Com o início da produção seriada do Mercedes-Benz eO500U, a Transporte Mundial foi convidada para andar no modelo. Vale lembrar que a primeira aparição do veículo ocorreu em 2021. Quando as capitais começaram a discutir a descarbonização do transporte público nas cidades.
A demanda por ônibus elétricos se intensificou em São Paulo. Nesse sentido, a prefeitura local projeta que a cidade terá 2,6 mil novos ônibus elétricos até 2024.
Seja como for, para atender essa demanda, a Mercedes-Benz deu início a produção seriada do eO500U. Por essa razão, o modelo atende o padrão da São Paulo Transporte (SPTrans), que gerencia o transporte coletivo na capital paulista.
Dessa forma, o ônibus 4×2 conta com 13,2 metros de comprimento e piso baixo. Assim garantindo acessibilidade, sobretudo aos passageiros com mobilidade reduzida. Em outras palavras, trata-se de um ônibus tipo Padron, capaz de transportar um pouco mais de 80 passageiros.
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Colabora para tamanha robustez o PBT de 21,2 t e a capacidade de 8,2 t do eixo dianteiro. Com isso, pode suportar o aumento do peso bruto total (PBT), por causa das baterias.
O veículo ainda conta com dois motores elétricos, um em cada cubo de roda do eixo dianteiro. Na soma, esses motores desenvolvem potência de 340 cv e torque imediato de 98,9 mkgf.
O motor é alimentado por um pacote de cinco baterias distribuídas entre o teto e a parte traseira do veículo. O que garante ao ônibus a autonomia de 250 km. Ou seja, dentro das regras da SPTrans.
Mas a Mercedes-Benz ainda oferece a opção com pacote de seis baterias. Assim, aumentando a autonomia para até 300 km.
O sistema de recarga de baterias é do tipo plug-in. Padrão utilizado pela Daimler Buses em seus ônibus elétricos. Dessa forma, o veículo leva até três horas para a carga completa.
Na operação
Chama a atenção no eO500U o baixíssimo nível ruído a bordo. Como nossa experiência ocorreu em um dia quente, com temperaturas beirando os 37º, o que se escutava era o barulho do ar-condicionado no nível máximo para dar conta de climatizar todo o ambiente compartilhado com mais 17 passageiros.
Vale lembrar que o sistema de ar-condicionado foi desenvolvido entre Mercedes-Benz e Valeo. Com o objetivo de reduzir o consumo de energia, sem perder a eficiência. Isso porque o componente precisa de apenas 1,4 kWh. No caso do convencional, o consumo gira em torno de 1,7 kWh.
Alia-se à boa desenvoltura do ônibus, o rodar macio e suave, muito em razão do sistema de frenagem regenerativo. Ou seja, uma espécie de retardador que no trânsito faz a função do pedal de freio. Mas de forma mais suave. Sem solavancos. O que torna a viagem agradável para o passageiro que trafega em pé no veículo.
Seja como for, esse retardador está localizado na alavanca do lado direito do volante. E conta com cinco estágios. Assim, o motorista consegue dosar a frenagem conforme a velocidade do veículo.
E quanto mais o condutor usa esse recurso, mais a bateria é regenerada. Portanto, o condutor só vai colocar o pé no pedal de freio apenas para parar o veículo por completo.
O display da rotação, comumente presente no veículo diesel, no ônibus elétrico deu lugar ao mostrador da frenagem regenerativa. Assim, o motorista consegue avaliar o quanto a sua condução está sendo eficiente.
O mercado para o Mercedes-Benz eO500U
A Mercedes-Benz vai encerrar o ano com 50 unidades vendidas do eO500U. Porém, para 2024, a fabricante da estrela projeta vender outras 500 unidades. Seja como for, todas as vendas integram o transporte público da cidade de São Paulo.
Por isso, marca anuncia a produção em série do modelo. Os primeiros 25 veículos estão sendo encarroçados pela Caio com a carroceria eMillenium. E as demais 25 unidades prometidas para este ano estão em fase de produção. Com entregas previstas até o final do ano.
Mas para o próximo ano a previsão de venda do modelo é boa. Isso porque mais 500 unidades devem ser entregues às empresas paulistas Viação Metrópole Paulista, Viação Sambaíba e Viação Mobibrasil.
Seja como for, apesar de a Mercedes-Benz não revelar o preço do modelo, estima-se que o eO500U custe até três vezes mais frente à versão equivalente diesel. Para efeito de comparação, um ônibus do tipo Padron diesel com tecnologia Euro 6 custa perto de R$ 1 milhão.
Contudo, conforme a marca da estrela, o eO500U é elegível para financiamento via Finame. Ou seja, atendendo os requisitos do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o Finame Baixo Carbono. Para isso, a Mercedes-Benz já desenvolveu mais de 40 fornecedores locais.