O mercado de caminhões semipesados é o segmento mais importante para a indústria de caminhões, atrás apenas do segmento de pesados. Em 2021, do total de quase 128.000 unidades comercializadas no mercado interno, 50,88% foram de modelos pesados e 26,33%. Os números são bastante convincentes para que a DAF reforce sua presença no mercado de semipesados com a família CF, razão para o lançamento do CF 6×2 e 8×2 com o novo motor Paccar GR-7.

Em 2021, as vendas de semipesados cresceram 39,2%. Mesmo que devemos considerar que é um crescimento sobre 2020, ano de forte queda por causa da pandemia, o volume de semipesados em 2021 é bastante interessante, 23.187 unidades emplacadas, sendo a Volkswagen a líder com 16.741 unidades, seguida da Mercedes-Benz, com 8.822 semipesados entregues, e Iveco, com 2.702 Tector.

Caminhão premium

A estratégia DAF, segundo Luis Gambim, foi desenvolver o DAF CF com uma cabine superior em conforto, pois a empresa tem consciência que vai disputar clientes com duas gigantes do segmento, e a estratégia é oferecer um caminhão premium no segmento de semipesados. Eles já podem ser vistos na rede de concessionárias DAF e as vendas começam em março.

Vamos apresentar a seguir os novos semipesados DAF CF e, na edição 199 da revista TRANSPORTE MUNDIAL impressa e digital, com uma análise com base no posicionamento em relação aos principais concorrentes, que precisa de um tempo para estudos.

O motor

Em termos de trem de força, os novos CF 6×2 e 8×2 estão alinhados com a concorrência. As diferenças sutis serão mostradas na revista, mas vamos mostrar aqui um pouco sobre esses novos semipesados. O maior diferencial está na cabine e na forma que a DAF está construindo o relacionamento dela com os clientes.

O novo motor Paccar GR-7, com muito conteúdo da indústria brasileira de componentes, é um 6,7 litros com potências de 286 cv e 305 cv. Mas esqueça potência, pois o que importa é torque, respectivamente, de 951 Nm e 1.100 Nm. Os números são próximos aos melhores da concorrência. A diferença pequena não altera o resultado da operação, já que, o torque que chega na roda é o que importa, e, isso, depende de todo o trem de força: câmbio automatizado, o software que faz a gestão da troca das marchas, o cardan, diferencial e eixo. De série, ainda conta com o controle de performance do motorista.

Portanto, o conjunto de toda a transmissão, que conta com a já conhecida caixa automatizada ZF AS-Tronic de 12 velocidades. A transmissão é completada pelo diâmetro dos pneus, 275/80 R22,5 de série e, opcionalmente, 295/80 R22,5. O freio motor é do tipo borboleta com potência de 224 cv. O tanque de combustível tem capacidade de até 650 litros (contando com um segundo tanque opcional) e o de Arla, 45 litros.

O trem de força atende bem a Lei da Balança em termos de PBT, de 23 toneladas para o 6×2 e 29 toneladas para o 8×2. Para ambos, a CMT (Capacidade Máxima de Tração) é de 35 toneladas.

As cabines

As cabines dos novos CF são as mais modernas do segmento de semipesados. Além das opções de cabine, há o fato de como a marca vem construindo a credibilidade dela no Brasil desde a chegada dela ao Brasil.

A Sleeper Cab é o maior diferencial, obviamente, um opcional que vai exigir um investimento maior no momento da aquisição, com a compensação, de um maior conforto para o motorista e o TCO (custo total de propriedade, planilha de Excel que só é fechada após a revenda do caminhão). Uma boa cabine ajuda na hora de contratar bons condutores profissionais e a retê-los. Se o motorista tiver uma altura a partir de 1,79 m, há opção da Super Space Cab, lembrando que ela tem uma maior resistência ao ar, prejudicando um pouco o consumo. Há ainda a Day Cab para operações que o motorista não precisa dormir dentro do caminhão.

A lista de equipamentos também é bastante ampla, sendo muitos dos itens, opcionais: bancos com suspensão pneumática e diversos tipos de regulagens, cortina blackout, quebra sol verde, buzina pneumática de teto, faróis de led, auxiliares com viram conforme o volante, aviso sonoro de ré, espelho de aproximação frontal, climatizador de teto, suporte extra para estepe, air bag, rodas de alumínio, ar-condicionado com controle de temperatura automático e geladeira de 33 litros.

 

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Marcos Villela
Jornalista técnico e repórter especial no site e na revista Transporte Mundial. Além de caminhões, é apaixonado por motocicletas e economia! Foi coordenador de comunicação na TV Globo, assessor de imprensa na então Fiat Automóveis, hoje FCA, e editor-adjunto do Caderno de Veículos do Jornal Hoje Em Dia e O Debate, ambos de Belo Horizonte (MG).