Exército Argentino comprará blindados chineses

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Norinco VN-1

Norinco VN-1

É cada vez maior a movimentação entre Argentina e China nos negócios. O país vizinho que até pouco tempo atrás figurava como maior parceiro comercial do Brasil, inclusive no âmbito do Mercosul, há tempos enfrenta uma grave crise política e financeira.

Com o bloco comercial enfraquecido, a China viu na Argentina uma grande oportunidade para a entrada de seus produtos, e já que o país sulamericano é um grande produtor de produtos agrícolas, poderá suprir o apetite chinês por commodities. Mas, setores como aeroespacial e defesa também estão na pauta de negociação entre os dois países.

A lista de produtos de interesse argentino é imensa e comtempla blindados, aviões de caça e navios de guerra. O Ministério da Defesa argentino, através do ministro Agustín Rossi, afirma que uma das negociações em andamento é a que trata da aquisição de um número ainda não especificado de blindados, mas que podem chegar às centenas. O modelo que está sendo avaliado é o VN-1, que foi adquirido recentemente pela Infantaria Naval da Venezuela.

Fabricado pela chinesa Norinco, o VN-1 possui tração 8×8, versão desejada pelo Exército Argentino. A informação é que os modelos a serem comprados receberiam peças produzidas no país vizinho, e uma possível planta de montagem no país não está descartada.

Quando o Brasil anunciou que fabricaria e compraria cerca de 2 044 blindados Guarani da Iveco, o país vizinho manifestou interesse de adquirir até 16 unidades do Guarani. Algumas unidades do blindado chegaram a ser testadas pelo Exército daquele país. Após o período de provas, a instituição informou que o modelo de tração desejado era o 8×8, então a compra do Guarani, que possui tração 6×6 foi descartada.

O blindado chinês é equipado com o motor alemão BF6M1015C movido a diesel, o propulsor gera 440 cv de potência. O modelo é anfíbio, portanto, está apto a realizar passagens sobre rios, lagos e mares.

De toda forma, a compra altera todos os padrões logísticos até hoje então empregados pelo país vizinho, que, com exceção de helicópteros russos, somente utilizava materiais de procedência OTAN. Apesar da mudança, a renovação e modernização do aparato militar argentino se fazem necessárias, pois, desde a guerra das Malvinas em 1982, o país nunca recuperou sua capacidade operacional.