A Mercedes-Benz retomou o segundo turno na produção de caminhões em São Bernardo do Campo (SP) no dia 1º de julho. O objetivo é atender pedidos de clientes e produzir com menos funcionários em cada turno devido à Covid-19.
Tecnologia durante pandemia
A pandemia Covid-19 provocou isolamento social e tudo isso forçou todas as categorias profissionais a se reinventarem com a poderosa ajuda da internet e novas ferramentas tecnológicas.
Enquanto a maioria do pessoal que trabalha nas áreas administrativas, valando-se dessas inovações, consegue exercer suas funções de casa, no chamado “home office”. Do lado operacional, com o pessoal que precisa, literalmente, colocar a mão na massa, como no caso dos motoristas de caminhões, ficou mais claro que a alta tecnologia pode ser uma grande aliada não só para melhorar a eficiência mas também para garantir mais segurança à operação.
Roberto Leoncini, vice-presidente de vendas e marketing da Mercedes-Benz do Brasil lembra que a telemetria passa ser uma grande aliada neste momento de pandemia:
“Acho importante destacar o sistema de gestão da frota Fleetboard, que também conta com a modalidade de rastreamento. Com recursos da telemática, essa tecnologia monitora vários dados do caminhão, retratando, por exemplo, o estado técnico do veículo ou quando ele deve ser levado à oficina. Isso contribui para que o caminhoneiro não fique parado na estrada, ganhando tempo e segurança”.
Monitorar e rastrear 100% da operação é algo que existe há algum tempo, mas agora, com a pandemia, esses dois sistemas passam a ser cruciais uma vez houve substancial aumento de negócios on-line e os clientes querem que a entrega seja feita na porta de casa.
De acordo com Eduardo Oliveira de Souza, diretor da Raster, sistema que monitora e rastreia individualmente cada veículo comercial, ganhou substancial importância neste novo cenário onde o cliente final exige mais informações assertivas sobre sua encomenda (carga).
“A logística assumiu responsabilidade muito maior e, certamente, a alta tecnologia se tornou primordial neste processo”, comenta Souza.
A forma como até então se programava e se fazia manutenção também ganhará um contorno diferente. Parar o caminhão na oficina e ficar esperando na fila já é coisa do passado.
As revendas das montadoras já contam há anos com serviços como planos de manutenção quando os caminhões são atendidos com hora marcada com antecedência. A ideia sempre foi oferecer mais eficiência e disponibilidade do veículo mas, agora, a preocupação também é cuidar para evitar ao máximo agrupamentos desnecessários de pessoas.
A Mercedes-Benz apresentou na Fenatran do ano passado uma novidade bem interessante neste sentido. Batizado de Mercedes-Benz Uptime, e oferecido exclusivamente para quem tem o Novo Actros, um dispositivo reúne ações preditivas que monitoram continuamente vários módulos e indicadores do caminhão, fazem a gestão da manutenção e evitam paradas não programadas do veículo.
“Esse sistema é mais uma garantia de que o motorista irá visitar a oficina somente quando necessário, diminuindo a exposição ao contato pessoal, conforme recomendação da OMS (Organização Mundial da Saúde)”, comenta Leoncini.
“Toda tecnologia que permita que os motoristas operem de maneira mais confortável e segura passará a ser ainda mais valorizada no pós-pandemia”, comenta Orlando Merluzzi, consultor em gestão, especializado em veículos comerciais.
Com a pandemia, frotistas e motoristas entenderam, da maneira mais dura, que a alta tecnologia pode ser bom não só para aumentar a rentabilidade mas também para garantir a saúde dos operadores.
