O grupo “Real Women in Trucking”, mulheres caminhoneiras, acusou o Facebook de discriminar as mulheres ao veicular anúncios de emprego para motoristas profissionais e outras empresas por direcionar os anúncios de vagas de trabalho para homens jovens. O processo ocorre nos Estados Unidos e pode ser conferido na íntegra neste link: http://guptawessler.com/wp-content/uploads/2022/12/Real-Women-in-Trucking-Meta-Charge.pdf
O texto da acusação da denúncia observa que ocorre em “nome de milhares de mulheres e idosos que tiveram oportunidades iguais de emprego negadas porque a Meta Platforms” discrimina com base em gênero e idade ao distribuir anúncios de emprego para candidatos na plataforma de mídia social do Facebook.
O RWIT continua observando o precedente legal estabelecendo ser ilegal “desviar anúncios de emprego para longe das pessoas” com base em “raça, sexo, idade e outras condições protegidas”, alegando que os próprios dados do Facebook mostram que seu sistema de segmentação “discrimina rotineiramente com base no gênero e idade quando decide quais indivíduos recebem esses anúncios”.
Nos exemplos mais extremos, em uma variedade de setores, incluindo transporte, mesmo quando as empresas direcionaram o Facebook para segmentar anúncios em toda a base de usuários, independentemente do sexo/idade, o algoritmo do Facebook “entregou os anúncios aos usuários do Facebook que são mais de 99% homens e 99% com menos de 55 anos”. E, as estatísticas apontam que os usuários do Facebook em busca de emprego em geral são de fato 54% do sexo feminino e 28% têm mais de 54 anos, observa a reclamação, citando dados do Facebook. O RWIT busca “alívio liminar”, disse a líder do RWIT, Desiree Wood, e, “se aplicável, alívio monetário para qualquer pessoa prejudicada”.
Os motoristas de caminhão da indústria de transporte em geral são mais frequentemente homens do que mulheres, com estimativas da porcentagem de motoristas do sexo feminino variando entre 6% e 7% a mais de 10%.
“Abordar a justiça nos anúncios é um desafio em todo o setor e colaboramos com grupos de direitos civis, acadêmicos e reguladores para promover a justiça em nosso sistema de anúncios”, disse um porta-voz do Facebook por meio de uma declaração por e-mail. “Estamos desenvolvendo tecnologia ativamente projetada para fazer progressos adicionais nesta área.” As mulheres caminhoneiras têm o mesmo direito dos homens, não sendo uma competição, mas uma política de justiça de oportunidades.
O trabalho segue um acordo relatado de US$ 5 milhões para vários processos com alegações semelhantes que o Facebook alcançou em 2019, mostra reportagem da CNN Business.
E no Brasil?
A Fabet (fundação de educação no transporte sem fins lucrativos) conta diversos cursos para a inclusão da mulher no transporte). Abaixo, links para diversas matérias publicadas por este jornalista sobre as ações da entidade em prol da mulher.
Café com Elas na Fabet: inclusão das mulheres no setor de transportes – Transporte Mundial
Inscrições abertas para Formação de Mulheres Motoristas na FABET – Transporte Mundial
Mercedes-Benz Vans apoia Fabet para formação de motoristas mulheres – Transporte Mundial