O nível de veículos autônomos varia da escala de 0 a 5 criada pela Sociedade dos Engenheiros Automotivos (SAE). Com certeza, todas as transportadoras têm caminhões e ônibus que encaixam na classificação e, a tendência a longo prazo, é que as frotas cheguem, pelo menos nível 4 e, em algumas operações, ao nível 5. Conheça cada nível:

Nível 0

Caminhão que deu origem ao Mercedes Benz Atego

São os veículos totalmente controlados pelos motoristas, como são todos os caminhões brasileiros até o segmento de semipesados fabricados até o final de 2011.

Nível 1

Cargo2013 TesteFreioABS

Neste início, há algum tipo de automação começou a ser instalado nos caminhões e ônibus. Devido a implantação do Proconve P7 (Euro 5), as montadoras aproveitaram para agregar algumas tecnologias, como piloto automático e freios ABS por determinação da legislação. No caso dos caminhões pesados premium, a introdução de piloto automático e transmissões inteligentes começou antes, no final dos anos 1990 (Scania) e início dos anos 2000 (Volvo). Depois progressivamente, todas as marcas passaram a oferecer câmbios automatizados para pesados, que começa também a ser oferecido para semipesados.

Nível 2

ESP

Neste nível, alguns modelos contam com sistemas que auxiliam o caminhão e ônibus a permanecer na faixa de rolagem, como é o caso do controle de estabilidade, aviso de faixa e frenagem autônoma, tecnologias já oferecidas pela Volvo (desde 2008 para caminhão e desde agosto deste ano para ônibus), pela Mercedes-Benz (desde 2010 só para o Actros Megaspace Segurança e desde agosto deste para ônibus rodoviários O 500 RS e O 500 RSD), e pela Scania (para ônibus rodoviário desde 2016 e caminhão desde a última Fenatran, em 2017).

Nível 3

HPC-Platooning

Já existem caminhões com este nível de automação, mas por enquanto, só protótipo de teste e demonstração. Neste patamar, os caminhões já são capazes de fazer mudança de faixa sozinho, acelerar e frear (ACC – piloto automático adaptativo). O ACC já está disponível para alguns caminhões e ônibus no Brasil, como os citados no nível anterior, mas sozinhos ainda encaixam mais no conceito do Nível 2. As vendas de caminhões Nível 3 não devem demorar em alguns mercados devido as grandes vantagens que apresentam na redução de consumo e emissões quando são utilizados para formação de “platooning”, que são comboios de três a sete caminhões. Apenas o motorista do primeiro caminhão dirige, e os demais seguem o seguinte e reagem os comandos do líder, seja na aceleração, frenagem ou mudança de marcha. Mas neste nível, é sempre obrigatório a presença do motorista para assumir a direção em caso de imprevistos e antes e após a formação do comboio. Outro exemplo de Nível 3 é o Volvo VM Autônomo desenvolvido pela engenharia da Volvo do Brasil e apresentado no ano passado.

vm3

Nível 4

16C230 26

Neste nível de automação, o caminhão ou ônibus são capazes de fazer trechos rodoviários sozinhos enquanto o motorista pode fazer outro trabalho dentro da cabine ou descansar. Este nível terá grandes desafios para ganhar a confiança da sociedade e, principalmente, dos legisladores, sendo a sua permissão dependendo das condições de cada região do mundo. Porém, para ambientes fechados e controlados, como fazendas, fábricas e mineradoras, a chega desses veículos será breve. Neste patamar, o posto e a presença do motorista são necessários.

Nível 5

TLog

Aqui está o máximo da automação e os veículos neste nível já não possuem o posto do motorista. Alguns veículos de passageiros pequenos e cargas segmentados já estão em teste nos Estados Unidos e na Europa, e são capazes de fazer trajetos completos e tomar decisões sozinhos em caso de imprevistos. Ainda há muita controvérsia sobre a segurança de um veículo sem nenhum condutor responsável presente devido a complexidade do trânsito urbano e rodoviário. Para um caminhão ou ônibus Nível 5 rodar pressupõe-se que a cidade ou estrada tenha uma infraestrutura perfeita de pistas, sinalizações, semáforos inteligentes etc., algo raro no mundo e difícil de acreditar no Brasil.

Navya

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Marcos Villela
Jornalista técnico e repórter especial no site e na revista Transporte Mundial. Além de caminhões, é apaixonado por motocicletas e economia! Foi coordenador de comunicação na TV Globo, assessor de imprensa na então Fiat Automóveis, hoje FCA, e editor-adjunto do Caderno de Veículos do Jornal Hoje Em Dia e O Debate, ambos de Belo Horizonte (MG).