Na última Fenatran, Mercedes-Benz e Volkswagen anunciaram que lançariam caminhões leves e médios com câmbio automatizado. A ideia era que fosse ainda no primeiro semestre deste ano. Porém, pesquisa feita na rede de concessionárias mostra que esses veículos ainda não existem para venda.
Assim, a Ford Caminhões quer ser a primeira montadora a lançar (de verdade) caminhões médios com motores de quatro cilindros com câmbio automatizado. Isso caso a oferta dos modelos da concorrência não ocorra nos próximos dias.
Segundo o diretor de vendas, marketing e serviços da marca, Oswaldo Ramos, “A Ford pode não ser a primeira a mostrar uma tecnologia, mas quer ser a primeira a dar acesso aos transportadores”. O executivo prometeu que os próximos lançamentos serão os modelos Cargo 1419, Cargo 1519, Cargo 1719 e Cargo 1933, todos com opção do câmbio automatizado Torqshift.
Além dos médios, a empresa vai disponibilizar o câmbio automatizado para os modelos de aplicação severa Cargo 2631, Cargo 3131 e Cargo 3133.
Tudo ocorre por causa da empolgação devido à ótima aceitação da tecnologia pelos clientes da marca que já estão rodando com o Cargo 2431 Torqshift. Em 2017, a montadora projetou a produção de 30% dos seus caminhões semipesados com o câmbio inteligente, porém, os pedidos foram de 37%. Nos seis primeiros meses deste ano, 56% das compras de semipesados já foram dos modelos Torqshift. “É um caminho sem volta, diz Guilherme Teles, gerente de marketing da Ford.
Novo cavalo mecânico
A respeito do novo caminhão pesado com cabine inédita e 500 cv de potência que será apresentado no Salão de Hannover (a partir de 20 de setembro), na Alemanha, Oswaldo Ramos disse que já vinha conversando com a Ford da Turquia sobre um possível lançamento no Brasil. Porém, por enquanto, a conta financeira não fecha e o modelo chegaria muito caro. O projeto fica para o futuro e o foco da marca no mercado brasileiro segue tendo os modelos chassis rígidos como prioridade.
Construção de marca
Como o branding é importante. A Ford hoje tem caminhões até 29 toneladas na faixa de 300 cv altamente competitivos, porém, a marca reconhece que ainda precisa conquistar o reconhecimento nessa categoria. Esse é o desafio de construção de imagem do departamento de marketing, já que a engenharia já fez o trabalho dela.
Rede Ford
Para facilitar a gestão, as montadoras estão reduzindo os números de grupos empresariais que possuem concessões para vendas e pós-vendas de caminhões e ônibus. No caso da Ford, as 110 concessionárias pertenciam a 70 grupos, agora 45. Elas acabam escolhendo grupos com maior afinidade e comprometimento com a marca. E há lógica nisso, veja o caso abaixo:
Para ilustrar isso, lembro do caso de um grupo empresarial que tinha concessão da marca Chevrolet e Peugeot. Como a autorizada Chevrolet era mais lucrativa, todos os bons funcionários contratados pela revenda Peugeot acabavam sendo transferidos para a representante da Chevrolet. Tal prática acaba prejudicando não só a fabricante Peugeot, como também os clientes da marca francesa.
Veja vídeo da Braspress sobre superação de crise:
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