Volvo diversifica atuação na América Latina

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Em coletiva realizada nesta terça-feira (16), a Volvo apresentou números sobre o mercado brasileiro, fez um panorama sobre o atual momento político-econômico do país e anunciou algumas novidades a serem lançadas durante o ano de 2016.


“2015 foi um ano difícil e 2016 será ainda mais desafiador, mas nosso compromisso com o Brasil é de longo prazo e vamos continuar investindo em novos produtos e soluções que contribuam com os negócios dos nossos clientes. O país é muito grande e sempre superou suas dificuldades”, afirma Carlos Morassutti, presidente interino do Grupo Volvo América Latina.

À primeira vista, nem mesmo o fato da empresa perder dinheiro no Brasil fez com que a fabricante mudasse sua visão do país. Segundo executivos da marca, a visão, a longo prazo, a tornou preparada para enfrentar períodos de crises ou incertezas. No entanto, a fabricante divulgou que vai redimensionar o tamanho da rede de concessionárias, além do quadro de colaboradores. Em acordo com o sindicato, a empresa vai prover estabilidade até o mês de março deste ano.

Se o mercado interno não está atrativo no momento — os executivos falam em queda entre 15% – 20% no segmento de caminhões semipesados e pesados –, a alternativa encontrada pela marca foi apostar nas exportações. Chile, Argentina, Peru e Colômbia, citados como grandes importadores, são tidos como mercados promissores. 

LANÇAMENTOS

Na tentativa de alavancar as vendas no Brasil, a Volvo passará a oferecer a seus clientes novos produtos e ferramentas, como seguro de cargas, financiamento de peças, novo produto no segmento de ônibus e o leasing operacional. Uma das principais novidades é o leasing operacional, cujo contrato não inclui a posse do bem, e sim o direito de usufruir dele por um período pré-determinado, que será de três anos no caso da Volvo.

Segundo os executivos da marca, o sucesso da modalidade depende da mudança de mentalidade do brasileiro, que está acostumado a contar com o bem ao final do financiamento. A diferença entre o leasing convencional e o operacional, é que nesta nova modalidade (já bastante utilizada nos Estados Unidos e na Europa), ele paga como se fosse um aluguel e, ao final do período do contrato, devolve o veículo sem precisar paga mais nada e nem se preocupar com a revenda do veículo. Ainda há vantagens fiscais e um custo mensal menor. Após devolver um veículo, um novo contrato pode ser feito.

Com relação ao financiamento de peças e serviços, Ruy Meirelles, presidente da VFS (Volvo Financial Services) do Brasil, afirma que ‘reformas’ ou serviços realizados nas oficinais, bem como a aquisição de peças genuínas, poderão ser financiados em até 12 prestações, mediante crédito pré aprovado pela instituição. O seguro de cargas, anunciado durante a Fenatran 2015, abrange a indenização do cliente em caso de roubo ou furto da carga.


Apesar das vendas em baixa, a fabricante comemora a ampliação de sua participação de mercado no segmento de caminhões pesados, para 29,6%. O segmento de ônibus também mostrou reação, ao avançar 3,1% no mercado de urbanos, passando de 24,6% a 27,7%. Sem divulgar mais informações, os executivos da marca limitaram-se a dizer que um novo produto no segmento de ônibus será lançado neste ano.