Muitas transportadoras brasileiras têm adotado as câmeras internas de segurança, principalmente, por exigência dos embarcadores. No entanto, não é muito fácil convencer o motorista que a tecnologia é apenas para aumentar a segurança na condução.
De qualquer forma, o assunto continua sendo polêmico porque muitos sentem a privacidade invadida. Nos Estados Unidos, o American Transportation Research Institute (ATRI) fez uma ampla pesquisa. O objetivo é entender as preocupações das empresas do setor e as percepções dos motoristas sobre o tema.
O estudo identificou pontos de consenso e comprometimento potencial em sistemas de câmeras internas nas cabines dos caminhões e tratativa entre os motoristas de caminhão, transportadoras, especialistas jurídicos e seguradoras.
Com base na análise, o relatório propõe estratégias para expandir a aprovação entre os condutores. A utilização da câmera tem o objetivo de melhorar a segurança, mas o motorista deve ser convencido que a privacidade será preservada. Ainda, que as imagens são somente para o gerenciamento de risco.
Baixa aprovação
A aprovação pelos motoristas foi baixa nos EUA. Apenas 2,24 em uma escala de 0 a 10 entre 650 usuários atuais de todo o setor, descobriu a ATRI.
As pontuações baixas são motivadas, em parte, pela experiência limitada. Ainda mais, há confusão sobre a variedade de sistemas de câmeras. O estudo aponta também políticas pouco claras das operadoras e fortes preocupações com a privacidade.
Os motoristas que nunca usaram as câmeras internas tiveram a opinião mais negativa sobre a tecnologia. Os condutores que atualmente usam tiveram duas vezes mais chances do que os não usuários de avaliar positivamente os benefícios da tecnologia.
Ainda assim, os profissionais que atualmente usam câmeras classificaram os sistemas em apenas 1,73 para privacidade em uma escala de 0 a 10. Os condutores que nunca usaram o sistema antifadiga classificaram em 0,78 para a questão privacidade.
Uso das imagens
O relatório identificou praticas de transportadoras e gerenciamento de motoristas que levam a classificações mais altas de motoristas. Assim, a aprovação geral dos motoristas sobre as câmeras aumentou 87%. Isso quando as operadoras usaram imagens de vídeo para medidas de segurança proativas específicas, constatou a pesquisa.
Contudo, análises adicionais se concentraram em considerações de seguro para câmeras na cabine. Do mesmo modo, especialistas em ambos os campos expressaram preferência por câmeras voltadas para o motorista com base em eventos. Ou seja, deve-se evitar a gravação contínua.
Também concordaram com os motoristas que o acesso desnecessário às imagens de vídeo deve ser limitado aos gerentes de segurança, tanto quanto possível.
O estudo completo de 66 páginas (em inglês) pode ser baixado neste link.
