A crise econômica que assola o Brasil está afetando drasticamente as atividades das transportadoras de cargas. Segundo dados da NTC&Logística (Associação Nacional de Transporte de Cargas e Logística), 65,4% das empresas têm parte da frota parada. Em média 11,2% dos veículos estão parados, enquanto 77% dos empresários relataram queda no desempenho financeiro.
De acordo com Lauro Valdivia, assessor técnico da entidade, o problema é que as perdas são permanentes. “A frota está parada, mas tem custos fixos com os quais tem que se arcar, como licenciamento e seguro. Tem a depreciação do caminhão, que continua perdendo valor, além do capital imobilizado, ou seja, o veículo está parado, em alguns casos as prestações ainda sendo pagas, e não tem mercado para que ele possa ser revendido.”
Ainda segundo Lauro, estes fatores geram outra preocupação: caminhões parados representam cortes de funcionários. Dados não oficiais, estimam que, com a frota paralisada, na média, as demissões podem alcançar até 20% do pessoal. Outro problema, segundo o assessor, é situação de dificuldade econômica, que se prolonga desde 2014. “Quem necessitar do transporte, passará apuros, porque até as empresas se recomporem, com trabalhadores e espaço para atender à demanda, quando voltar a crescer, vai levar um tempo.”.
PERSPECTIVAS
Apesar das notícias preocupantes do setor, 60% dos transportadores estão otimistas, e acreditam que o frete vai melhorar no segundo semestre de 2016.