A Mercedes-Benz atua no segmento de veículos comerciais leves com a família Sprinter há mais de 20 anos. De um tempo para cá, a concentração de pessoas em centros urbanos e o crescimento do e-commerce tem demandado veículos de cargas e passageiros mais ágeis, o que tem atraído a atenção de concorrentes.

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Para continuar ganhando terreno, a marca da estrela conscientizou-se que não basta contar apenas com produtos atualizados, mas também em serviços e peças com preços competitivos. Em entrevista à TRANSPORTE MUNDIAL, o diretor de vendas e marketing vans da Mercedes-Benz do Brasil, Jefferson Ferrarez, reconhece que é preciso mudar a imagem de que as peças e serviços da marca são caros.

Para isso, ele conta que já foi feita uma redução de 40% no valor das revisões com preço fixo e quais são as novidades sobre o Mercedes-Benz Service Care. Outra mudança é a estruturação interna reforçada para dar suporte ao mercado de implementação. Vale lembrar que toda a vez que se lê vans, na verdade, a referência é válida para vans de passageiros, furgões de carga e chassi cabine. Confira:

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Jefferson Ferrarez

TRANSPORTE MUNDIAL • Como a Mercedes-Benz avalia o desempenho de 2017 e as expectativas para este ano?

Jefferson Ferrarez • Devido a situação do mercado nos anos anteriores, fizemos uma previsão para vendas de 5.300 unidades da família Sprinter, mas fechamos com 6.330 veículos. Para este ano esperamos um crescimento entre 15% e 20%. Internamente, foi muito satisfatório termos a liderança em vans e isso nos motivou a acelerar alguns planos que já tínhamos aqui.

TM • Que planos são esses?

Jefferson • O primeiro está no pilar de pós-vendas. É oferecer ao cliente de veículos comerciais a mesma experiência entregue aos clientes dos automóveis premium da marca. Para isso, lançamos o Mercedes-Benz Service Care Sprinter e Vito. É uma nova estratégia de atendimento que já faz parte do guarda-chuva global da marca. Ele conta com vários serviços, como plano de manutenção, conectividade dos veículos, rastreamento, garantia estendida, entre outros. Este ano a gente começa com os planos de manutenção bem diferentes do que tínhamos em 2017, agora, em duas categorias.

TM • Quais são as categorias?

Jefferson • Um é o plano de manutenção das revisões preventivas, conforme a quilometram. Para ele, fizemos um exercício interno e conseguimos uma redução de 40% sobre os valores praticados em 2017 e o cliente não precisa fazer um contrato. Também é válido para todos os anos de fabricação. Já o plano de manutenção completo que lançamos agora é o customizado e o cliente pode colocar o valor do contrato no financiamento do veículo ou fragmentar o pagamento em pequenas parcelas mensais fixas. Ele é mais voltado para frotistas, cobre as revisões preventivas e corretivas, o que inclui as peças de desgaste, reboque e deslocamento de mecânico. O valor é calculado por nossa equipe conforme o tipo de aplicação do veículo, se severa ou não, e o período do contrato que pode ser de um a cinco anos.

TM • O que muda para o setor de implementação (transformação)?

Jefferson • Criamos uma estrutura interna para dar melhor suporte aos transformadores de vans, furgões e chassi cabine, que vejo como os veículos mais versáteis do mercado. Nós precisamos dessa parceria com os implementadores, que são as empresas especializadas em transformações dos nossos veículos e, assim, garantir segurança e qualidade aos nossos clientes. É um tipo de estrutura que a Daimler sempre teve na Europa e nos Estados Unidos e, agora, no Brasil.

TM • Como esta equipe vai atuar?

Jefferson
• Vamos aproximar fábrica e implementadores. Os nossos engenheiros vão atuar como consultores junto com os transformadores para entender as necessidades de nossos clientes e atuarmos de forma rápida. Os tipos de transformações são os mais variados possíveis, como veículos escolares, ambulâncias, escritórios remotos, guinchos, motorhome etc.

TM • E o segmento intermediário do Vito. Ele realmente existe?

Jefferson
• Está sendo criado. Há clientes que precisam de uma van mais compacta e que dê acesso aos diversos locais que a van maior não consegue, seja para o segmento de passageiros ou de carga. Isso ocorre no mundo todo e por isso a gente lançou o Vito. Trata-se de nicho de mercado, portanto, a gente não espera grandes volumes de vendas. Muita gente pergunta se vamos concorrer em preços com os novos competidores (Peugeot Expert e Citroën Jumpy)? Não é esta a nossa estratégia. Nós vamos continuar atuando em nichos e teremos novidades que serão reveladas futuramente, e que vão agradar.

TM • Quantos Vito já foram vendidos?

Jefferson • Desde o lançamento, foram 964 unidades, sendo 115 (em 2015), 376 (2016), 435 (2017) e 38 no primeiro trimestre de 2018.

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Marcos Villela
Jornalista técnico e repórter especial no site e na revista Transporte Mundial. Além de caminhões, é apaixonado por motocicletas e economia! Foi coordenador de comunicação na TV Globo, assessor de imprensa na então Fiat Automóveis, hoje FCA, e editor-adjunto do Caderno de Veículos do Jornal Hoje Em Dia e O Debate, ambos de Belo Horizonte (MG).