potência inferior. O motor é o Mercedes OM-926 LA de 6 cilindros em linha, com cavalagem de 238 cv e torque de 86,7 mkgf com tecnologia SCR. O câmbio, o MB G-85 tem 6 marchas, e o eixo traseiro é de dupla velocidade.
Ambos têm outro aspecto em comuns: suas vendas estão bem divididas entre frotistas e autônomos. O Atron atende ao segmento com um PBT de 22 t.